Prólogo

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S/N Freitas - 29/08/2024

24x23. Este é o placar atual do jogo mais decisivo da minha vida. A pedido do técnico Zé Roberto, entro e vou para o saque. Tensão. Sinto apenas isso no momento. Olho pra arquibancada e vejo centenas de pessoas ansiosas e esperançosas com o ponto que será disputado a seguir, posso ver bem cada gota de suor escorrendo do meu corpo e caindo no chão fazendo um barulho para muitos inaudível, mas pra mim, ensurdecedor. Fecho meus olhos e me concentro encarando meu maior medo, o silêncio. Na minha mente agora passa um filme de terror me transportando pro pior momento da minha vida, a minha lesão. Os barulhos dos passos apressados a me socorrer, o fisioterapeuta mandando todos se afastar e o choro que caía sem que eu tivesse dado permissão. Eu precisava superar esse momento, e precisava fazer isso agora.

Quico a bola no chão duas vezes e sigo pro movimento coreografado tão decorado por mim. Jogo a bola bem alto, corro e salto de encontro a ela. Fecho meus olhos e faço o meu melhor, descer o braço. Espero que seja o suficiente. Ainda de olhos fechados aterrisso no chão e escuto euforia, mas, o medo de abrir os olhos e ver o resultado me assola. Talvez, apenas talvez, gostaria de voltar no tempo e não ter voltado a pisar na quadra.

27/04/2024

- Vamos lá galera, é um ponto, só mais um ponto e podemos levantar aquela taça. É pra sentir, é pra entrar pra história, é pelo sofrimento que cada uma passou nessa temporada. Eu acredito em vocês, vamos!- fechei os olhos com força e suspirei pesado. Eu queria, mais do que tudo, ganhar esse título. - Freitas, posso contar com você? Entra lá e faz o que você faz de melhor, esse time estava fadado ao fracasso quando você chegou, se estamos nessa final é graças a você e a áurea que trouxe pra todas aquelas dentro da quadra. Conto com você mais uma vez, arrebenta. - acenei positivo com a cabeça saindo dos meus devaneios e voltei pra dentro da quadra.

Essa é a parte da minha história na qual minha vida muda completamente, a parte em que voltei a jogar volei e virei uma "celebridade" dos esportes. Me chamo S/N Freitas, sou brasileira, tenho 24 anos, atualmente moro no Japão e jogo pelo Kurobe Aqua Fairies. Deve se perguntar, como uma brasileira que nunca esteve em sucesso no voleibol conseguiu jogar no Japão? Bom a explicação por mais dolorosa que seja é simples, com 18 anos tive uma grave lesão jogando volei e me afastei das quadras permanentemente. Era o que eu pensava pelo menos. Acontece que não quis ficar no Brasil pois a minha vida era o volei então já não fazia mais sentido permanecer. Me mudei pra cá afim de fazer o meu tratamento e começar uma vida nova, o que deu certo por muito tempo.

Consegui trabalhar em uma grande empresa de tecnologia e manter minha vida estável por 3 anos e meio até conhecer minha nova vizinha, ninguém mais, ninguém menos que Hitomi Fukumoto, líbero do Kurobe, minha melhor amiga. Conhecer ela e me aproximar foi fácil, ela era um imã de pessoas, e um doce com todos ao seu redor, pela primeira vez em muito tempo me senti em casa ao lado de alguém que podia confiar pra contar todos os meus segredos, até mesmo sobre meu fracasso. Quando soube que jogava volei no Brasil, Hitomi quis por tudo que era mais sagrado me ver jogar, então sempre que podia atormentava meu juízo me chamando pra acompanhar ela em algum treino.

Em uma dessas vezes aceitei e pra surpresa de zero pessoas ela me chamou pra "brincar" com ela dentro da quadra, por um segundo acreditei que era mesmo brincadeira até ela começar a me apresentar para as jogadoras e dizer que íamos fazer um jogo treino comigo. Como ela conseguiu isso sem que o treinador reclamasse ? Eu não faço a mínima ideia. Tentei desconversar e sair dali, afinal, fazia muito tempo que eu não jogava mas ela insistiu e no fim eu fiquei. Me deixaram jogar na minha posição de origem, eu era ponteira, com meus incríveis 1,83 baixíssima para a posição, mas eu tinha que admitir que era boa. Acabamos o jogo com vitória do meu time e 19 pontos na minha conta, a partir desse dia e desse momento minha vida mudou, fui convidada a conhecer o clube dias depois e com 23 anos voltei a jogar volei. Minha ascensão foi rápida e nada sorrateira, diversas vezes aparecia em programas japonês como a "jóia perdida brasileira", eles me chamavam assim e eu achava engraçado. Meu time que estava em 19° no campeonato subiu como um foguete eliminando gigantes nas fases decisivas e chegando aqui na final contra o NEC Red Rockets.

Os primeiro 2 sets foram dificílimos.1x1. jogo equilibrado. O terceiro set elas deram um show a parte fechando com 25x13 me fazendo ficar extremamente irritada, eu odiava perder, então no intervalo fiquei sozinha em um canto da quadra pensando em como poderíamos pará-las. Quarto set com muita dificuldade levamos com o placar de 26x24, conseguimos com muito esforço o tie, era agora ou nunca. Durante todo o intervalo nosso treinador nos motivou, nos passou tudo que podia, nos passou a confiança necessária para ganhar o jogo. 13x13, faltando dois pontos pra fechar o jogo, se pontuássemos agora eu iria pro saque e modéstia parte se eu chegasse lá com certeza ganharíamos porque eu não vou aceitar perder essa final. O time adversário sacou, a bola bateu na rede e quase caiu do nosso lado, mas, rapidamente foi recuperada por Hitomi que fazendo um milagre conseguiu deixar nas mão da nossa levantadora, que com rapidez acelerou a bola com a central. Ponto nosso. 14x13. O time adversário para o jogo pedindo tempo.

-Vamos lá galera, é um ponto, só mais um ponto e podemos levantar aquela taça. É pra sentir, é pra entrar pra história, é pelo sofrimento que cada uma passou nessa temporada. Eu acredito em vocês, vamos!- disse o treinador Katsuaki. Tomei um longo gole de água e fechei os olhos com força e suspirei pesado. Eu queria, mais do que tudo, ganhar esse título. - Freitas, posso contar com você? Entra lá e faz o que você faz de melhor, esse time estava fadado ao fracasso quando você chegou, se estamos nessa final é graças a você e a áurea que trouxe pra todas aquelas dentro da quadra. Conto com você mais uma vez, arrebenta. - acenei positivo com a cabeça saindo dos meus devaneios e voltei pra dentro da quadra. Não seria exagero dizer que era o saque da minha vida.

Peguei a bola e me dirigi ao fundo de quadra, eu podia vizualizar claramente o meu movimento de saque. Acostumada a sacar viagem ja era um tanto fácil pra mim, eu só tinha que impor muita força pra deixar ainda mais difícil pra recepção adversária. Com esse pensamento segui em frente e saquei, a bola parecia ir em câmera lenta o que não condizia nem um pouco com as batidas do meu coração nervoso e inquieto. Apenas quando escutei o barulho da bola no chão soltei o ar que eu nem sabia que segurava. Era real. Eu era a mais nova campeã da V League.

*Notas da Autora:

Oii gente tudo bem com vcs?? Estava com essa ideia na cabeça faz um tempo então resolvi voltar a escrever aqui nesse app!! É a primeira vez que escrevo algo que precisa estar minimamente condizente com a realidade ( calendários, times e etc)  ent qualquer erro por favor relevem.  Também é a primeira vez que escrevo algo envolvendo esportes então tenham um pouquito de paciência kkkk

Pros leitores antigos se é que ainda tem algum, oiii galerasss tudo bom ? Não me matem eu adoro vcss.

Isso é uma fanfic ou sejaa, as histórias escritas aqui não condizem com os fatos, respeito todas as atletas e seus respectivos relacionamentos. Isso é tudo fruto de uma cabeça desocupada!!!

No mais acho que é isso, deem uma chance pra história, estou postando pra ver se vai ter uma bos recepção mas a intenção é continuar com ela. Sou muito aberta a opiniões ent qualquer coisa é só falar, certo ???

Erros de ortografia por favor relevem, capítulo não revisado.

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