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Pov Jihyo

Às vezes, acredito que tudo na vida tem um propósito, um significado, sabe? Às vezes até me assusto com a quantidade de coisas que já aconteceram na minha vida.

Tive apenas dois namorados em toda a minha vida. Um deles virou meu marido e tivemos um lindo filho chamado Soobin. Minha relação com meu ex-marido, Daniel, não durou nem dois anos. Não temos uma boa relação e apenas mantemos a postura de pessoas adultas e maduras na frente do nosso filho, pelo bem dele.

Eu e Kang nos separamos há três anos e eu me arrependo até hoje de ter entrado em um casamento com ele. A única coisa boa na nossa relação foi o nascimento do Soobin. Nem mesmo o sexo era bom. Para ter uma noção, ele nunca me proporcionou um orgasmo. Na verdade, nenhum dos dois caras com quem me envolvi conseguiu essa proeza. Mas pelo menos Daniel não me pressiona para nada e nem me perturba. Vivo tranquilamente com meu filho e ele vem visitar apenas quando quer e o leva de vez em quando para alguns passeios juntos.

Atualmente, tenho 32 anos, sou formada em administração e sou completamente centrada em minhas coisas. Atualmente sou dona de uma das maiores redes de hotelaria do mundo, tendo como polo a unidade de Seul. Tudo isso foi deixado pelo meu pai, que morreu um pouco após o nascimento de Soobin.

Moro no hotel de Seul, pois é mais prático para mim. Soobin tem um quarto só para ele e eu tenho um apenas para mim. Sei que tenho condições de comprar um apartamento e até mesmo uma casa maravilhosa em qualquer lugar do mundo, mas entre nós, eu moro sozinha com meu filho, tenho uma rede de hotéis onde mando e desmando em todo mundo, por que eu sairia daqui para virar dona de casa? Pois é...

Não me considero uma pessoa feliz. Na verdade, me considero uma pessoa solitária. Acredito que se não fosse pelo meu filho e minha melhor amiga, Nayeon, que não sai do meu pé, além de Chaeyoung e Dahyun, que cuidam do Soobin, eu não sei bem o que seria da minha vida. Não sou muito comunicativa, me considero uma mulher de poucas palavras. Não me interesso por ninguém desde meu último relacionamento com Sungbin, que também foi um pé no saco. Foi tão traumatizante que não saio nem para dar uns beijos. De qualquer forma, isso não me faz falta, pois aprendi a viver sem amor em meu coração, apenas me acostumei.

Bom, este foi o momento mais reflexivo da minha vida, onde estou apenas sentada na cadeira do meu escritório com um lápis entre os lábios.

Porém, sou despertada desse momento quando escuto o furacão Nayeon entrar no meu escritório após bater na porta.

Nayeon é uma mulher linda, de 35 anos, e era casada com Jeongyeon. Elas têm dois filhos adotivos, Hyunjin e Changbin, duas pestes.

Minha comunicação com Jeongyeon sempre foi mínima, já que ela é piloto de aviões e não fica tanto tempo por perto. Nayeon, minha melhor amiga desde que me entendo por gente, é um pouco mais velha do que eu, mas parece uma criança birrenta às vezes.

- Hoje resolvi bater na porta, queria ser gentil.

Ela disse, colocando a bolsa sobre o sofá no canto da sala.

- Agradeço pela gentileza, Nayeon.

Falo sorrindo e negando com a cabeça ao mesmo tempo, vendo-a ir até a mesinha no outro canto da sala e se servir de uísque com gelo em um copo. Ela ergue o copo para mim, oferecendo, mas nego com a cabeça. Quem em sã consciência bebe às dez da manhã?

- Sabe que ainda são dez da manhã, Nay Unnie.

- E tem hora para encher a cara agora?

Ela disse sorrindo, sentando na cadeira à frente da minha mesa e levando o copo à boca.

JIHYO  -  SAHYO (TWICE ADAPTAÇÃO) Onde histórias criam vida. Descubra agora