Capítulo Único

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— O que o senhor acha desses aqui? — a vendedora não parava de sorrir desde o momento que tinha começado a atender Langa, trazendo mais uma bandeja com alianças para o canadense avaliar.

Com certeza, a presença de um jovem de 24 anos com um skate debaixo do braço não era uma situação habitual para uma joalheria, mas independente do que poderia parecer, a jovem de cabelos negros parecia bem animada enquanto perguntava e ouvia as informações sobre o namorado do canadense para encontrar a melhor aliança.

Langa Hasegawa não imaginava que escolher alianças desse tanto trabalho, talvez teria sido melhor ter pedido ajuda para a mãe. Já estava começando a ficar com fome e também não poderia demorar muito, porque daqui a pouco Reki iria desconfiar e questionar onde ele estaria, já que teve que dar uma escapada do trabalho para escolher a aliança.

Langa passou o olhar pelas opções, seria bem melhor se ele conseguisse produzir as alianças, mas era Reki que possuía as habilidades de artesão...

Foi quando seu olhar parou em um par de alianças de prata, eram bem simples, mas o que chamou a atenção era o fato de que cada uma delas tinha uma pequena pedra incrustada na prata, uma era vermelha, lembrando muito a cor dos cabelos de Reki, e a outra era azul.

— Poderia ver essas duas? — indicou as alianças, já ficando mais animado.

— Ah essas são muito lindas mesmo! — a vendedora disse, já entregando o par para o canadense avaliar. — E também cada uma delas vem com uma corrente de prata. Você disse que seu namorado faz muito trabalho mexendo com máquinas, serras e outras ferramentas, além de que como os dois andam muito de skate, podem usar as alianças como pendentes para que não arranhem enquanto estiverem praticando as manobras.

O canadense não tinha dúvidas, tinha achado a aliança perfeita.

— Vou levar essas!

A atendente mais uma vez sorriu.

— Você é do tipo que é bem decidido, por isso nem vou tentar te mostrar outras opções. Você tem a medida do dedo do seu namorado?

Langa entregou um anel de Reki, que pegou escondido, já que sabia que precisaria saber esse tipo de coisa, mas não queria estragar a surpresa. Em seguida, a vendedora também pegou a medida do dedo do canadense.

— A aliança do seu namorado será a da pedra azul e a sua a vermelha, certo? — ela estava fazendo as anotações no papel.

— É, isso mesmo.

— Certo. Fique à vontade que vou buscar as alianças no estoque.

Ao ver a gentil atendente se afastar, pensou que seria bem mais complicado fazer aquela compra. Mesmo já vivendo no Japão há mais de oito anos, ainda tinha algumas questões culturais que o pegavam de surpresa. Quando ele e Reki começaram a namorar logo depois daquela corrida deles ao amanhecer, o canadense teve dificuldade em manter as mãos longe do seu namorado.

O próprio Reki, que desde que se tornaram amigos era de longe o mais carinhoso e que sempre abraçava e apertava o rosto do amigo, ficou surpreso com a mudança de atitude do canadense, que sempre que possível, queria tocar, abraçar e beijar, sem se importar muito com onde estavam.

Como Langa nunca foi de se preocupar com o que os outros pensavam, ele não se dava conta dos olhares atravessados que recebia quando fazia essas demonstrações de carinho em público. Foi preciso que Reki o avisasse, não que Langa tenha aceitado facilmente isso, mas percebia como o ruivo ficava sem graça, então, foi necessário tentar manter toda a vontade que tinha do namorado contida até que os dois chegassem no apartamento que dividiam desde que começaram a cursar a faculdade.

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