Chocolate

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O resguardo que eu mesma havia prescrito à ela terminou a alguns dias, e hoje era a bendita consulta de liberdade como ela dizia. Ela iria com Natasha e eu iria levar Anya para as últimas vacinas. Eu já estava mentalmente esgotada de saber que Anya sofreria desde que acordamos essa manhã.



Ela tinha suas bochechas rosadas, um gorro cobrindo sua cabeça e orelhas, parecia um pacotinho bem embalado no meu colo. Eu arrulhei elogios de 5 em 5 segundos, fiz barulhos bobos, gargalhei alto para incentivar... Nada de sorrisos. A menina parecia me analisar a cada movimento como se eu fosse algo complicado de entender.



Será que ela não me ama?



"Yelena, não pense nisso tão forte, ela te ama..." Kate respondeu meus pensamentos com meu último drama recorrente. Eu estava na fase de pensar que não sou amada por Anya. Talvez nem pela mãe... já que ela nunca me disse isso. Ok, nós tivemos aquela conversa conversa incrível sobre sentir essas coisas, mas ela não disse as palavras...



Você também não disse. Meu subconsciente gritou de volta.



Nós descemos pelo elevador conversando sobre nossos planos para a semana de receber seus amigos e fomos para o meu carro com uma Kate super bem humorada. Minha caminhonete recebeu uma cadeirinha perfeita para Anya desde a primeira semana. Eu a coloquei lá e abri a porta para Kate ir com ela no banco de trás.



"Querida, você acha que eu posso ter um croissant com chocolate e aquele descafeinado especial que você me trouxe outro dia?" Ela pediu baixinho apertando o cinto em si mesma. Aqui estava nossa pequena batalha cotidiana. Kate era uma paciente muito teimosa... Ela vinha pedindo coisas assim... comia escondido e eu tinha que trabalhar muito para fazê-la entender sobre os prazos, o que vai acontecer... Meu coração ficava partido por negar coisas simples como chocolate ou café a ela... mas ela precisa ser lembrada disso muito mais vezes do que eu gostaria de falar disso.



Hoje eu poderia negociar com ela tendo uma proposta realmente boa.



"Kate... poder você pode... mas eu acho que hoje Anya vai precisar mamar muito para se acalmar... ela vai chorar muito... e todo esse açúcar... podemos ter isso depois? Eu prometo te compensar... minha mãe me deu alguns dias de folga... e... eu pensei que você esperaria para nosso encontro amanhã..." Eu tentei negociar olhando para ela no retrovisor.



Eu e ela teríamos nossa primeira noite livre amanhã, ela vinha se organizando para isso a semana inteira, ela foi ao salão de beleza, gastou um dia inteiro nisso. Ela cortou o cabelo. Ela comprou roupas novas. Ela parecia nesse momento como uma modelo. Eu ainda estava impressionada com como o corpo dela estava praticamente limpo dos sinais da gravidez, ela me disse que seu peso aumentou um pouco, mas para mim, visualmente, somente seu abdômen me dava pistas de que ela acabou de ter um bebê e nem isso, eu só sei porque consigo reconhecer os sinais e eu mesma arranquei a bebê de lá, para um desavisado ela jamais teve um bebê, ela praticamente estava com músculos comuns novamente. As estrias comuns. Mais carnes na bunda e nas coxas. Pelas fotos que eu vi ela parecia totalmente muito mais gostosa do que o que ela era antes.



Ela estava pensativa no banco de trás e eu estendi minha mão para ela.



"Malishka... eu sei que você quer seus doces de volta, mas Anya precisa de você... não fique triste... deixarei você comer esse chocolate direto dos meus peitos amanhã, como isso funciona para você?" Eu disse mordendo meus lábios para não rir.



Ela riu alto, trazendo sua mão para meu rosto, apertando minhas bochechas. Eu sorri para a estrada.



"Tudo bem, sendo assim, eu posso esperar." Ela disse sorrindo para mim pelo retrovisor.



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