18. Drogas

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Eu juro que eu gostei dessa aparÊncia, mas tudo bem se vcs imaginarem mais normal, o que importa é manter esse bulbo na cabeça dele ok?

Debruçada sobre o parapeito nos fundos da loja, observo a névoa branca que desce sobre o território humano, em contraste com o calor intenso da selva e posso sentir atrás de mim, a umidade rançosa do pântano

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Debruçada sobre o parapeito nos fundos da loja, observo a névoa branca que desce sobre o território humano, em contraste com o calor intenso da selva e posso sentir atrás de mim, a umidade rançosa do pântano.

Eu estou bem no meio, um pequeno posto de gasolina e loja de conveniência, o único da estrada.

Ouço os gritos do meu avô antes mesmo do sino na porta da frente, apago o cigarro na porta antes de entrar. Passo o mais rápido que posso pelo estoque e abro a pivotante que dá para a loja.

Meu avô está bravejando palavrões sem parar para o homem que entra pela porta dupla carregando dois engradados cheios.

O enorme bulbo sobre sua cabeça mal se espreme pela abertura, pegando toda a largura de seus ombros e músculos, manchados de branco, o cheiro adocicado que ele emana enche o ambiente logo depois.

— Calma, vovô. Ele só veio fazer uma entrega.

— Eu não quero esses malditos musgosos na minha loja.

Passo pela cadeira de balanço, ignorando totalmente o velho ranzinza e me aproximo da geladeira de bebidas que o musgoso está abastecendo.

— Oi, Takrat — cumprimento alegremente.

— Beth — ele revida, dando um breve olhar antes de enfiar mais três garrafas com uma só mão — venderam bem esse mês.

— Estamos sem café. As pessoas não querem parar para dormir no meio da estrada, então a única alternativa é se encher de coca-cola.

— No meu tempo, Coca-cola tinha sabor — meu avô voltou a bravejar — não era essa porcaria cheia de veneno musgoso.

— Não colocamos veneno no refrigerante, Sr. Ávilla. Mas é difícil conseguir a matéria prima já que vocês acabaram com o planeta — Takrat responde calmamente.

— Acha que eu vou acreditar nessa conversinha? Vocês querem deixar todo mundo viciado. Só assim pra continuarem vendendo esse lixo.

— Deixa ele pra lá, vai esquecer que você esteve aqui minutos depois que for embora.

— E para que? — Takrat me ignora, enfiando o restante das garrafas no freezer, ele empurra com o pé os engradados vazios até que esses batam no balcão — me desculpe, senhor. Mas se eu fosse drogar alguém com esse suco aqui — ele aperta o bulbo cheio sobre sua cabeça de um jeito que quase parece sexual — seria um cara podre de rico. Se eu mantiver você sobre controle, vou ter que cuidar dessa espelunca sozinho. Sem ofensa, Beth.

— Não me ofendeu.

Vovô resmunga algum xingamento racista antes de mastigar as próprias gengivas.

O Jogo Dos 23 MonstrosOnde histórias criam vida. Descubra agora