apenas um dia • sope

até eu ver você de novo.

é uma história de capítulo único;

pra ninguém falar que eu vendi gato por lebre, aí vai: não é uma história de final feliz e o final talvez seja inesperado;

a capa peguei uma imagem aleatória no pinterest até a definitiva ficar pronta, não tinha os créditos, então não sei a quem pertence;

faz muito tempo que não escrevo em primeira pessoa, então perdão se ficou ruim;

qualquer erro é só me avisar;

se alguém se interessa em ouvir música enquanto lê, tem uma como trilha sonora e é "save me", do hanson, não do bts, mas não dá pra botar link aqui;

boa leitura ♡

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De pé aqui, eu levanto minha camiseta até que meu mamilo fique à mostra; depois, giro meu tronco de um lado para o outro, continuamente encarando minha imagem refletida no espelho do banheiro.

A ideia até que não é ruim, mas pensar na execução me causa uma sensação parecida com calafrios na espinha.

Torço a boca também, me tornando um pouco mais pensativo do que provavelmente deveria estar, porque talvez eu não deva pensar em levar adiante as ideias que Jungkook me dá enquanto está bêbado numa mesa de bar, todo choroso e catarrento porque seu melhor amigo partiu para o outro lado do mundo por não mais do que três semanas e o deixou para trás, sozinho, abandonado e sem ninguém.

É, talvez eu não deva, mas aqui estou eu, considerando.

— O que diabos você tá fazendo?

Em meio às minhas ponderações silenciosas entre sim, não, talvez e nem morto, a voz de meu noivose sobressai, soando meio aguda e enfezada. Me encara também, parado ali na porta do banheiro; os braços cruzados sobre o casaco cinza e uma sobrancelha levantada, escondida sob a mecha vermelha desbotada de seu cabelo.

— Será que dói? — Pergunto ao me virar na sua direção; a camiseta ainda levantada, presa entre meus dedos.

— A mão que eu vou rodar na sua cara caso você não vá para o quarto se arrumar? — Sugere; os lábios se desenhando num sorriso travesso. — Eu aposto que sim.

Aperto os lábios numa linha reta e fina quando franzo a pele da testa numa careta desagradada; eu adoro sentir a mão de Yoongi em contato com a pele de meu rosto, mas não nesse sentido tão agressivo.

— Um piercing. — Abaixo a camiseta enfim, e os olhos dele piscam numa velocidade muito acima do normal ao olhar para mim. Então, repito: — Será que dói?

— Você tá considerando aquela ideia que o Jungkook teve? — Seus pés se movem quando ele avança um pouco mais para dentro do cômodo, com os braços se esticando e as mãos tocando minha cintura por cima do tecido fino. — Sério?

— Acha que ficaria ruim? — Inclino a cabeça, repetindo seu gesto, o puxando um pouco mais para perto. Eu sempre quero ficar o mais perto possível dele. — Você deixaria de me amar caso eu furasse meu mamilo, Yoonie?

A primeira parte de sua resposta é um beliscão sutil em minha pele. A segunda, é verbalizada.

— Eu não deixaria de te amar nem se você precisasse raspar todo o seu cabelo para servir ao exército, meu anjo — e sorri de um jeito não muito amigável. — Mas sabe o que me faria te amar mais do que eu já amo agora?

— O quê?

— Você ir se arrumar porque nós estamos atrasados. Bora, meu filho!

Eu rolo os olhos em demérito, ganhando em resposta um tapa certeiro na bunda. Yoongi e essa sua mania irritante de horário.