noite de terça-feira, quarto de Tadashi.

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"Ai que não é sardas é marca de acne"

Feche sua cara e finja demência

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O loiro se deitou atrás dele, seu coração se fragmentando a cada soluço que ouvia do amigo. Com cuidado, passou um braço por debaixo do seu pescoço, usando o outro para envolver sua cintura. Seu nariz foi até um ponto em sua nuca, sua boca acompanhou em um beijinho casto no mesmo local. Yamaguchi ainda tremia, os soluços vindo em ondas, mas a presença de Tsukishima ao seu lado era um conforto silencioso.

Tsukishima, normalmente não dado a demonstrações de afeto, sentiu uma urgência em consolar seu amigo. Sua mão deslizou suavemente pelo braço de Yamaguchi, traçando círculos lentos e reconfortantes. Ele podia sentir a pele quente sob seus dedos, cada toque uma promessa silenciosa de que ele estava ali, de que Yamaguchi não estava sozinho. Conforme os minutos passavam, os soluços começaram a diminuir, dando lugar a respirações mais profundas e pausadas.

Ainda assim, Tsukishima não cessou suas carícias. Ele sabia que, mesmo que o choro tivesse diminuído, a tempestade emocional dentro de Yamaguchi não tinha se dissipado por completo. Seu braço ao redor da cintura do amigo apertou-se levemente, trazendo-o ainda mais para perto. Ele podia sentir as batidas rápidas do coração de Yamaguchi, um eco de sua própria ansiedade e preocupação. Tsukishima fechou os olhos por um momento, concentrando-se no calor do corpo contra o seu, no ritmo das respirações que gradualmente se sincronizavam.

Depois de um tempo, Tsukishima começou a distribuir beijos leves e delicados pela extensão do pescoço de Yamaguchi, cada um uma tentativa de acalmar e confortar. Ele sabia que palavras às vezes falhavam onde toques e gestos podiam falar mais alto. Seus lábios encontraram cada sardinha, beijando-as como se para apagar as palavras cruéis que haviam sido ditas mais cedo. Cada beijo era uma reafirmação, um lembrete de que Yamaguchi era perfeito do jeito que era.

Yamaguchi suspirou profundamente, finalmente virando-se um pouco para encarar Tsukishima. Seus olhos ainda estavam vermelhos e inchados, mas havia uma suavidade neles, uma gratidão silenciosa que não precisavam de palavras.

— Tsukki — ele começou, sua voz trêmula mas tentando soar firme — eu tô bem...

Tsukishima o interrompeu com um beijo no topo da cabeça, seus lábios permanecendo lá por um momento, absorvendo a essência de seu amigo.

— Eu te conheço, Tadashi — ele murmurou contra os fios de cabelo macios. — Sei que pensou demais.

Seus dedos continuaram a trilhar um caminho de carinho, descendo pelo pescoço e ombros de Yamaguchi, como se para apagar qualquer resquício de dor deixado pelo dia.

— Mas, Tsukki — Yamaguchi tentou argumentar, embora sua voz estivesse embargada pela emoção. — Você já fez tanto por mim hoje. Aquele garoto... ele não me incomodou mais depois que você falou com ele.

Tsukishima suspirou, um som baixo e reconfortante que reverberou no pequeno espaço entre eles.

— E farei de novo se precisar — ele respondeu, seus olhos sérios e determinados encontrando os de Yamaguchi. — Você é importante para mim, Tadashi. Não vou deixar ninguém te fazer sentir menos do que incrível.

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Na frente da escola, Yamaguchi e Tsukishima estavam esperando o início das aulas, conversando despreocupadamente. A manhã parecia promissora, com o sol brilhando e uma brisa suave soprando, mas a tranquilidade foi abruptamente interrompida por um garoto que se aproximou com um sorriso malicioso no rosto.

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