Corações indomáveis

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Beth Allen sorria ao ver a fotografia do filho de 22 anos, que tinha ido para a Europa estudar, ele voltaria para a cidade em menos de três semanas. A saudade tocava forte o coração da mãe, que vivia com um marido bem mais velho que ela. Ela odiava o marido, mas o filho amava. Sempre o amou.

Jacob, era dono de uma grande empresa de alimentos a Next&Now e Beth vivia com ele por causa da renda milionária que a empresa reunia para a família mensalmente. Ela idolatrava o dinheiro do marido. O ódio corroía as veias da mulher toda vez que o fitava, ela queria arrancar fio por fio, dos tufos esbranquiçados que restavam de sua cabeça calva.

— Vá buscar um whisky para mim, seu filho da mãe! — disse ela enquanto tomava banho de sol na espreguiçadeira próxima à piscina — Idiota!

Ela ria com a situação enquanto o marido fazia-se de escravo particular. Ao contrário dela, Jacob a amava, ainda mais por ter tido com ela um filho brilhante, que viaja por todo o globo em busca de mais conhecimento. O primogênito seria o novo presidente da Next&Now em breve, pois os dias do pai estavam contados. Nem James nem Beth sabiam, mas Jacob tinha um tumor maligno no cérebro e ele morreria em menos de um mês, estava muito avançado. O marido de Beth não revelara a ninguém nesses últimos três meses, queria morrer em silêncio, sem que ninguém sofresse com aquilo.

— Aqui está o whisky com gelo, Minha Senhora, como prefere — disse Jacob calmamente à esposa.

Beth revirou os olhos, enojada de ter que olhar para ele novamente.

— Não quero mais! — disse ela irritada — Saia daqui agora mesmo, Jacob! Quero ficar sozinha, entendido? — ele mal se mexeu, Beth levantou-se depressa e o encarou como se fosse um tsunami furioso devastando um litoral. — Você entendeu?

O coração do homem congelou, ela o fitava perversamente.

Jacob aproximou a bandeja com a bebida, mas antes que oferecesse outra vez à esposa, a bebida tinha sido atirada com violência para dentro da piscina. Beth o encarou outra vez e vociferou:

— Você é surdo?! — não ouve resposta da parte dele, ela saiu depressa de perto do marido, antes que o afogasse na piscina. Antes que arrancasse suas tripas com as próprias mãos, matando-o de vez e ficando assim com a mansão milionária, a empresa e o restante das suas enormes montanhas de dinheiro. — Imbecil. Você vai me pagar...

***

Jacob chorava em silêncio na cozinha. Ele amava Beth, mas não sabia qual o motivo dela o desprezar tanto. Ele sempre fora um bom marido. Amava a mulher de corpo e alma, fazia todos os desejos dela, até mesmo aqueles fetiches diferentes. Como S&M e Bondage e a até chamava-a de Minha Senhora, em momentos de tensão íntima. Ele particularmente não gostava daquilo, mas ela sim. Beth gostava de ser a dominadora, a controladora da situação. Ele era um felino inocente nas garras de uma pantera selvagem. Jacob consentia e ela o torturava em bel-prazer, em cima da cama ou fora dela...

— A amo tanto... — sussurrou ele fitando a esposa conversar com James por telefone. Beth dizia ao telefone que tinha saudades do filho adotado. Jacob também sentia saudades dele, pois o rapaz dava-lhe a atenção necessária, cobria todas as suas necessidades, quais à esposa não proporcionava, inclusive as de prazer. Jacob sentia a falta de James. Muita.

Assim que Beth terminou a ligação, jogou o telefone sobre o sofá e veio até o marido, beijando-o sedutoramente nos lábios, descendo feito uma serpente desvairada pelo corpo do homem, chegando com a boca na massa de carne adormecida.

— Como você quer fazer amor? Essa coisa nem fica dura, inferno! — ela saiu de perto dele — Desprezível! A sorte que James chegará logo, ele adiantou a viagem e chegará amanhã. Felizmente vou ter alguém de verdade em casa, não uma montanha de nada feito você! MON-TA-NHA-DE-NA-DA!

Corações indomáveisWhere stories live. Discover now