23| A noite do Diabo.

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Não, eu não me importo com todos eles, por que tudo o que eu quero é ser amado, e tudo que me importa é você.
Você está presa a mim como uma tatuagem.
Não, eu não me importo com a dor, eu vou andar pelo fogo e pela chuva, só para ficar mais perto de você.
Você está presa em mim como uma tatuagem.”

Loreen — Tattoo

ZYAN


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Eu vou destruir essa porra de hospital.

Definitivamente vou quebrar todas essas malditas paredes e arrancar cada maldita pessoa que se meter na porra do meu caminho até Abby.

— Como quer que eu fique calmo porra? Levaram a minha mulher e ninguém pensou em me dizer! — rosno puxando os fios do meu corpo.
O médico olha para ele desesperado enquanto eu me levanto e cambaleio até a parede.

— Preciso achá-la — sussurro quando minha cabeça gira e o ferimento em minha barriga lateja.

— Nós sabemos senhor Landsov. Mais nesse momento o senhor precisa começar uma fitoterapia para fortalecer seus músculos — explicou o doutor e eu neguei.

— Não preciso da porra de uma fisioterapia. Preciso andar e encontra-lá. — rosnei sustentando meu corpo.

Essa droga de frescura não era pra mim, e eu não me importava se ia mancando, arrastado ou carregado.

Foda-se. Eu só preciso acha-la. Nem que tenha que revirar essa maldita cidade de cabeça para baixo.

— Você vai me ajudar ou só ficar olhando? — questiono vendo Denis suspirar antes de vir até mim e me ajudar.

— Pelo menos leve os remédios...

— Caralho, me dá logo — resmungo me apoiando nos ombros do meu motorista.

Pego o saco da mão do médico e cambaleio para fora do quarto.

— Preciso das minhas roupas. — digo e ele concorda me deixando em um banco enquanto vai até a recepção.

Minutos depois já estou vestido com uma camisa preta e uma calça jeans, que não são minhas mais pela etiqueta, Denis as comprou.
Saio do pequeno banheiro e o encontro de pé na porta como um segurança.

— Vamos. — digo já conseguindo me sustentar, mesmo que minhas pernas ainda tremam e eu ainda tropece nos próprios pés como um idiota.

Olho para trás vendo a fachada do hospital, franzindo a testa.

Não foi pra cá que eu vim com a Abby.

— Quem me trouxe pra cá? — pergunto a Denis enquanto ele se dirige até o carro.

— Ao que parece sua sogra fez questão de lhe dar o melhor tratamento. — ironiza e eu bufo.

— Sogra é o caralho. —  resmungo e ele sorri.

Era só o que me faltava, ficar devendo alguma coisa pra aquela mulher.

Entramos no carro e eu encaro Denis através do espelho retrovisor.

— Para onde? — ele pergunta e eu olho através da janela.

— Para casa da Karlla. Por que ela vai me dizer extamente que porra aconteceu.

Ele concordou ligando o carro e acelerando para fora do hospital.
Meu peito ardeu e eu inspirei me lembrando que precisava respirar.

Meus ossos ainda ardiam e eu sentia como se tivesse corrido a porra de uma maratona, minhas pernas pareciam amortecidas e não me respondia logo no início, mais depois de três dias elas começaram a parar de formigar e foram aos poucos voltando, mesmo que ainda doesse como o inferno.

Profano PARTE 01  [DISPONÍVEL ATÉ DIA 15/08]Onde histórias criam vida. Descubra agora