360 Km/h

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Para uma corredora de fórmula 1, estar na pole sempre foi o objetivo de todos e ser uma mulher correndo nesse esporte, onde é predominado por homens não é nada fácil.

Prazer a todos que não me conhecem, Aisha, corro atualmente para a McLaren na F1 Academy. Des de pequena, meu pai sempre me colocou neste esporte e desistir de algo agora que está dando certo não vai ser um dos meus planos, muitas pessoas querem estar no meu lugar, mas eu mesma não queria.

 Família é uma questão complicada para todos nos, ainda mais a minha que não é nada fácil. Minha família é composta por quatro pessoas: eu sendo a irmã mais nova com 17 anos, minha mãe, meu pai e minha irmã mais velha Margot, assumo que não tenho muito contato com ela, por causa dela nunca ter se dado muito bem com nossos pais, ela conseguiu fugir de casa e morar com uns amigos na capital e acabou sobrando á eu ter que fazer o que eles mandavam. Por causa disso, eles não me deixavam falar com ela, mas de vez em quando eu conversava escondido mesmo.
Sempre tive o apoio dela para tudo eu pudesse precisar, sempre nas corridas na América do Sul, nas pistas em que meus pais não iam, ela ia me ver, mas só nunca entrou por medo de alguém ver. Na mídia, as pessoas nem sabem que eu tenho uma irmã e mesmo que eu queira mostrar ela, meu pai não da liberdade.

Além da família ser um problema, fazer amigos é pior ainda. Nesse mundo do automobilismo você não pode confiar em ninguém sem ser a sua equipe, porque até contra seu colega de equipe você é rival, mas minha sorte foi ter achado amigos fora desse mundo. Meus únicos amigos nesse lugar é o Senna e a Lim, que mais tarde vocês a conheceram, mas o Senna foi um dos maiores corredores da fórmula e agora ele é um dos donos dessa empresa. Depois da morte dos meus pais, comecei a ver ele como uma figura paterna e todos sabiam disso.

Era o final do GP da Espanha, estava tão empolgada e feliz com a corrida, tudo estava parecendo bem e eu estava em segundo lugar atrás da Lim, corredora da Red Bull, estévamos na volta 61/66

— Muito bem! Aisha, não tenta ultrapassar, estamos em uma boa posição e falta três voltas, tem uma Ferrari atrás de você que vai tentar te passar, fica esperta nas curvas. — escuto Senna em meu rádio. 

— Eu vou tentar, mas não está sendo fácil, os pneus de trás deve estar com problema, está cada vez mais difícil terminar as voltas. — falo tentando me concentrar com a pressão da Ferrari atrás. — Onde está a Gabriella?

Lembram que comentei sobre colega de equipe e todo aquele papo de amizade? Então, apresento a vocês Gabriella Mancini, minha colega na equipe, o que eu tenho a dizer sobre ela não é muito, mas na corrida é sempre bom ficar esperta nela, você nunca sabe o quão traidora ela pode ser, vocês têm muito que ver ainda.

— Ela está em P6, pode ficar tranquila em relação a ela, estou tentando falar com esse bando de gente aqui que é para manter, mas só você me escuta! — grita o homem revoltado pelo outro lado do microfone o que faz me gerar algumas risadas.

Quando ia responder o áudio, percebo a Ferrari na tentativa de ultrapassar e logo penso em uma estratégia, mesmo que Ayrton tinha me mandado ficar no meu lugar, eu tinha uma grande oportunidade de ficar em primeiro lugar e foi o que eu fiz. Aproveitei que agora a pista irá ser uma enorme reta, mantive minha velocidade e esperei a Ferrari tentar ultrapassagem, quando vi que ela aumentou a velocidade e quase colada em mim.
Não pensei duas vezes, aumentei a minha velocidade o máximo que consegui não permitindo a Ferrari me deixar para trás e sem perceber acabei passando Lim, só fui perceber quando ouvi meu rádio.

 — Oh! Pirralha, o que você fez?! — escuto o grito do Ayrton do outro lado.

— Eu também não sei, mas o importante que deu certo. — rio meio fraco fazendo a última curva e vendo a bandeira quadriculada. — Eu consegui! Minha primeira pole!

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