3- Entre Correntes.

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Estava muito plena andando pelas ruas daquele inferno. Bom, estaria mais se não fosse pela ferida que se recusava a se curar, e ardia muito.
Entro em uma loja, que eu chutava ser uma farmácia, mas um pouco diferenciada. Franzo o cenho quando o demônio fecha rapidamente a porta, e coloca a placa de "fechado". Só podia ser brincadeira, eles tem algo contra mim?
Bom, parece que sim, não que eu me importe muito, mas quem eu estou querendo enganar.

- Merda - Xingo mentalmente aquela situação.

Só que ao reparar melhor, a rua que antes estava cheia de almas caídas, estava completamente vazia, deixando apenas o silêncio ensurdecedor pairar no ar.

- Estranho - Falo a mim mesma.

Porquê diabos isso tá acontecendo? Olho para cima, uma mulher puxa seu filho pelo braço e fecha com força a porta da sacada, fazendo um estrondo.

Decidindo ignorar aquela situação estranha, continuo a andar pensando aonde arranjaria faixas para estancar a ferida, as minhas haviam acabado e minha bolsa rasgou no meio do caminho alguns dias atrás. Que inferno!

- O universo está contra mim, não é possível uma merda dessas! - Exclamo aos quatro cantos do inferno.

- Falando sozinha, minha cara? - Ouço uma voz, e ao levantar o olhar, noto um demônio em minha frente.

Ele trajava um belo palitó vermelho, e seus cabelos eram da mesma cor, junto das suas orelhas, acompanhado de chifres logo acima de sua cabeça. Seus olhos eram vermelhos também e segurava um cajado que habitava um microfone em sua ponta.

- Creio que não é muito educado não responder as perguntas alheias - Ele fala me olhando detalhadamente.

- Do que te interessa?

Faço minha lança surgir em minhas mãos, a batendo contra o chão. Esse demônio avermelhado me cheirava perigo, no qual eu ainda não havia encontrado pelo caminho.

- Ah - Ele ri se apoiando em seu cajado - Muitas coisas me interessam, querida, mas pelo que observo - Me encara de cima a baixo - Não parece pentencer a esse lugar, certo?

- Quem é você? - Falo já começando a ficar com raiva desse demônio abusado.

- Que falta de etiqueta a minha, deixe me apresentar - Ele faz uma reverência - Sou alastor, o demônio do rádio, e você quem seria minha cara?

- Isso não faz diferença, agora - Aponto a lança em sua direção - Saia do meu caminho e me deixe em paz.

Ele começa a rir novamente. Porra, eu estava com a cara pintada feito palhaço?!

- Oque é tão engraçado? Por acaso tem algum comediante por aqui e eu não tô sabendo?

- Perdão, querida - Ele se aproxima - É que é engraçado você não saber quem eu sou.

- E eu deveria por algum acaso? - Arqueo a sobrancelha.

- Mas é claro, minha jovem! - Ele exclama exalando felicidade - Aliás, não sou qualquer miserável que habita nesse inferno.

- Que pena, pois para mim são todos iguais, já matei um, não vou poupar esforços para matar o senhor vermelhinho se não me deixar em paz! - Falo entre dentes, mostrando confiança.

Quem eu queria enganar, eu estava morrendo de medo desse psicopata que só sabe sorrir.

- Então tente a sorte, querida, mas já logo lhe informo, é só perda de tempo. São poucos que conseguem arrancar um mísero pedaço meu. - Ele fala com indiferença, examinando as unhas.

Que cara irritante!

- Então vamos por a prova.

Mesmo que eu esteja morrendo de medo, e dor, eu não vou deixar que esse cara tire uma com a minha paciência.

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⏰ Última atualização: Jul 09 ⏰

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