IMPÉRIO [M] - DESGUSTAÇÃO 2ª TEMPORADA VIVÊNCIA!

•08•

Helena 🐯

Ouvi todas aquelas palavras e me perdi, não sabia o que pensar, e ao menos como reagir. Terminei de entrar em casa com o olhar marinando em lágrimas. Meu pai estava parado na sala, confuso e perdido tanto quanto eu.

Helena : Pai, não vai fazer nada? -Questionei e ele demorou a olhar para me responder. -Não dá pra deixar ela simplesmente ir assim, como que tudo isso foi capaz de acontecer? Tão rápido?

Lobão : Deixa o tempo resolver as coisas, Helena! -Sentou no sofá, cabisbaixo e eu notei o quão ele estava mal, mas idealizei que a minha mãe poderia estar pior e subi as escadas na direção do quarto dela.

Entrei e ela estava com diversas roupas sob a cama, algumas lágrimas escorriam e eu me aproximei, na intenção de tentar fazer algo que a ajudasse.

Helena : Mãe...não acha que está tudo muito repentino? Pra onde a senhora vai? Não acho que...

Bruna : No momento é o melhor, Helena! Eu sei o quanto isso te afeta, mas se for pra ser dessa forma é melhor ficarmos separados, já está desgastante. Eu tentei filha, eu juro pra você.

Helena : Mas isso pode ser só questão de tempo, não é? -Questionei, impaciente. -Pra vê como tudo vai ficar...e por que tá juntando as coisas? Você que vai sair? -Me dei conta de tudo.

Bruna : Eu vou para o apartamento em São Conrado, meu amor, não precisa ficar preocupada comigo. -Murmurou baixinho.

Eu não fui capaz de aguentar, sair do quarto extremamente desesperada enquanto chorava. Liguei para o Murilo um milhão de vezes, e deixei diversos áudios no wpp.

Nem me dei conta que estava enfiando todas as minhas possíveis roupas dentro de uma mochila. Sentei na minha cama, confusa com tudo e ouvir passos no corredor, minha mãe se aproximou do batente, franzindo o cenho e entrou batendo a porta.

Bruna : O que é isso, Helena? -Questionou e eu olhei como se fosse óbvio, sorrindo em falso.

Helena : É claro que eu vou com você, né mãe! Jamais vou te deixar sozinha, mesmo não achando que seja o melhor...

Bruna : Filha, aqui você já tem a sua vida, o seu pai que te ama mais que tudo...não é justo você sair da sua zona de conforto por uma decisão que partiu de mim.

Helena : Mãe, não importa o que a senhora fale, o melhor para minha vida é estar perto de você. -Murmurei baixinho e ela se aproximou, sentou na cama me abraçando de lado e eu apoiei meu rosto no ombro dela.

Bruna : Sabe que você é a amiga que eu sempre sonhei em ter? -Beijou minha cabeça. -Te amo tanto, tanto minha filha.
Sequei um pouco do nariz e terminamos de arrumar as bolsas juntinhas.

Colocamos tudo dentro do carro, e não era nem a metade. Quando eu estava descendo com a minha última mochila dei de cara com o meu pai, ele me fitou com dúvida e passou a mão pelo o rosto.

Lobão : Que isso, filha? -Perguntou com a voz falha e eu desci o último degrau, engoli a vontade de chorar e passei o meu cabelo para trás.

Bruna : Pai...me pede qualquer coisa, menos pra ficar longe da mamãe. Eu amo o senhor, sei que tá tudo confuso, mas eu não sou capaz de ficar um dia se quer longe dela.

Lobão : Não quero te perder, pô! -Me puxou para um abraço e eu me aconcheguei em seus braços.

Bruna : E não vai. -Resmunguei baixinho.

Lobão : Vocês vão pra onde? -Segurou o meu rosto. -Tô ligado que você tá mal com essa situação, mas no momento talvez seja o melhor...deixa a poeira abaixar, o que for pra ser vai ser.

Bruna : Pai, com sinceridade, tem outra mulher nessa confusão toda? Porque eu não consigo imaginar o senhor deixando minha mãe escapar assim...

Lobão : Não tem, sendo sincero contigo, minhas únicas mulheres são vocês. -Acenei com a cabeça.

Olhei para tudo ao meu redor, a cada onde eu fui criada com tanto carinho e amor. Meus pais eram tão felizes, mas nos últimos meses a situação realmente começou a ficar um pouco mais preocupante.

Aguardei pela minha mãe, e quando ela desceu passou pelo o meu pai como se nem conhecesse ele. Me despedi outra vez, em um abraço e fomos juntas na direção da garagem.

Ela pegou o comando do carro e o caminho foi em um imenso silêncio, quando chegamos no apartamento uma sensação horrível me percorreu, era como se aqui a minha vida fosse virar de ponta a cabeça.

Bruna : Promete pra mim que se nada der certo, e se você não se adaptar, volta para a casa do seu pai?

Helena : Para nossa casa, mãe, e você vai voltar comigo, tenho fé nisso. -Ela me olhou de canto. -Deixou de amar ele, dona Bruna?

Bruna : É claro que não, Helena! Seu pai é muito importante pra mim, as coisas só não estavam fluindo, foi o momento de tentar salvar pelo menos a admiração que temos um pelo outro.

Murmurei um "hm" e em uma fração de minutos bateram na porta, era o Murilo e eu abri.

Murilo : Cadê ela? -Questionou e eu olhei para dentro, apontando a direção do quarto. -Vou trocar um lero.

Fui atrás mas ele praticamente bateu a porta na minha cara e girou a chefe. Suspirei irritada, e voltei para a cozinha, organizando o que era possível.

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