O sino da catedral anunciava o horário de almoço, seu som ecoando pela cidade e tirando a atenção de seus cidadãos do trabalho. A agitação do meio dia começa a se espalhar, vendedores gritam para chamar atenção sobre suas barracas durante o horário de pico. Com a mesma velocidade que o povo se espalha, eles param, o som da marcha imperial do 5ª exército interrompe a multidão.
Soldados em preto liderados por uma mulher de armadura vermelha seguem em direção a praça central, parecem escoltar alguém. As pessoas param e observando o movimento do exército, sua atuação na cidade é incomum, mas não impossível. Sua aparição pode ter variados significados e considerando a direção que estão caminhando, a multidão assume que só pode ser uma coisa. Uma Execução.
O povo parece encantado com a presença do exército, eles param com seus assuntos atuais e, de forma unânime, seguem os militares. O barulho dos passos sincronizados geram uma multidão cada vez maior até chegarem à praça central. Ela se estende por o que parecem quilômetros, sua maior atração e o lago em seu centro.
O 5ª exército se espalha na frente do lago, rapidamente montando a cena da execução, é nesse momento que a multidão curiosa descobre quem será a pobre alma destinada a morrer:
Delta Mikalina.
Delta é a filha mais nova da família Mikalina e única da família que não faz parte do exército imperial. Seus pais são generais e estratégistas famosos pela cidade, suas irmãs mais velhas parecem ter um futuro ainda mais brilhante nessa carreira. Delta é diferente, aparenta passar a maior parte do tempo na residência de sua família, pouca informação sobre a garota é conhecida.
Sussurros rapidamente começam a ecoar na população, chocada e confusa sobre o porquê da garota estar aqui. Um rumor se espalhou em meio aos sussurros, Delta havia traído o Reino da Lua Crescente.
Antes que a multidão possa questionar o exército, a líder em armadura vermelha sobe no palco de execução, sua postura exige respeito e atenção.“Cidadãos da Lua Crescente! Hoje estamos aqui para anunciar a execução IMEDIATA da mais jovem nobre da casa de Mikna, Delta Mikalina!”
Um garoto assistente leva um pergaminho para o palco, ela abre e começa a ler em voz alta:
“DELTA MIKALINA, VOCÊ SERÁ EXECUTADA POR TRAIR O REINO DA LUA CRESCENTE AO VENDER INFORMAÇÕES CONFIDENCIAIS.”
Diferente da multidão espantada, Delta está calma. Ela não se defende, não há nenhuma tentativa de se defender durante todo o anúncio, a garota simplesmente olha para frente com um sorriso em seu rosto, parecendo se lembrar de alguma coisa.
Uma voz seguida de uma risada ressoa em sua cabeça, falando bobagens e ignorando o mundo exterior. A voz pausa no anúncio da execução, dizendo apenas uma palavra.
[Parabéns].
******
“Padre, eu não peço perdão sobre meus pecados, apenas uma dica para me guiar em tempos difíceis.”
Mesmo sendo um reino em seu auge, a Lua Crescente não possui muitas religiões ativas. A única catedral da cidade, com o único ponto de confissão e frequentando semanalmente por Delta. Ela não busca perdão, o Padre sabe melhor do que esperar por tal coisa da garota.
Ele exala um suspiro, sabendo que a mesma rotina se repetiria, a garota sempre admitia algum esquema durante essas sessões mas ele nunca conseguiu entender exatamente o significado das palavras de Delta. Sempre entrelaçadas com verdades e mentiras, expondo crimes do rei, da rainha e seus filhos, confessando manipular o reino pelas sombras.
O Padre já sabe como responder a garota, mas a rotina de hoje é diferente para Delta.
“Hoje será minha última confissão, prometo nunca mais voltar.”
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Olhe Para A Lua
FantasyOi galera, voltei com uma parceria, vou estar publicando uma história de uma amiga, ela não tem conta aqui, mas atende por VodkaDelta, espero que gostem, aqui a descrição: A Lua Crescente é um centro de encontro em todas as espécies e forças polític...