Spider Girl | Bbangsaz

Ensaio labial

Mais um fim de semana agradável em Seul, sem muita criminalidade nas ruas e um clima bom.

A mulher aranha entediada decidiu ir para a casa de Hanni, já que fazia um bom tempo que as duas não se viam (uma semana).

- Abri aqui, Pham - Ela deu uns soquinhos na janela do quarto.

Rapidamente a garota abriu e deu um sorriso ao ver sua visita.

- Pensei que tivesse se esquecido da minha existência - Reclamou com falta da companhia da outra.

- Nunca! - Se jogou na cama - Trouxe uma coisa que você vai gostar.

Hanni ficou animada e sentou do lado da super heroína.

- O quê?

- Sorvete - Ela tirou de uma sacola - Eu estava vindo, e me deu uma vontade de comprar quando vi em uma loja de conveniência.

- Deve ser muito engraçado ter que comprar as coisas com essa roupa - A menor riu.

- Antes era estranho, agora já me acostumei. Os atendentes nem ligam, só querem vender - Ela retirou a tampa e apreciou a cor azulada.

- Que cor estranha - A menina pegou um pouco do sorvete com os dedos e experimentou - Não sei dizer que gosto é esse.

- Bom, aqui diz que é de um pedacinho de céu.

- Então esse seria o gosto do céu? Interessante.

Hanni foi até a cozinha pegar duas colheres e suas falas da peça de teatro.

Enquanto comiam, ela mostrou o roteiro e disse que estava participando do teatro da escola.

- Que nome estranho - Disse a mulher aranha.

- Então? Não entendi também. Achei legal trazerem Romeu e Julieta para o futuro, mas sem necessidade de colocar esses nomes toscos - A menina riu.

Enquanto elas comiam, Hanni falava do quão insegura estava ao fazer o papel principal, já que ela nunca tinha participado de uma peça antes.

- Não fica assim. Você vai se sair bem, tenho certeza.

- Essa nem é a pior parte! Você acredita que vou ter beijar o Tomeu? - Disse aos prantos - Pelo menos será só no dia da apresentação, imagina que mico.

A mulher aranha rolou de rir - Vai ser seu primeiro beijo? Que dó.

- Claro que não, já beijei antes, mas faz algum tempo... Nem lembro mais como é - Falou triste.

- Tá tão na seca assim? Se você quiser eu ajudo você a ensaiar - Brincou.

- Tá - Disse sem pensar e as duas ficaram vermelhas de vergonha.

As brincadeiras delas sempre acabavam de um jeito estranho e vergonhoso.

- Por um lado, realmente é uma boa ideia, mas seria um pouco desconfortável, eu acho - A heroína disse.

- Sim mas, como? - Hanni se referiu máscara da mulher aranha.

- É só... Eu tirar só a parte de baixo...

Elas evitavam se olhar.

- Por mim tudo bem... O quê você acha?

- Nada. Quer dizer, é só um beijo técnico né? Ensaio, essas coisas. Não significa nada - Pham deu um sorriso forçado e perdeu sua confiança.

- Feche os olhos - A aranha disse enquanto se aproximava lentamente da menor.

O coração de Hanni estava prestes a explodir de ansiedade. Ela nunca se sentiu tão envergonhada na vida.

"Como chegamos a este ponto?" Ela pensava com os olhos fechados e inquieta.

A mulher aranha então, retirou apenas uma parte de sua máscara, deixando visível apenas seus lábios e pescoço.

Ela chegou mais perto ainda do rosto da Pham, e conseguia ouvir e sentir sua respiração perfeitamente.

Com um impulso de coragem, ela deixou seus lábios tocarem os da outra garota em um beijo suave e breve, um pequeno selinho que fez a menina estremecer com a surpresa do toque. Ela sabia que, no script da peça, o beijo seria apenas um selinho um pouco mais demorado, porém, ambas pareciam não se contentar apenas com isso. Assim, a morena puxou Hanni para mais perto e plantou mais selinhos em sua boca, cada um mais intenso que o anterior.

A ideia de beijar alguém cujo rosto nunca viu antes se tornou, um pouco tentador e excitante. Foi Pham que tomou a iniciativa de aprofundar ainda mais o beijo, aumentando a tensão entre as duas. Apesar de um pouco desajeitado no início, o beijo rapidamente se tornou viciante.

Por um momento, Hanni se esqueceu completamente de onde estava, perdida na sensação do beijo. Foi apenas quando o ar começou a fazer falta que ela se lembrou de onde estava e do constrangimento do quê estava fazendo. Rapidamente, ela se afastou da mulher, tentando controlar sua respiração acelerada.

A aranha rapidamente arrumou a sua máscara, e tentou processar tudo que tinha acontecido nos últimos quinze segundos.

Constrangidas, elas ficaram em silêncio até Hanni começar a rir como uma besta.

- Eu sei que não é engraçado, mas eu tô muito envergonhada agora - Cobriu o rosto com suas mãos.

- Foi estranho - Elas riram.

Quebrar o clima tenso com risos foi a melhor opção que acharam. Elas voltaram a comer sorvete fingindo que nada de mais tinha acontecido.