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"Você nunca conhecerá o psicopata sentado ao seu lado.
Você nunca conhecerá o assassino sentado ao seu lado.
Você pensará: como eu cheguei até aqui, sentado ao seu lado?
Mas depois de tudo que eu disse, por favor, não se esqueça."

Heathens - twenty one pilots

Kim Mi-Sun;

Eu estava exausta, mas satisfeita após mais um longo dia de aulas na universidade. Era sempre um alívio poder me despedir dos amigos e finalmente seguir meu caminho de volta para casa. O céu já estava escuro, e a noite trazia consigo uma brisa refrescante que ajudava a afastar um pouco do cansaço acumulado.

Caminhei pelas ruas quase desertas, os sons dos meus passos ecoando suavemente. Ao me aproximar de um beco que costumava cortar caminho, hesitei por um momento. Sempre me incomodava a escuridão daquele lugar, mas a vontade de chegar mais rápido em casa geralmente falava mais alto. Respirei fundo e entrei.

Foi então que ouvi as vozes. No início, eram apenas sussurros indistintos, mas à medida que me aproximei, pude perceber que se tratava de uma discussão. Meu coração disparou. Aquela era uma situação em que qualquer pessoa sensata se afastaria, mas algo me fez ficar. Talvez fosse a curiosidade, sempre um ponto fraco meu.

— Eu já tô cansado das suas gracinhas. Ou paga logo, ou já sabe — disse uma das vozes, grave e ameaçadora.

Me escondi atrás de uma pilha de caixas velhas, prendendo a respiração. Uma fresta de luz se infiltrou no beco, iluminando parcialmente o rosto de um dos garotos. Senti um calafrio percorrer minha espinha ao reconhecê-lo. Era Jungkook, o garoto misterioso que vinha ocupando boa parte dos meus pensamentos nos últimos dias. Ao lado dele, dois outros rapazes, cujas faces não consegui discernir bem. E então havia a "vítima", um homem que eu não conseguia reconhecer, mas que parecia completamente aterrorizado.

Meu coração batia tão rápido que eu temia que pudessem ouvi-lo. O que Jungkook estava fazendo ali? E por que ele parecia estar envolvido em algo tão perigoso?

A cena à minha frente parecia irreal. Como ele, o garoto que eu vinha observando de longe, podia estar envolvido em algo tão sombrio? A expressão em seu rosto, mesmo sob a fraca luz, era dura, impiedosa.

Meu instinto de autopreservação me dizia para sair dali o mais rápido possível, mas minhas pernas estavam paralisadas. Queria entender o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo, sabia que qualquer movimento poderia me trair. Se eles me vissem, o que fariam comigo?

A discussão continuou, as ameaças tornaram-se mais intensas, e eu sabia que precisava agir. Mas como? Minhas mãos tremiam enquanto tentava pensar em uma saída. Deveria correr e buscar ajuda? Continuar escondida e esperar que eles fossem embora?

Eu me perguntava se Jungkook era realmente quem eu pensava que fosse. E, mais importante, o que eu estava disposta a fazer?

Eu estava ali, tentando respirar o mais silenciosamente possível, quando de repente, o som ensurdecedor do meu celular começou a tocar. O nome de Da-hyun aparecia na tela, e meu coração quase parou. Com mãos trêmulas, consegui desligar o aparelho rapidamente, mas já era tarde demais. Os olhares dos homens se voltaram na minha direção.

— Quem tá aí? — gritou um dos homens, sua voz ecoando pelo beco.

Senti o desespero tomar conta de mim. Meu corpo inteiro começou a tremer e um calafrio percorreu minha espinha. Eu sabia que precisava sair dali antes que eles me encontrassem. Sem pensar duas vezes, me levantei e comecei a correr.

Meus pés quase não tocavam o chão enquanto eu corria pelo beco, tentando ao máximo não fazer barulho. Podia ouvir um dos homens atrás de mim, gritando e correndo. O medo me impulsionava a correr mais rápido, cada passo me afastando um pouco mais deles.

Dobrei uma esquina e continuei correndo, o som dos meus próprios passos ecoando nos meus ouvidos. As ruas escuras e vazias eram um labirinto que eu precisava atravessar para me sentir segura. Meu coração batia tão rápido que eu achava que ia explodir.

Consegui finalmente chegar a uma rua mais movimentada e iluminada. As luzes dos postes e o movimento das pessoas me deram um pouco de conforto. Olhei para trás e não vi sinal dos homens. Meu corpo ainda tremia e meu coração ainda estava acelerado, mas eu sabia que estava, pelo menos por enquanto, segura.

Eu precisava pensar no que fazer a seguir. Ir para casa parecia perigoso, e procurar a polícia era uma opção, mas o que eu diria? Precisava de um plano, e rápido.

No fundo, eu sabia que esquecer não era uma opção. O medo e a adrenalina ainda corriam pelo meu corpo, mas uma nova determinação começava a se formar. Eu precisava entender o que estava acontecendo de alguma forma. Mas antes de qualquer coisa, eu precisava encontrar um lugar seguro para pensar.

Olhei em volta, tentando encontrar um lugar onde pudesse me esconder e reorganizar meus pensamentos. Não sabia o que o futuro me reservava, mas uma coisa era certa: minha vida acabava de mudar para sempre.

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Eternal Love - Jeon Jungkook Onde histórias criam vida. Descubra agora