18| Punição prazerosa

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“No fim, somos eu e você contra o mundo. Ou é o mundo contra nós”

Zyan
23/outubro
2023

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Eu não esperava que Abby melhorasse tão rápido, quer dizer, achava que levariam semanas para que ela voltasse ao normal depois de ficar vários dias desacordada.

No entanto, ali está ela, ajoelhada diante de uma muda de flores que ela mesma plantou no jardim, os cabelos pretos trançados para o lado e o rosto corado pelo sol.

Nem parece a garota pálida que saiu do hospital ontem, ela está mais radiante e o tão lindo e intenso brilho em seus olhos voltaram, pude contempla-los essa manhã quando me acordei e a encontrei sentada sobre a banca do quarto — a qual eu adicionei um espelho para que Abby possa se arrumar ou fazer qualquer coisa que as mulheres façam diante deles — ela estava trançando seu cabelo e nem me notou a observando, quando ergueu o olhar e me encarou pelo reflexo, ela sorriu.
Abby colocou o enorme chapéu sobre sua cabeça e se levantou alisando o vestido florido.

— Espero que esteja se arrumando para mim — disse lhe dando um sorriso malicioso.

Abby negou caminhando a passos lentos até mim.

— Na verdade estou me arrumando para as plantas — ela me deu um selinho rápido antas de se afastar desviando de minhas mãos que estavam prontas para agarra-la.

— Malditas sortudas! — xinguei e ela soltou uma gargalhada alegre.

— Com ciúmes das plantas? — zombou e eu pulei a agarrando e a deitando na cama.

— Com ciúmes da minha mulher — beijei seu pescoço e ela arfou.

Beijei sua clavícula descendo entre seus seios, subi de novo tomando seus lábios em um beijo urgente que demorou longos minutos.

— Você está linda demais para as malditas plantas. — sussurrei e ela sorriu enroscando os braços em meu pescoço.

Beijei de novo seus lábios antes de levanta-la e ajeitar seu chapéu.

— E você... está com bafo! — ela se levantou em um pulo correndo e enchendo o quarto com sua gargalhada doce.

— Isso não vai ficar assim vovó! — gritei e ela rapidamente reapareceu na porta do quarto.

— Você me chamou de que? — indagou ainda sorrindo.

— Você ouviu — lhe lancei um olhar de deboche e ela ergueu a coluna enquanto fazia um gesto vulgar com o dedo do meio.
Sorri balançando minha cabeça enquanto a via sumir para fora do quarto.

E assim ela passou a manhã toda cuidando do jardim, entrando poucas vezes na casa para beber água ou comer alguma coisa da geladeira, eu me tornei o cozinheiro do dia e fiquei mais que feliz em fazer alguma coisa para ela.


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Ouvi o som de suas botas batendo na varanda então seus passos, ela tirou o chapéu e o pendurou no cabide avançando até a cozinha, encarei seu estado e quase sorri, ela estava suada e o rosto corado pelo sol, seu cabelo grudava em sua testa e seus pés — agora descalços — estavam vermelhos, mais parecia uma camponesa dos anos oitenta.

Profano PARTE 01  [DISPONÍVEL ATÉ DIA 15/08]Onde histórias criam vida. Descubra agora