6 anos depois...

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É estranho estar face à face com uma versão de si mesma que você já não reconhece mais, ainda que tenha profundo respeito por tudo aquilo que me formou. Sim, eu abriria mão de todos os sofrimentos, todos os choros silenciosos, e tudo aquilo que não me moldou, pelo contrário, tudo aquilo que ainda me impede de ser quem eu gostaria de ser. 

Olho para as palavras escritas 6 anos atrás e respeito todo o sofrimento que as fizeram serem escritas, por mais que hoje, metade daquelas lágrimas não pareçam mais do que um drama adolescente, eu senti, eu chorei, eu me senti sem chão. Hoje meu chão nunca esteve tão sólido, ainda que tremores aconteçam e venham a perturbar a paz construída através de muito trabalho e acolhimento de quem curou coisas que nem sabiam que existiam. 

Passou. Aquela tempestade expressa em palavras para desconhecidos, já que não conseguiria expressar para quem me conhecia, passou. Tudo passa. E que bom que passa. 

AfogadaOnde histórias criam vida. Descubra agora