15. BENÇÃO DE NATAL?

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META: 15 comentários.
-perdoem por qualquer erro ortográfico-
boa leitura amores!

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YASMIN RÍOS
25/12/2019

A sala da casa dos pais de Raphael estava iluminada com luzes coloridas e enfeitada com uma árvore de Natal gigante, enquanto o cheiro de comida caseira preenchia o ar. Eu estava cercada por pessoas que me amavam, mas, mesmo assim, um vazio apertava meu peito.

Raphael estava ao meu lado, sorrindo enquanto conversava animadamente com seus pais, contando sobre suas conquistas, sobre sua carreira, sobre nosso relacionamento, enquanto Márcia e Rubens ouviam e faziam questão de comentar alegremente. 

A alegria deles era contagiante, e, em momentos como este, eu me sentia grata por fazer parte dessa família. Márcia me dava abraços apertados, enquanto Rubens contava histórias engraçadas da infância de Raphael, fazendo todos rirem.

Lara trouxe Richard para passar o natal conosco, se não, eu nem estaria aqui, estaria sozinha em casa com meu irmão. Já Gabriel, chegaria daqui a pouco com Duda, porque eles decidiram passar nos pais dela primeiro.

A felicidade que me cercava não conseguia dissipar a sombra da minha própria família. Olhei pela janela, observando o sol se pondo, e não pude deixar de sentir um nó na garganta. As lembranças de Natais passados com minha família estavam longe de ser boas. As discussões, a falta de apoio e o desconforto eram sentimentos que eu ainda carregava.

Estar ali, cercada por amor e aceitação, só intensificava e deixava mais clara a dor de saber que a minha própria família não era assim.

Pensar que talvez, eu nunca tenha uma família de sangue assim, amorosa e carinhosa, me assusta. Me assusta muito.

Raphael, percebendo meu silêncio, virou-se para mim e segurou minha mão. Seus olhos eram um refúgio, e naquele toque senti que não estava sozinha. 

- Você está bem, amor? -  ele perguntou, sua voz era suave e preocupada.

- Estou - respondi, mas a sinceridade não estava totalmente comigo. Ele me conhecia bem demais para não notar.

Voltei minha atenção a Eduarda e Gabriel que haviam chegado, Márcia cumprimentou o filho e a moça ao lado, logo, correu para a cozinha para pegar as comidas.

Fui de atrás ajudar a mais velha, que me disse exatamente o que fazer e onde colocar cada alimento que ela havia preparado.

- Vamos, pessoal! A ceia está quase pronta!  - ela exclamou, seu sorriso iluminando o ambiente. Eu sempre admirei a maneira como ela cuidava de todos, fazendo cada um se sentir especial.

Sentei-me ao lado de Raphael, que estava animado, contando outra história engraçada de suas travessuras de infância. Rubens, seu pai, ria alto, enquanto Lara, balançava a cabeça, fingindo desespero. 

- Você era impossível, Raphael - minha amiga falou rindo, com um sorriso cúmplice.

O calor da conversa me envolveu, mas, ao mesmo tempo, eu não conseguia deixar de pensar na minha própria família. Enquanto todos se divertiam, uma sombra de tristeza me envolvia. As memórias dos Natais passados — as brigas e a falta de apoio — não me deixavam em paz. Mas, naquele momento, eu estava decidida a aproveitar o que tinha.

- Yasmin, você não está comendo nada! - Márcia me chamou, colocando uma porção generosa de peru no meu prato - Não se preocupe, está tudo delicioso!

𝐒𝐄𝐌𝐏𝐑𝐄 𝐅𝐎𝐈 𝐍𝐎́𝐒 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora