5: queen from every single tear of mine

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"Diário, andei pelo vale de meus medos nos últimos dias, revirei o remorso de cada ferida cicatrizada e as expus novamente, adoeci com cada olhar a me amaldiçoar pelas ruas familiarmente dolorosas e reprimi cada instinto primitivo por vingança. Embora nenhum desses infortúnios fora capaz de me fazer chorar, ainda assim, um par de olhos castanhos foi suficiente para me colocar de joelhos no chão frio durante uma tempestade com meus demônios. É que ela é a rainha de cada uma das minhas lagrimas e, por culpa dela, eu me vejo como uma garotinha medrosa mais uma vez."

SYDNEY, AUSTRÁLIA

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SYDNEY, AUSTRÁLIA.

O vento fresquinho batia na pele pálida de Roseanne, um vestido de praia transparente esvoaçante alcançava o ar enquanto ela sentia o calor atingir as suas costas pelo contato com o material da lancha em que se deitava. Seus olhos eram protegidos pelos grandes óculos escuros e ela encarava o imponente circulo no céu, embora não devesse, mas estava tentada a fazê-lo mesmo assim.

Dizem que tudo aquilo que é dito como errado ressoa em nossos espíritos e nos faz desejar incessantemente por isso.

Rosé era um animal selvagem em sua essência e odiava seguir regras ou obedecer o que lhe era ordenada, não fazia parte da natureza dela. Sempre foi assim, nunca se deu bem com sistemas que lhe colocavam em algum tipo de caixa, nunca foi a melhor em seguir regras, normas, até mesmo uma receita de bolo lhe parecia um desafio impossível por tantas etapas e regras estúpidas a se seguir.

Ela não funcionava daquele jeito e, na verdade, se orgulhava muito dessa característica. Ouvira a vida toda que ela era como a mãe; indomável, rebelde, imprevisível e excêntrica. Embora ela tivesse perdido a mãe cedo, lembrava-se perfeitamente da presença dela, os longos cabelos tingidos de castanho claro, as mãos sempre sujas de tinta, os pés descalços no quintal e os longos vestidos floridos.

Sua mãe era uma artista também, uma pintora. Não se lembrava de muitas coisas, mas se lembra de ter sido alimentada com amor incondicional, palavras doces e cheiro de tinta fresca. Lembra-se de seus dedos sujos de tinta espalhando-se pelas teclas do piano, do cheiro doce de sua mãe e de vê-la sempre sorrindo.

Ela viveu pela arte e assim Rosé também vivia.

Pensava com frequência nela, imaginava o que sua mãe a diria se pudesse ouvir o que ela sente agora. O que ela a diria pra fazer se soubesse no que a filha se meteu e que, talvez, ela pudesse considerar pela primeira vez a opinião de alguém sobre sua vida.

— Você tá bem? — a voz de Lucy a despertou de seus devaneios — No que tanto pensa?

— Achei que você estava nadando — ergueu seus óculos para observar a irmã se envolver em uma toalha ao seu lado.

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⏰ Última atualização: Jul 07 ⏰

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