Presente para o Dia dos Namorados

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O apartamento ficava numa zona bem conversada da cidade. As janelas eram muito grandes, fornecendo uma vista bastante agradável, para o parque que havia próximo dali. Na sala de estar, decorada em tons brancos e cinzentos, estavam sentadas quatro pessoas, à mesa. Já se estava a meio da tarde e no meio da mesa fora colocada uma grande taça cheia de gelado. Noah Izenpar, o dono do apartamento, lançou um olhar de reprovação a Tyler Brown, sentado à sua frente. À velocidade que Tyler comia gelado, parecia que não devia comer nada há dias. Sentada ao lado do namorado e dando-lhe de vez em quando uma cotovelada para que ele comesse mais devagar, estava Petunia Parsley. Era jovem, com cabelo castanho comprido e um sentido de moda apurado.

- Tyler, tens de comer mais devagar, caso contrário ainda te engasgas ou acabas por te sentir mal! – exclamou Petunia, lançando um olhar penetrante ao namorado. – Já para não falar no que o Noah e o Arun vão pensar.

- Mas eu estou com fome – queixou-se o namorado.

- Por mim, podes comer o que quiseres – indicou Arun.

Arun Huang sorriu. Era um jovem de origem asiática, com cabelo preto e um sorriso fácil. Vivia há pouco tempo naquele apartamento, que pertencia a Noah, o seu namorado. Como estava um dia quente, Arun tinha tido a ideia de convidar os amigos a irem dar uma volta e depois virem ali, o que eles tinham aceite. O namorado concordara, mas vendo a forma de comer de Tyler, reconsiderou. Noah vinha de uma família com posses, era alto, com cabelo claro espesso e geralmente era pouco sociável. Como tinha tendência a reparar bastante nos defeitos dos outros e a confrontá-los com isso, não era muito popular. Mas estava a tentar fazer um esforço. Ainda que Tyler não soubesse comportar-se, era amigo de Arun e portanto tinha de tentar ter paciência. Ainda assim, Noah esperava que em breve eles fossem embora, para poder ficar a sós com o namorado. Seria mais calmo e, para si, mais interessante.

- Se ficares com dor de cabeça, por estares a comer tanto gelado, depois não contes comigo para te levar ao hospital – avisou Petunia.

- Disparate! – exclamou Tyler, engolindo de seguida mais uma colherada de gelado, que tinha vários sabores misturados. – Eu não como assim tão depressa. Se bem que houve aquele concurso de comer cachorros quentes, no ano passado e eu quase ganhei. Nesse sim, tinha de comer realmente depressa.

- Não sei como é comer mais depressa do que já estás a fazer – murmurou Noah, sem que alguém realmente o ouvisse.

- Eu estou em crescimento.

- Só se for para os lados – disse Noah e daquela vez esqueceu-se de baixar a voz.

Arun e Petunia soltaram risos abafados, enquanto Tyler lançou um olhar irritado a Noah, mas de seguida voltou a sua atenção novamente para a sua taça de gelado, que nesse momento já estava a meio. Porém, visto que a taça maior, a meio da mesa, ainda estava bastante cheia, Tyler não estava demasiado preocupado. Arun tocou no ombro do namorado.

- Noah, não é simpático insultares os nossos convidados.

- Não estou a insultar, estou apenas a dizer a verdade. Tyler, podes comer o que quiseres, mas também não é preciso exagerares. Suponho que a Petunia não te deixa passar fome em casa.

- Claro que não, mas ele está sempre a comer – disse a namorada, encolhendo os ombros. – Enfim, suponho que cada pessoa tenha a sua particularidade. Eu gosto de falar e enquanto ele está a comer, fica a ouvir-me. Se não estiver a comer, está muito menos atento. Coisas de casais. No sábado, eu e o Tyler vamos ao parque de diversões. Espero que nos divirtamos bastante.

- E vamos gastar imenso dinheiro, de certo – indicou Tyler, fazendo um intervalo de três segundos e voltando a comer o seu gelado de seguida.

- Então, vão passar o dia dos namorados no parque de diversões – disse Arun, sorrindo.

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