Transformada

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Só mais um dia insuportável nessa droga de escola. Eu prefiro a Harcky mas por algum motivo, minha mãe e eu estamos sempre nos mudando. É simplesmente detestável.
-Carolyn? -minha mãe diz com doçura,entrando em meu quarto.
-está tudo bem?
-Claro mãe.- É claro que não!
-venha,está na hora do café.-Suspiro.
-ok,já vou descer.
-tudo bem. Se precisar de mim,estarei lá em baixo.-minha mãe sai,e eu a observo sumir no corredor. Eu estava tão cansada por ter de mudar a rotina repentinamente... estávamos na Geórgia a dois meses e ainda não havia conseguido vaga em escola alguma. Levantei-me de minha cama e escolhi qualquer peça no guarda-roupa e saí andando... Chego na cozinha e lá está minha mãe com seu sorriso cansado e exausto.ela se empenhava muito para oferecer a nós duas uma vida razoável. Meu pai? Nunca tive o prazer de conhece-lo. Mamãe diz que ele morreu num acidente de carro,quando eu tinha apenas 5 meses de vida. Me sento à mesa e mordisco um pedaço de pão.
-Filha...?
-Hmm?-respondi com a boca cheia.
-sua camiseta está do lado avesso.
-o que?-olho para baixo,o desenho da camisa está para o lado de dentro.
-Epa.-respondi com um sorriso.
Depois do café (e de arrumar a blusa) fui para o quintal e me sentei no gramado ao lado do pequeno jardim de pêtunias. Comecei a comtemplar a minha paisagem limitada de casas e carros. Do outro lado da rua vejo a Sra. Dickens,minha vizinha. Ela acena, e eu devolvo o cumprimento. Vê-la regar suas plantas tem sido meu divertimendo à dois longos meses. Observando melhor,vejo uma figura estranha parada ao seu lado. Não parecia ser uma pessoa,mas a sombra de uma. Olhei para os lados para ver se os outros vizinhos estavam vendo aquela coisa. Mas parecia que todos estavam mais ocupados com seus afazeres. Olhei novamente para a casa da Sra. Dickens,mas a sombra não estava mais lá. Por fim,resolvi entrar.estou enlouquecendo? Ao passar pela cozinha ouço duas pessoas conversando. Mas quem?
-mas acabamos de chegar!não podemos partir sem mais nem menos!-uma voz masculina responde:
-Tereza,é para o bem dela. E para o seu também. -oque? Vamos embora novamente? Mas..mas.. não! Ela não pode fazer isso comigo de novo! Dei um soco na porta, que produziu um som oco porém alto o bastante para que minha mãe e seu companheiro ouvissem.
-quem está aí? -pergunta o homem. Sem pensar corro para meu quarto,e bato a porta. Me virei e encarei o espelho,apesar de tantas mudanças, eu ainda me parecia comigo mesma. Os mesmos olhos azuis,os mesmos cabelos negros e a mesma pele pálida. Eu ainda era Carolyn Mackenzie. Fico me encarando por alguns minutos quando meu celular toca e me acorda desse transe.
-Cammylla!- finalmente alguém que poderia me fazer esquecer dos meus problemas. Cammy era a única amiga que eu fizera em em dois meses. Tirando ela e a Sra. Dickens,todos me detestavam. Chegaram a me perguntar se eu tinha B.O na polícia! Minha mãe disse que eu tinha mesmo cara de delinquente juvenil.
-Carol!-a voz animada de Cammylla surge do outro lado da linha.
- Pode falar Cammy.
- bem,você pode vir aqui em casa? está um tédio.
-Olha, eu não sei se...- minha mãe escondia coisas de mim. Eu precisava me distrair. você precisa sair daqui. agora .
- Carolyn?
- Tudo bem. Eu Já vou.-desligo o telefone
E minha mãe aparece na porta.
-Vai para onde? -apenas corra.
- Ver Cammylla. Ela precisa que..-um brilho perigoso surge nos olhos dela. Oque aconteceu com a minha mãe?
- Você não vai para lugar nenhum.-Corra!
-Mãe? ... você está se sentindo bem?-ela põe as mãos na cabeça como se sentisse dor.
- hã? - ela diz. Corra ímbecil!
- mãe...?- corra,se quer viver,corra! Mas é a minha mãe! Não vou fugir...
-Aaaaaaaah! - um par de asas cresce das costas da minha mãe e ela avança pra cima de mim.
-mãe!
meu sangue começa a borbulhar e eu olho a
Para a janela aberta. Corro para ela. Algo passa zunindo por meu ouvido e se espatifa na parede.
-Droga! - passo uma perna pela Janela depois a outra,olho para trás e ouço um rugido ensurdecedor. Sem pensar me jogo da janela,desço o telhado rolando e paro me agarrando à calha. Então eu vejo,a sombra novamente. Minha visão está embaçada e a altura me causa tonturas. Ela se aproxima de mim e uma dor lacerante se forma no meu pescoço. Me esforço para me manter acordada,tudo está girando e então eu desmaio.

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