Cap 26

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Pov Jihyo

Faltavam poucos dias para o Natal, e é claro que a celebração seria na igreja. Estava ajudando as meninas do congresso a terminar alguns enfeites que ainda não tínhamos colocado. O cheiro de pinho fresco e canela preenchia o ambiente, misturando-se com a leve fragrância de velas acesas. Na verdade, eu gostava bastante do Natal; era um momento especial tanto para a igreja quanto para mim. Significava o nascimento do Criador, e isso me inspirava a pensar que era um momento para renascer como uma nova pessoa, desejar melhorias para o próximo ano, paz, saúde e tudo mais.

Enquanto terminava de pendurar alguns enfeites na enorme árvore verde, sentia o calor das luzes piscantes refletindo no meu rosto. De repente, uma sombra interrompeu a luz, anunciando a presença de alguém ao meu lado.

– "Jihyo" – Uma voz doce chamou meu nome.

– "Sim?" – Era Tzuyu. Sua altura não combinava com a delicadeza de sua voz, mas ao mesmo tempo parecia um anjo me observando de cima.

Ela pegou algumas bolinhas vermelhas e douradas e se acomodou ao meu lado. Sua fragrância era leve, um misto de lavanda e jasmim, invadindo minhas narinas de forma gentil e acolhedora.

– "Ham..." – Ela resmungou antes de continuar. – "Está tudo bem com você?" – A chinesa parecia diminuir cada vez mais seu tom de voz, quase um sussurro.

– "O quê?" – Dou uma risada forçada, tentando dissipar a tensão que começava a se formar. – "Por que está me perguntando isso?" – Ela levantou as sobrancelhas, ainda me encarando. Talvez eu devesse ser mais gentil. Não era nada demais, Tzuyu sempre foi muito atenciosa.

– "Desculpa..." – Balanço levemente a cabeça, tentando reprimir minha reação. – "Estou... bem." Ela comprimiu os lábios. Talvez sentisse que eu estava mentindo ou que havia algo escondido.

– "Srta. Park..." – disse cautelosamente, sempre tão educada. – "Tem certeza? Parece preocupada, sinto isso pela tensão nos seus ombros." A mais nova tocou um dos meus ombros, parecia segurar toda bagagem acumulada sobre eles.

Dou um leve suspiro, fechando os olhos. Aquilo me preocupava ainda mais. Estava tão na cara assim? Olho para o lado, tendo certeza que ninguém estava por perto.

– "Eu..." – Gaguejo, a voz tremendo. Falar sobre meus sentimentos era um desafio diário. Odiava sentir essas coisas. – "Há alguns problemas atualmente em casa, mas..." – Rodeio um dos enfeites redondos, sentindo a textura dos brilhinhos na minha mão, tentando encontrar conforto em algo tão trivial.

Tzuyu me olhava atentamente, parecia escutar letra por letra que saía da minha boca.

– "Seu casamento..." – Ela teria lido minha mente? Como isso era possível? Melhor... como Tzuyu sabia...

Meus olhos me entregavam, com certeza, já que estavam totalmente arregalados, a encarando. Me encontrei sem reação. Ela teria tirado as palavras da minha boca.

– "C-como..." – Seu sorriso de lado se revela.

– "Eu senti que havia algo estranho..." – se aproxima. – "Mas, Srta. Park," – diz meio receosa.

– "Sim?"

– "Posso te dizer algo?" – Apenas correspondo com a cabeça.

– "Por algum motivo, sinto que o Pastor não é para você..." – Aquilo era um tapa na cara. Se até Tzuyu me falou isso, quem mais pensaria assim?

– "O que está dizendo, Tzuyu?" – Franzo as sobrancelhas pela ansiedade, meu coração disparando.

– "Eu não sei explicar, mas eu percebi..." – Ela me encara por uns segundos, como se tivesse se arrependido. – "Desculpa." – Tampa o rosto com as mãos. – "O que estou dizendo... me des_"-

Minha mulher daquele homem Onde histórias criam vida. Descubra agora