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Adeline Montenegro

O carro atravessa o portão, vejo uma casa enorme e iluminada. O uber para em frente ao jardim fico admirada com as rosas, no meio delas existe uma fonte de água com luzes, é lindo. Saímos do carro e logo Emília para ao meu lado.

—Esta nervosa? — Ela pergunta. Pra quem vivia cercada de gente, conhecer novas pessoas é um novo obstáculo.

—Não, tudo bem são só seus amigos — Emília sorri concordando, ela enlaça nossos braços e caminhamos em direção a porta. Rapidamente é atendida por uma garota, ela tinha um cabelo com tranças, usava moletom e tinha uma fatia de pizza na mão.

—Oi, Kakau —Emília e ela trocam um sorriso e se abraçam.

—Pensei que vocês tinham desistido de vim — disse ela. Kakau nota minha presença assim como fez com Emília, ela sorri receptiva — E você deve ser Adeline, essa garota aqui fala muito de você.

— É, sou Adeline. Muito prazer — Estendo minha mão, ela aperta forte como se tivesse nervosa.

— Sou Kauane, mas todo mundo me chama de Kakau então você pode também — assinto com a cabeça.

—Bom, cadê o resto do pessoal? — Emília pergunta.

—Estão na sala jogando como sempre — acompanho as duas por um corredor mal iluminado —Posso te fazer uma pergunta? — Kakau sussurra.

— Sim, pode fazer.

—Você é aquela ex-atriz super famosa, né? — Por segundos penso no ex-atriz. Não respondo pois sou interrompida com gritos, percebo que chegamos na sala. Eram 3 garotos, esparramados em um sofá.

— Emíliazita — O primeiro garoto que tinha os olhos mais puxados, cumprimenta ela dando um selinho. Fico um pouco surpresa depois me certificaria de perguntar sobre — Eu sou apollo — Me toco que ele me encarava curioso, assim como os outros.

— Adeline, prazer em conhecê-los — Cumprimento os mesmos com um aperto de mão.

— Eu sou Kauã, conhecido pelas ruas como Barreto — Ele sorri mostrando os dentes.Vejo girassóis desenhado no cabelo.

— Prazer linda, aqui é Doprê o lindo — Ele também sorri de um jeito sedutor, eu acho. Doprê tinha tatuagens, um estilo diferente.

— Malandro do Tavin ainda não apareceu — Kakau fala, então chegaria mais pessoas. Olho para Emília tentando me situar, ela apenas sussurra um "relaxa".

— Daqui a pouco ele chega junto com a namorada insuportável — Apollo diz.

— Você quer beber algo, Adeline? — Barreto pergunta.

— Tem suco?

— Sim, uva. Aceita?

— Aceito.

— Pizza? — Dessa vez Doprê pergunta, me empurrando uma caixa com fatias de pizza.

—  Aceito. Obrigada — Sinto uma coisa passando pelas minhas pernas, um gato frajola.

 — Cereja, o nome dessa bola de pelo — Barreto diz, ele me entrega o copo com suco, enquanto passo a mão pela gata — Ela gostou de você.

— Como assim? Ela não aparenta ser arisca.

— Essa gata espanca qualquer um, tem um ódio profundo por todos — Ele tenta fazer carinho nela no mesmo instante Cereja morde a mão dele.

Kakau e Doprê gargalham com o ataque.

— Vai trouxa — Doprê diz rindo da cara dele.

— Adeline encantou a gata — Apollo comenta — Tavin era o único que tinha esse poder.

Quem é esse?

— Addy é especial — Emília fala. Dou um riso sem graça, as horas se passam nós conversamos ou melhor eles conversam sobre batalhas de rima, tentavam me incluir. Porém a culpa era toda minha por ser uma porta no assunto, além disso eu gostava mais ouvir e eles contavam histórias divertidas. Dou uma escapadinha da roda, pergunto onde é o banheiro como desculpa.

— Final do corredor à esquerda — Kauane responde, subo para o segundo andar, a casa parecia ser usada poucas vezes. Encontro o banheiro porém trancado.  Vejo uma porta entreaberta, empurro devagar como esperado não tinha ninguém.

O quarto poderia facilmente ser confundido com o meu pela bagunça, o contrário do meu, eram garrafas de bebidas espalhadas.

— Nossa, se a minha mãe visse isso — O que chama minha atenção é varanda com vista para o jardim de rosas, aproveito pego o cigarro do meu bolso e acendo. Fico uns segundos apreciando à vista.

— Meu quarto virou ponto pra fumar? — Meu corpo gela pela voz embriagada. Que ótimo, pega no flagra invadindo quarto alheio, me viro devagar para encarar o dono. Nossos olhos se cruzam, não consigo ver direito pela escuridão do ambiente — Perdeu a língua também?

— Não perdi. E seu quarto também poderia ser ponto de encontro de abutre — Respondo no tom de grosseria, mesmo eu sendo a errada. Ele dar um risadinha.

— Tenho impressão que te conheço de algum lugar, não consigo lembrar — Fico calada — Esquece, odeio quando invadem o meu espaço se você é fã e veio com Emília cai fora daqui.

Quem rir dessa vez sou eu.

— Eu que não te conheço, babaca — Passo o mais rápido possível por ele, deixando o egocentrismo e ele para atrás.

Fã? me poupe. 

Rosas e Rimas - Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora