25 | 𝙚𝙭𝙝𝙖𝙪𝙨𝙩𝙚𝙙 𝙛𝙧𝙤𝙢 𝙛𝙞𝙜𝙝𝙩𝙞𝙣𝙜 𝙛𝙤𝙧 𝙡𝙞𝙛𝙚

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Los Angeles, Califórnia | Sexta-feira | 21:52

Los Angeles, Califórnia | Sexta-feira | 21:52

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Ana Flávia's point of view

Eu e Gustavo estávamos nos afastando.

Eu juro que eu tentava permanecer firme e esquecer um pouco dessa doença.
Eu juro. Eu tentava todos os dias viver intensamente ao lado de Gustavo.

Mas isso está ficando tão desgastante para nós.
Fingir que tudo está bem quando a circunstância é totalmente a contrária.

Não brigávamos, não discutíamos, não conversávamos.

Nossa relação começava a esfriar e o medo crescia cada dia mais em meu peito.

O medo de perder Gustavo.
O medo de morrer qualquer dia, sem dizer a meu marido, que eu o amava mais que qualquer coisa existente.
O medo de abandoná-lo.
O medo.

Uma vez eu assisti aquele filme. Divertidamente.

Na época, a alegria era quem comandava tudo na minha vida.

Eu era uma pessoa verdadeiramente feliz.

De um tempo pra cá.
Depois da insuficiência
O medo e a tristeza foram mais fortes que ela.

Eu chegava a ter vontade de morrer só de pensar em perder Gustavo. Mas eu não conseguia. Eu não conseguia dizer isso a ele.

Tudo que eu mais queria era dizer a Gustavo que eu o amava com todo meu coração e que doença nenhuma iria nos separar.

Eu queria dizer que meu maior sonho era ter um filho seu, mas eu tinha medo.
As possibilidades de ter um filho assim, são todas voltadas a morte do bebê.
Eu não tenho mais de um ano de vida.

Como eu vou gerar um neném em 9 meses e depois sumir?

Meu filho nunca lembrará quem fora sua mãe.

E Gustavo então? Como ele cuidaria sozinho do bebê.

Não tinha cabimento aquilo.

Minha maior dor no mundo era saber que eu não poderia ficar grávida porque morreria em breve.

Eu levaria o bebê comigo, e deixaria Gustavo aqui.

Eu estava sentada no sofá de casa. Sozinha.

O horário que Gustavo costumava chegar já havia passado.

Eu já começava a ficar nervosa. Meu marido costumava chegar às 18:00 e quando atrasava, não passava tanto disso.

O problema é que já eram quase 22:00 da noite e ele ainda não havia aparecido.
Não respondia celular. Não atendia ligações. Ele simplesmente sumiu.

Já falei com seus pais, ele não estava lá.

Eu não conseguia pensar em um outro lugar.

Meu coração já batia descompassado e eu olhava a rua pela janela do nosso quarto, ajoelhada em uma cadeira.

𝙣𝙖 𝙨𝙖𝙪𝙙𝙚 𝙚 𝙣𝙖 𝙙𝙤𝙚𝙣ç𝙖 | 𝙢𝙞𝙤𝙩𝙚𝙡𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora