Capítulo 4

7 1 0
                                    

Renata refletiu por um momento.

— Podemos fazer uma busca por receitas médicas recentes, ver se encontramos uma correspondência. Se a pessoa perdeu ou deixou os óculos ali de propósito, talvez esteja em busca de novos.

Camargo sorriu, admirado com a rapidez de raciocínio de Renata.

— Boa ideia. E também precisamos verificar a origem da peruca. Algo tão específico pode ter uma trilha. Renata pegou sua bolsa, pronta para sair.

— Vamos ao teatro, então? Quanto mais cedo começarmos, mais rápido poderemos juntar as peças.

Camargo assentiu, pegando seu casaco.

— Vamos. A verdade pode estar escondida na bagunça, mas tenho a sensação de que estamos prestes a desvendá-la.

Juntos, saíram do escritório, a determinação brilhando em seus olhos, prontos para seguir as pistas que os levariam à verdade oculta nas sombras do mistério, enquanto Camargo dirigia o seu celular notificou uma mensagem do laboratório, na mensagem o técnico Roberto havia escrito "Camarguiiitoo, achando DNA feminino nas cenas de crime, e não, não combina com nenhuma das outras vítimas".

— Temos uma mulher envolvida — disse Camargo, virando-se ligeiramente para olhar Renata, cuja expressão estava focada na estrada à frente.

Renata piscou, processando a informação. Ela estava acostumada a sua maneira casual de lidar com as coisas, mas essa notícia era inesperada.

— Oi? — respondeu Renata, seus olhos se arregalando ligeiramente. — Você tem certeza?

— Sim, o Roberto acabou de confirmar. Encontraram DNA feminino nas cenas de crime, e não corresponde a nenhuma das outras vítimas — repetiu Camargo, sua voz cheia de uma mistura de surpresa e curiosidade.

Renata esfregou o queixo pensativamente, seus olhos se estreitando enquanto considerava as implicações dessa nova informação.

— Isso muda muita coisa. Precisamos reavaliar todos os nossos suspeitos e ver quem poderia estar trabalhando com uma mulher. Ou se estamos lidando com uma suspeita principal que passamos despercebido até agora — ela disse, sua mente já trabalhando nas novas possibilidades.

Camargo concordou, acelerando levemente o carro enquanto se dirigiam para o próximo local de investigação. As ruas da cidade passavam em um borrão de cores e formas, mas ambos os detetives estavam absortos em seus próprios pensamentos.

— Vou pedir ao Roberto para nos enviar um relatório completo sobre o DNA encontrado. Talvez haja mais pistas que possamos seguir — sugeriu Camargo, pegando o celular novamente para enviar uma mensagem rápida.

Renata assentiu, virando-se para olhar pela janela. O sol estava começando a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. A cidade, com seus edifícios altos e ruas movimentadas, parecia quase pacífica à luz do crepúsculo.

Finalmente, chegaram ao próximo local de investigação, um pequeno apartamento no centro da cidade. Camargo estacionou o carro e ambos saíram, prontos para enfrentar o que quer que encontrassem lá dentro. As paredes do prédio estavam desgastadas pelo tempo, e a porta da frente rangia enquanto eles a abriam.

No interior, a cena era sombria e desordenada. Papéis espalhados pelo chão, móveis revirados, e um ar de abandono pairava no ar. Camargo e Renata começaram a vasculhar o local meticulosamente, procurando por qualquer coisa que pudesse ligar aquele lugar ao DNA feminino encontrado.

— Veja isso — chamou Renata, segurando uma fotografia antiga que havia encontrado em uma gaveta. Mostrava um grupo de pessoas sorrindo, mas uma mulher em particular chamou a atenção. Ela tinha uma expressão séria, quase sombria, contrastando com os sorrisos ao seu redor.

— Precisamos descobrir quem é ela — disse Camargo, tirando uma foto com seu celular. — Isso pode ser a pista que precisamos.

Enquanto continuavam a investigação, a determinação que os havia acompanhado desde o escritório só crescia. Cada nova descoberta, cada pista encontrada, os aproximava mais da verdade oculta nas sombras do mistério. A noite estava apenas começando, e eles estavam prontos para desvendá-la, peça por peça.

╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳╳

A jovem enfermeira estava sentada em uma pequena mesa de madeira no fundo da sala de descanso do hospital. As luzes fluorescentes lançavam um brilho frio sobre o ambiente, e o cheiro de desinfectante preenchia o ar. Ela terminava de preencher alguns formulários, seus dedos movendo-se rapidamente sobre as teclas do laptop. O dia fora longo e exaustivo, e ela ansiava por um momento de descanso.

De repente, seu celular vibrava suavemente no bolso de seu jaleco. Ela o pegou, desbloqueando a tela com um rápido deslizar do dedo. Uma mensagem de seu companheiro apareceu na tela. Ao abri-la, ela instintivamente olhou ao redor para se certificar de que ninguém estava por perto. A sala estava vazia, e ela se permitiu relaxar um pouco.

A imagem que acompanhava a mensagem não era nada comum. Para qualquer outra pessoa, a visão seria repulsiva e alarmante, mas para ela, isso não era tão estranho. Ela e seu companheiro tinham uma conexão profunda e sombria, algo que os unia de uma maneira que poucos poderiam entender.

A mensagem que acompanhava a imagem dizia: "Temos carne por um bom tempo."

Sombras de Serra VerdeOnde histórias criam vida. Descubra agora