Depois do encontro com Dominic no banheiro, Sophia ficou tão atordoada que esqueceu completamente que Benjamin a esperava na mesa, indo embora do restaurante. Como a senhora havia ensinado a ela, mulheres elegantes vão sempre ao banheiro com sua bolsa. Dessa forma, ela tinha tudo que precisava para pegar um táxi e voltar para sua aula.
No caminho, obviamente, ela lembrou de mandar uma mensagem para Benjamin, dando uma satisfação. Sophia não se sentia à vontade para dizer o que realmente tinha acontecido para seu advogado, então ela acabou inventando uma desculpa qualquer.
"Benjamin, peço desculpas, mas precisei ir embora. Em breve, eu te darei uma resposta sobre minha decisão com relação ao divórcio no litigioso."
Sophia.
Ainda no táxi, Sophia recebeu uma resposta de Benjamin, que a fez revirar os olhos. Percebendo que ele tinha avançado o sinal com ela no almoço, passando do limite cliente e advogado, ela estava um pouco aborrecida com ele.
"Sophia, eu fiquei preocupado com sua demora. Está tudo bem?"
Benjamin.
Na verdade, Benjamin era um homem bastante perceptivo e tinha ficado receoso que Sophia tivesse realmente fugido dos seus avanços e de fato, aquilo também tinha contribuído para ela ir embora daquele almoço de forma inesperada.
"Sim. Estou bem, mas senti uma leve indisposição e achei melhor ir embora. Por favor, não se preocupe, pois já estou melhor. Obrigada."
Sophia.
Era por volta das cinco da tarde e Sophia não conseguia se concentrar no que seu professor falava. Ela estava completamente distraída, pensando em Dominic e em tudo que tinha acontecido no lavabo do restaurante. Era melhor que ela tivesse voltado para o hotel mesmo, pois não estava absorvendo nada da aula.
— Sophia?! — O professor chamou sua atenção, interrompendo os pensamentos dela. — Você pode fazer um resumo sobre o que eu falei agora a pouco?
— E... — Sophia começou hesitante, completamente constrangida, pois todos os outros alunos olhavam na sua direção. — Sobre a importância da análise do fluxo de caixa e ...
— Não. — O professor respondeu de maneira seca. — Peço que você volte de Nárnia ou de onde quer que seus pensamentos estejam e se concentre na aula.
— Desculpe, professor. — Sophia respondeu corando.
Definitivamente, ela deveria ter voltado para o hotel. Às oito horas da noite, o segundo turno da sua aula foi finalizado e Sophia retornou para o hotel onde sempre ficava hospedada. Ela poderia voltar no mesmo dia para Skaneateles, mas tia Mary ficava muito aflita com a estrada e preferia que ela sempre viajasse durante o dia. Por isso, já tinha quase dois meses que Sophia sempre ficava hospedada naquele hotel.
O Hotel Manhattan Serenity era um refúgio acolhedor situado no coração da cidade, que oferecia uma experiência de estadia confortável sem ostentação. Com uma fachada discreta e elegante, o hotel recebia seus hóspedes com um lobby decorado em tons suaves e mobiliário contemporâneo, criando uma atmosfera convidativa e relaxante. Os quartos eram espaçosos e bem iluminados, equipados com camas confortáveis, roupas de cama de alta qualidade e janelas amplas que permitem a entrada de luz natural.
As comodidades incluíam Wi-Fi, uma pequena área de trabalho que era muito útil para Sophia estudar e um banheiro moderno com produtos de higiene pessoal de cortesia. O hotel também fornecia um café no térreo, onde Sophia sempre comia algo antes de voltar, logo cedo, diretamente para a fazenda. A equipe, era sempre atenciosa e prestativa, e muitos já a conheciam pelo nome.
— Boa noite, senhorita Sophia. — Cumprimentou o recepcionista do hotel. Um rapaz jovem e charmoso, na casa dos 22 anos e que sempre ficava encantado com a beleza e a gentileza de Sophia.
— Boa noite. — Ela respondeu de forma cordial.
Seguindo diretamente para sua suíte, Sophia correu para o espaço do banheiro para tomar um banho. Esperava muito que aquele momento relaxante ajudasse a tirar um pouco Dominic da sua cabeça. O ambiente era clean e moderno, com paredes revestidas em azulejos brancos e detalhes em mármore cinza. No centro do espaço, existia uma banheira de imersão profunda, perfeita para banhos relaxantes após um dia agitado em Manhattan. Sophia nunca tinha usado a banheira do hotel, pois sempre chagava para tomar um banho rápido e revisar tudo que aprendeu na aula, mas hoje, ela decidiu que hoje seria diferente.
A banheira era acompanhada por uma prateleira de madeira elegante, onde repousam velas aromáticas e sais de banho, fornecidos pelo próprio hotel. Sophia ligou a torneira para encher a banheiro e começou a acender a velas. Voltando para o quarto, ela deixou suas roupas em cima da cama e seguiu nua para o banheiro, onde viu seu corpo refletido em um dos enormes espelhos do ambiente. Sem querer, Sophia imaginou Dominic ali, atrás dela, envolvendo sua cintura como muitas vezes havia feito e beijando seu pescoço.
— Droga... — Ela falou em voz alta. — Eu não quero pensar em você, Dominic...
Chacoalhando sua cabeça para espantar aquele pensamento, Sophia desligou a torneira e entrou na banheira, aproveitando o aroma incrível das velas para relaxar. Ao submergir lentamente na água quente, sentiu o calor envolver seu corpo, derretendo a tensão acumulada em seus músculos. A sensação era quase mágica. A água parecia abraçá-la, proporcionando um alívio imediato e profundo. As fragrâncias suaves das velas aromáticas, uma mistura de lavanda e baunilha, preenchiam o ar, criando um ambiente sereno que contrastava com o turbilhão de emoções em sua mente.
Fechando os olhos, Sophia permitiu que o calor penetrasse cada fibra de seu ser, e soltou um suspiro longo e satisfeito. A água quente acariciava sua pele, e ela podia sentir cada batida de seu coração desacelerar, sincronizando-se com o ritmo calmo de sua respiração. Por um momento, todos os problemas e preocupações pareciam distantes, dissolvendo-se na tranquilidade do banho. Ela se permitiu afundar um pouco mais, até que apenas seu rosto permanecia acima da superfície.
Como Dominic tinha lhe ensinado, ela começou a se tocar, querendo imaginar que estava com qualquer outro homem, o rapaz da recepção, um ator de cinema, qualquer um, mas Dominic teimava em voltar sempre para sua mente por mais que ela tentasse evitar. As mãos dele em seu corpo, seus beijos, o calor de sua pele... era tudo que ela mais desejava naquele momento.
Sophia sempre culpava sua falta de experiência sexual e emocional por ainda se sentir atraída por ele. Dominic tinha sido seu primeiro homem, e não era qualquer um. Ele era lindo, confiante, experiente e sempre emanava um domínio sobre ela que a deixava sem fôlego. A lembrança de seu toque, de seu olhar penetrante, ainda fazia seu coração acelerar, mesmo que ela tentasse se convencer do contrário.
Contudo, por tudo que seu avô John tinha passado na vida, um dos ensinamentos mais valiosos que ele lhe deixou foi sobre a confiança. John sempre dizia que a confiança era a base de qualquer relacionamento verdadeiro, e que sem ela, tudo desmoronava. Sophia sabia que, apesar de toda a atração que sentia por Dominic, a confiança entre eles havia sido quebrada de maneira irreparável. A traição e as mentiras pesavam em seu coração como uma âncora, impedindo-a de se entregar completamente aos sentimentos que ainda nutria por ele.
Enquanto a água quente acariciava sua pele, Sophia refletia sobre a dualidade de suas emoções. Por um lado, havia a paixão avassaladora que Dominic despertava nela. Por outro, a necessidade de honrar os ensinamentos de seu avô e proteger seu próprio coração.
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Sedução e segredos
RomanceDominic Harrington, um magnata implacável, vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando o último desejo do seu avô o obriga a casar-se com Sophia, uma desconhecida de beleza única. O plano de Dominic parece simples: Casar, herdar e abandonar. Con...