Piloto

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"Senhoras e senhores, sejam bem-vindos à Berlim. Pedimos que permaneçam sentados com os cintos de segurança afivelados até que a aeronave tenha parado completamente e o sinal de 'apertar os cintos' seja desligado. Por favor, tenham cuidado ao abrir os compartimentos superiores, pois os itens podem ter se deslocado durante o voo. Agradecemos por escolher a nossa companhia aérea e esperamos vê-los novamente em breve. Tenham um ótimo dia!"


Aaron, que havia adormecido há algumas horas, acordou assustado com a voz do piloto avisando da chegada dos passageiros ao desejado destino. 

"Nossa aqui está bem frio", pensou enquanto desembarcava, sentindo o vento gelado cortar a sua pele.

Após se retirar do aeroporto, Aaron chamou um Uber, com ida para o seu novo apartamento na cidade.  

"Aaron Powell?" perguntou o motorista do aplicativo, abaixando o vidro do automóvel.

"Isso, eu mesmo!" respondeu, entrando no carro e ajeitando sua vagagem no banco ao lado.

Aaron Powell, um jovem de apenas 20 anos, nascido em Baltimore, EUA, sempre sonhou em seguir a carreira de pianista.  De estatura média, Aaron tem cabelos pretos, levemente ondulados que caem sobre sua testa de maneira despreocupada. Seus olhos castanhos claros profundos refletem uma determinação inabalável e uma curiosidade insaciável pelo mundo ao seu redor. A pele clara contrasta com o leve tom rosado de suas bochechas. Não vive sem seus óculos, pois, sem eles, fica mais atrapalhado do que já é.

 Desde pequeno, passava horas praticando no piano de sua avó, onde descobriu sua paixão pela música. Com o apoio incondicional da família, matriculou-se no renomado Conservatório Musical de Berlim, mudando-se para a Alemanha em busca de aprimoramento de suas habilidades. Ele sabia que o caminho até a tão sonhada Competição de Piano de Paris seria árduo, mas estava determinado a enfrentar cada desafio com dedicação e coragem. 

Ao observar as paisagens da cidade pela janela do carro, Aaron sentia uma mistura de ansiedade e excitação. Berlim não era apenas um novo capítulo em sua vida; era a chance de provar a si mesmo e ao mundo que ele tinha o talento necessário para se destacar entre os melhores.

"A primeira aula começa amanhã," pensou, ajustando o relógio no pulso. "Preciso estar preparado."

O motorista, percebendo a expressão pensativa de Aaron, tentou puxar conversa. "Primeira vez em Berlim?"

"Sim," respondeu Aaron, com um sorriso nervoso. "Estou aqui para estudar música."

"Berlim é uma cidade incrível para isso. Você vai adorar!", disse o motorista com um sorriso encorajador.

Chegando ao seu novo lar, Aaron agradeceu ao gentil motorista pela carona e pelas palavras reconfortantes e entrou no prédio, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. Ele sabia que cada dia traria novos desafios, mas estava pronto para enfrentá-los de frente. Ao se deitar na cama naquela noite, sua mente estava repleta de pensamentos sobre o futuro, mas uma coisa era certa: ele faria de tudo para alcançar seu sonho.

"Eu espero que tudo dê certo amanhã e as pessoas sejam amigáveis", pensou ele, adormecendo enquanto pensava no seu primeiro dia. 


                                                                No dia seguinte...


BEEP! BEEP! BEEP! o som estridente do alarme ecoou pelo quarto

Aaron deu um pulo da cama, não imaginava que seu cochilo de vinte minutos duraria dez horas. Tomou um banho caprichado, vestiu sua melhor roupa, um terno preto, combinado com um sobretudo, uma calça de alfaiataria italiana e um coturno. Pegou um metrô em direção ao conservatório musical. 

Enquanto o metrô balançava suavemente pelos trilhos, Aaron revisava mentalmente sua peça, na qual todos os novatos apresentam no seu primeiro dia. Revisou cada nota, cada pausa, cada dinâmica - tudo precisava estar perfeito. Ele sabia que sua apresentação de hoje não era apenas mais uma performance; era o seu momento de mostrar a todos que ele merecia, verdadeiramente, estar ali. 

Chegando ao conservatório, se encantou com a arquitetura daquele lugar, com  colunas imponentes e portas ornamentadas parecendo acolher e desafiar ao mesmo tempo. Respirou fundo e entrou, um som de uma famosa sinfonia tocada ao piano com notas afinadas ecoava pelos corredores, criando uma atmosfera mágica. "Quem está tocando? Isso está divino!", pensou, ansioso para ver quem era o talentoso pianista.

Aproximando-se do salão principal, viu um jovem ao piano, cabelos loiros como o girassol, olhos verdes marcantes e ambiciosos, ele exalava uma confiança que fazia Aaron temer não ser digno de estar ali. O jovem tocava com uma destreza impressionante, os dedos voando pelas teclas com uma precisão e paixão que deixavam claro seu talento inato. Sua postura ereta e o leve sorriso nos lábios sugeriam que ele sabia exatamente o efeito que sua música tinha sobre os outros e sobre si próprio. 

"Muito bem, Klaus. Você nunca me decepciona. Impressionante!", elogiou, o professor, tentando conter sua emoção.

Aaron sentiu um frio na espinha ao perceber que este poderia ser seu maior rival. Ele se perguntou se conseguiria se igualar a esse nível de habilidade. Cada nota que o jovem tocava parecia ecoar na mente de Aaron, desafiando-o a ser melhor, a se esforçar mais.

"Aaron Powell?", perguntou o professor Glassman, um aposentado pianista e uma grande celebridade europeia, que agora estava focado em ensinar seus alunos a serem os mais novos famosos pianistas da Europa. Seu olhar penetrante e postura ereta mostravam que, apesar da idade, ele ainda mantinha a mesma autoridade e paixão pela música que o tornaram uma lenda.

"Sim, sou eu," respondeu Aaron, tomando um leve susto após o corte de seus pensamentos sobre o loiro pianista. Ele se recompôs rapidamente, sentindo o peso da presença do renomado professor. Glassman avaliou Aaron com um olhar crítico, mas não sem uma ponta de curiosidade.

"Seja bem-vindo ao Conservatório de Berlim. Espero que esteja pronto para trabalhar duro e superar seus próprios limites," disse Glassman, com uma voz que misturava rigor e encorajamento.

Aaron assentiu, tentando esconder o nervosismo. "Estou pronto, senhor."

O professor deu um leve sorriso, satisfeito com a resposta. "Muito bem. Vejo potencial em você, Aaron. Vamos começar sua jornada para a Competição de Piano de Paris."

Com isso, Glassman virou-se e começou a andar em direção ao piano, gesticulando para que Aaron o seguisse. Enquanto caminhava pelo salão, Aaron lançou um último olhar ao loiro pianista, agora com uma determinação renovada. Ele sabia que a estrada seria difícil, mas estava mais do que nunca decidido a provar seu valor.

"Mostre-me o que praticou. Queremos ver se é realmente o seu lugar neste conservatório," disse o professor, com um toque de provocação.

Aaron, lentamente, aproximou seus dedos das teclas e iniciou a sinfonia que praticara por meses. Seus dedos flutuavam pelo piano, como se ele se transportasse para outra dimensão, trazendo emoção à música. Cada nota ressoava com uma profundidade e paixão que preenchiam o salão, capturando a atenção de todos ali, inclusive do professor Glassman. A música fluía como uma narrativa emocional, refletindo a jornada de Aaron até aquele momento, desde suas esperanças e sonhos até suas lutas e determinação.

Enquanto tocava, Aaron sentiu-se completamente imerso na melodia, perdendo a noção do tempo e espaço. O piano era uma extensão de sua alma, e cada acorde era uma expressão sincera de sua devoção à música. Os espectadores seguravam a respiração, envolvidos pela intensidade da performance.

"Ele não pode continuar aqui.", pensou Klaus, sentindo-se ameaçado.

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⏰ Última atualização: Jul 02 ⏰

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