Capítulo 7 - Áster da cor Azul/Violeta

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O significado da flor Áster entre tons de azul, violeta: Indica sabedoria, valor, fé e devoção. Sua mensagem implícita é "cuide de você mesmo, por mim".

Depois de o evitar incansavelmente durante dias, ele decidiu me procurar assim que viu que eu tinha chegado tarde da noite.

Quando a campainha da minha casa tocou, eu estranhei de imediato, pois nunca alguém tinha aparecido naquele horário em minha casa, muito menos ele. Porém, era o próprio que estava bem parado me olhando, sem o sorriso costumeiro de sempre, contudo, ele segurava uma flor em sua mão, uma flor que transmitia certa tristeza ao vê-la.

— Entra, por favor! — eu disse dando passagem para que ele entrasse, e o assim fez, sorrindo e entregando a flor em minhas mãos. Quando a peguei me senti saudosa e triste ao mesmo tempo.

— Me desculpe aparecer nesse horário — ele disse parando depois de entrar, mostrando que na verdade se sentiu um pouco arrependido de ter entrado, e indicando que falaria perto da porta mesmo. — Mas se eu não fizer isso, acho que você vai demorar para me dar um "Não" para minha confissão, daqui há alguns anos. — ele disse sorrindo, expondo o motivo de ter vindo naquele horário. O que me deixou com vergonha de imediato por ter feito com que ele tivesse que vir até mim, quando eu disse que precisava de um tempo para lhe dar uma resposta, indicando que eu iria o procurar em breve. Algo que eu não fiz, e pensando bem, provavelmente não iria fazer.

— Me desculpe você por não ter o procurado antes — eu disse olhando para flor em minha mão e suspirei automaticamente, não sabendo por onde eu deveria começar.

— Você sabe que é só dizer que não, que não me quer, não é?! — ele disse sorrindo, fazendo com que eu o olhasse nos olhos.

— Eu amo você! — eu disse a única coisa que vinha em minha mente naquele momento.

— Mas não é da mesma maneira que eu amo, amava você ... — quando ele disse isso, o "amava" martelou em minha mente.

— Amava? — o questionei tentando entender o que aquilo queria dizer. Se ele não me amava mais em um sentido romântico, então porque fazer tudo aquilo?

— Eu também não entendo os meus sentimentos — ele dizia sorrindo mais para si do que para mim — No início me apaixonei perdidamente por você, tanto que com o passar do tempo acabei tentando ocultar o máximo isso, pois não queria estragar o que tínhamos. — disse e deu um pequeno suspiro, evitando os meus olhos, mas no fim, decidindo voltar a me olhar — Contudo, o destino gosta de pregar peças, e não precisou que isso acontecesse ... quando eu percebi as coisas entre nós estavam mudando ... eu já passei várias fases de saudade do que tínhamos, vendo que lentamente as coisas estavam mudando entre nós, ao ponto que eu não sabia quando teríamos o nosso momento tão costumeiro de tomar o café da manhã juntos, de te entregar uma flor ... — ele dizia olhando para flor que eu estava segurando, e depois para mim. — Talvez, quando eu finalmente consegui me declarar para você, esse sentimento persistente por você tenha sido liberado. Eu também não sei ... — ele disse me olhando como se estivesse querendo gravar aquele momento.

Eu não sabia o que dizer, ouvir suas palavras começou a me deixar com uma vontade de chorar, algo que não fiz, olhei para flor em minha mão e depois para ele.

— Eu sei que é difícil ... mas você precisa me dispensar, por favor! — ele disse sorrindo — Acho que se eu não ouvir, esse sentimento persistente possa ... sabe?! — ele não quis completar a frase, pois eu entendia perfeitamente agora.

— Me desculpe, mas eu não o amo dessa forma. — ao dizer isso acabei começando a chorar, lágrimas que eu não queria derramar na frente dele — Você é alguém muito especial para mim, e me sinto tão grata por ter entrado na minha vida no momento certo. — eu dizia tentando limpar as lágrimas que surgiam, e sem ao menos perceber ele também me ajudava a secá-las. Me puxando em um abraço apertado e forte. — Mas eu não o amo da mesma forma, e sei que não consigo olhar para você dessa forma. Me desculpe! — me desculpava chorando sem parar, enquanto recebia os seus braços me confortando. Uma cena patética, não era para eu estar sendo reconfortada, e sim, ele.

Naquele instante entendia lentamente que aquele abraço na verdade era uma despedida entre nós dois.

Um abraço que durou por um bom tempo, e que ainda sinto quando me lembro.

Doces aromas e uma saudadeOnde histórias criam vida. Descubra agora