𝕆 𝕥𝕒𝕝 𝕒𝕞𝕠𝕣

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Pov: Priscila Caliari

Fiquei muito feliz com a noticia de que eu poderia sair do hospital a qualquer momento. Eu e a Beatriz conversamos durante o tempo que tivemos.

Beatriz: Que bom que esta melhor.

Priscila: Sim.

Beatriz: Eu fiquei em um quarto com uma menina de doze anos, ela também sofreu acidente de carro.

Priscila: E ela está bem?

Beatriz: Sim, mas os pais morreram.

Priscila: Coitada, será que alguém da família vem buscar ela?

Beatriz: Parece que ela vai para um orfanato, ninguém veio vê-la.

Priscila: Nossa que triste, ela deve estar devastada, no lugar dela eu não sei nem o que faria.

Beatriz: Nem eu. E sua mãe? Porque ela não veio até agora?

Priscila: Ela deve estar resolvendo algumas coisas, ou só não olhou o celular, se ela soubesse viria desesperada.

Beatriz: Eu imagino.

Priscila: Aquele médico...

Beatriz: Hum.

Penso por alguns segundos antes de falar.

Priscila: Ele está sendo escroto assim desde a primeira vez que você o viu?

Beatriz: Sim, mas não quanto essa vez, ele foi menos idiota antes de ver nos duas juntas.

Priscila: A sim.

Deito um pouco minha cabeça no travesseiro que tinha ali pois estava um pouco fraca e encaro os olhos de Beatriz.

Beatriz: Você acha que tem algum problema ficar sem dar notícia por muito tempo para aqueles caras lá?

Me lembrei de que eu precisava falar com alguns participantes da facção para ficarem por conta de tudo por enquanto.

Priscila: Beatriz, faz um favor para mim?

Beatriz: Qual?

Priscila: Já que você já está melhor e foi liberada pelos médico, podia ir lá em casa, pegar dinheiro que tem lá e comprar um celular para mim né?

Beatriz: Posso sim, onde está o dinheiro?

Priscila: Na gaveta da penteadera do meu quarto tem uma caixa.

Beatriz: Tá. Só isso?

Priscila: Por enquanto sim.

Beatriz andou alguns passos até chegar a uma pequena distância de mim, me beijou e saiu da sala.

Fiquei pensando muito sobre aquele médico e cheguei a uma conclusão de que eu devo tomar cuidado com ele, principalmente depois do que ele disse para a Beatriz, como se eu não estivesse ao lado dela, agiu como se fosse melhor que eu em algo só por ser homem e ainda queria fingir que eu estava errada o tempo todo e que estava ameaçando ele sem motivo, a minha sorte é que aquele outro conhece bem ele e sabe do que ele é capaz. Preciso pedir para alguém ficar de olho nele, não confio nesse homem.

Um tempo depois a Luísa entra na sala.

Luísa: Priscila, a Beatriz foi de uber para a sua casa e pediu para mim ficar de olho em você.

Priscila: A Beatriz sempre muito cuidadosa.

Luísa: E aí como tá a vida?

Priscila: Quase que sai do corpo mas consegui segurá-la por mais um tempo.