Prefácio

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Um Amor Para Cada dia

Desejo destacar que esta obra contém uma narrativa desenvolvida com sensibilidade e respeito, e não possui qualquer intenção de ofender ou difamar indivíduos ou grupos. Qualquer semelhança é mera coincidência.

Quando em um encontro inusitado dois pacientes do mesmo neurologista se conhecem e desencadeiam uma narrativa improvável de conexões entre duas filosofias e almas opostas. Num mundo entrelaçado por padrões que só cada um dos dois é capaz de compreender; entre farpas, erros, acertos e muito auto-descobrimento surge um amor visceral que irrompe as barreiras do tempo e diferenças.

Angelina -

Com uma personalidade de muitas particularidades, Angelina é uma jovem que mantém um comportamento implacável e difícil. Sempre demonstrando insatisfações e dificuldades em lidar com sua própria vida, fazendo com que poucos tenham paciência consigo. É uma garota reclusa que raramente sai e está sempre seguindo sua própria rotina como um mantra. Uma princesa mimada, viciada em moda, abelhas e jogos eletrônicos. Mas que apesar da faceta carrancuda, tem um bom coração, além de uma ótima aparência. Com cabelos longos e castanhos, ela chama atenção por sua belíssima estatura. Sua voz doce é o seu maior charme, que encanta os que estão ao redor e disfarça seu mal temperamento.

Bento -

Dono de uma personalidade tranquila, Bento é um rapaz introspectivo e de poucas palavras. Com uma alma caridosa, é um jogador de vôlei que se apaixona por Angelina durante algumas consultas neurológicas e terapêuticas, conseguindo entender sua personalidade e trazendo conforto a ela, gerando sentimentos a garota. Seus cabelos claros e olhos castanhos, junto de um corpo atlético, para Angelina, o fazem parecer saído de uma revista.

[....]

A manhã se levantava antes de mim, sempre ao mesmo horário. A chuva nubla minha janela e o ar gélido acaricia suavemente meus olhos fechados. Com turves em minha cabeça levanto da cama sem muita dificuldade, e com os pés tocando o chão com precisão. Me mantenho de pé e imóvel por alguns segundos exatamente e só então o restante do mundo pode continuar.

Caminho da porta ao banheiro de casa erguendo os pés e sentindo o contato das minhas meias com o chão gelado. Com certa relutância em precisar sair de casa e fazer contatos sociais, quando o tempo está certo, tomo meu banho e arrumo-me da melhor maneira possível, afinal, a forma como me sinto por dentro não precisa ser expressada também em meu modo de me vestir. Com delicadeza escolhi meu conjunto Chanel amarelo favorito acompanhado de uma segunda pele com babados nos pulsos. Nos pés coloquei minhas sapatilhas favoritas da edição de Mary Jane's Chanel.

Eu estava... Belíssima!

Minutos mais tarde, meu chá feito por Matilde já esfriou, e sentada a mesa da cozinha, levo em consideração tudo o que vou enfrentar hoje. Pergunto-me o porquê de ter levantado. Fazer o que detesto e ir a lugares que detesto sempre me causaram revolta, mas pra tudo nessa sociedade é preciso fingir normalidade, porque essa é a realidade. No fim somos todos personagens de um grande teatro.

Pego meus fones de ouvido e uma barra de cereal para comer no caminho. Minha mãe já me esperava lá fora.

— Bom dia minha querida, como está hoje? — Perguntou-me em um tom calmo, ela era sempre assim.

— Estou bem. — Suspirei — Não quero falar muito hoje. Não dei bom dia nem para Matilde. — Respondi, um pouco mais ríspido do que pretendia.

Mamãe engoliu em seco.

Raios, a fiz sentir mal novamente.

— Tudo bem... Entre no carro, não podemos nos atrasar para a sua consulta.

Um Amor Para Cada DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora