A escola Jeonghwa nunca foi um lugar tranquilo, mas desde que Kim Dahyun chegou, a palavra "caos" ganhou um novo significado. Se não fossem as explosões ocasionais no laboratório de química, eram os alarmes de incêndio disparados "acidentalmente" ou os ratos de brinquedo espalhados pelo corredor principal. Os professores já estavam quase desistindo de tentar domar a garota de cabelos roxos e sorriso travesso, cujo uniforme escolar parecia sempre estar ligeiramente fora do padrão. Mas era na sala do diretor que a verdadeira magia acontecia.
Naquele dia específico, o diretor Choi estava mais exasperado do que nunca. Ele massageava suas têmporas, como se tentasse aliviar uma enxaqueca crônica, enquanto observava Dahyun sentada diante de sua mesa pela sétima vez naquela semana. A sala estava impregnada de uma aura opressiva, com suas paredes cobertas de certificados emoldurados e prateleiras abarrotadas de livros que ninguém jamais lera. No canto, uma planta murcha parecia estar implorando por um resgate.
— Sr Kim... - começou o diretor, dirigindo-se ao pai de Dahyun, um homem alto e sério, vestido com um terno preto que parecia ter sido emprestado de um filme noir dos anos 80. — Não aguento mais ter que lidar com essa... delinquente!
Seu pai, Jihoon, cruzou os braços, um gesto que ele achava intimidador, mas que apenas destacava o corte antiquado de seu terno.
— Dahyun, desta vez o castigo vai ser muito pior.
Dahyun, vestindo sua jaqueta jeans oversized cheia de patches e uma camiseta com a frase "I Do What I Want", levantou uma sobrancelha, meio curiosa, meio desafiadora.
— Ah, é? E o que vai ser? Vão tirar meu celular de novo? - Colocou os pés em cima da mesa, ato que fez os olhos de Choi se arregalar.
Sua mãe, Aiko, uma mulher de pequena estatura mas presença marcante, com seu vestido floral e cardigã lilás, deu um passo à frente com um sorriso enigmático.
— Não, querida. Desta vez, vamos nos mudar!
O diretor bateu palmas, um sorriso vitorioso iluminando seu rosto.
— Excelente! Finalmente, um pouco de paz e sossego!
Dahyun ficou boquiaberta.
— O quê? Vocês estão brincando, né? Mudar? Para onde?
Jihoon suspirou profundamente, como se estivesse prestes a anunciar uma sentença de prisão perpétua.
— Para uma cidade pequena, onde esperamos que você encontre menos... oportunidades para seus truques.
Dahyun bufou, cruzando os braços.
— Isso é ridículo! E quanto aos meus amigos? E a escola?
Aiko balançou a cabeça, resoluta.
— Você fará novos amigos e terá uma nova escola. Talvez assim você pare de aprontar.
O diretor, ainda comemorando silenciosamente, murmurou: "Acho que vou sentir falta... do alívio."
Dahyun lançou um olhar fulminante para o diretor.
— Isso não é justo! Só porque eu sou criativa e... cheia de energia!
Seu pai riu sem humor, com um tom quase teatral.
— Energia demais, talvez."
O diretor levantou-se com uma teatralidade exagerada, estendendo a mão para os pais de Dahyun.
— Obrigado por entenderem, Sr. e Sra. Kim. Tenho certeza de que isso será melhor para todos nós.
Dahyun, ainda indignada, se levantou abruptamente.
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A Fantasma Nada Camarada • (MiHyun)
HumorKim Dahyun é uma adolescente destemida que se muda com sua família para uma casa antiga e cheia de mistérios. Determinada a provar que não tem medo, ela decide investigar os fenômenos estranhos que acontecem no local. No entanto, ela logo descobre q...