Pov' Pedro - três semanas depois
Estaciono meu corsa na rua, tiro a chave da ignição e logo o rádio desliga, assim o som da música que estava tocando se esvai e o silêncio se instaura.
Pego meu celular e mando mensagem para Luana, minha amiga de infância que eu considero como uma irmã, avisando que cheguei em Belo Horizonte. Como já havia dito antes, vou pegar o voo de Belo Horizonte, cidade onde cresci e vivi até meus 17 anos, quando fui para São Paulo fazer meu curso de cinema na USP.
Estou com muita saudade da minha família então decidi tirar um tempo das frustrações do trabalho e irei passar a semana na casa de meus pais.
Tiro o cinto e saio do meu carro indo de encontro a porta da casa de meus pais.
☆
- Oii filho!! Como foi a viagem? - minha mãe diz me puxando para um abraço reconfortante e me dá um beijo na cabeça.
- Que saudade que eu ‘tava!! - meu pai diz abrindo seus braços para que eu o abrace e assim eu fiz.
Eles me ajudaram a levar as malas para meu antigo quarto e então minha mãe nos chama para a cozinha, chego lá e a vejo cortar um pedaço de um bolo de cenoura com cobertura de chocolate que ela fez para mim, sorrio instantaneamente, é o meu favorito.
Passamos a tarde comendo e conversando, alternando entre as lembranças do passado, os acontecimentos do presente e as esperanças para o futuro.
Recebo uma mensagem da Laura para que eu esteja pronto para sair que ela irá me buscar. Ajudo meus pais a organizarem a cozinha e vou me arrumar.
☆
A campainha do meu antigo lar toca e eu saio correndo de encontro a porta.
- Oii meu amor!! - Luana diz abrindo um sorriso de orelha a orelha e me abraçando. Me aconchego em seu abraço e desabo em lágrimas em meu porto seguro.
- Que saudade eu tava de você - digo com rosto aconchegado em seu ombro.
-Não chora se não eu vou chorar também!! - ela diz com uma lágrima escorrendo em seu rosto. Me afasto de seu abraço e lhe dirigo a palavra:
- Parece que você já tá chorando né - digo sorrindo e secando minhas lágrimas.
- Idiota - ela diz sorrindo para mim e me dando um tapinha no ombro - Bem, vamos indo né - Laura afirma e eu concordo com a cabeça, ela cumprimenta meus pais e nós vamos embora.
Nós damos algumas voltas pela cidade relembrando os bons momentos que tivemos.
- Lembra quando você virava a noite com seu ex na praça 7 por medo do que seus pais achariam de vocês? - ela diz apontando para a praça com uma pipoca doce na mão.
- Eu nunca fiz isso - respondo sincero.
- Claro que fez, tu vivia fazendo isso Pedro. - ela me olha confusa.
- Cê realmente achava que eu virava a noite lá? É super perigoso, eu ia pra um motel ou pra casa dele - digo rindo dela, não acredito que ela realmente acreditava nisso até hoje.
- Meu Deus que safadeza Pedro Tófani, mentindo 'pra mim ainda, que feio - ela diz rindo de mim e logo sua expressão se torna mais séria - Que bom que você não faz mais isso de se esconder - ela fala sorrindo e eu sei exatamente do que ela ta falando.
Do meu ex que fez eu esconder nosso amor do mundo por longos 5 anos.
- Não sei bem se eu não faço mais isso… - digo sorrindo pequeno e ela me olha assustada e confusa.
- Do que você tá falando Pedro? É aquele João? Ele fez alguma coisa? - ela indaga preocupada.
- Pode ser só coisa da minha cabeça… mas uma vez ele parou de me beijar por alguém ter chegado na hora e eu já fui embora da casa dele algumas vezes mais cedo porque a filha dele ia chegar e coisas assim… - digo apressado e logo continuo a listar minhas inseguranças - Ele nunca me beijou muito em público sabe? Nem me apresentou pra filha dele, isso eu até entendo por que tem só alguns meses que estamos “namorando”. - Faço aspas com essa última palavra tentando minimizar a situação.
Ela me escuta atenta, prestando atenção em cada coisa que eu digo tentando formular sua opinião.
- Olha Pedro, eu sei que você ama esse cara… mas se ele te faz se sentir mal talvez seja melhor conversar com ele ou pedir um tempo pra pensar sobre o relacionamento... - ele fala cuidadosa e fazendo um carinho aconchegante em meu ombro - Quando eu te perguntei parece que você já tinha a resposta na ponta da língua, parece que já tem um tempo pensando nisso...
- É… acho que faz sentido - digo sorrindo pequeno.
- Tira o tempo da viagem pra curtir e desestressar um pouco e se continuar se sentindo assim fala com ele - ela diz me puxando para um abraço. - Te amo Pedro, estava morrendo de saudades suas - Ela diz e me solta do abraço sorrindo.
Nós andamos mais um pouco e fomos a mesma sorveteria que íamos desde os 5 anos de idade.
Dois dias depois
3:46Eu não consigo dormir, não sei bem a razão, mas me sinto inquieto e afobado pelos meus pensamentos. Decido sair do meu quarto um pouco e pegar um copo d'água.
A medida que o copo se enche em sinto cada vez mais inquieto e decido pegar meu celular, abro meu aplicativo de mensagens e mando uma mensagem.
Espero não me arrepender disso pela manhã.
☆
E assim se passaram meus dias em Belo Horizonte, fundado nas memórias do meu passado e preso nos pensamentos sobre meu futuro. Além de tudo isso tentei me destrair com minha família e amigos, fomos em vários lugares que costumávamos ir quando mais novos e revivemos bons momentos.
Chegou o dia da viagem, peguei meu voo e parti para a Itália, assim que cheguei arrumei minhas coisas no meu quarto de hotel e tomei um banho quente.
Logo que eu estava pronto para conhecer a cidade, abro a porta do meu quarto e dou de cara com ele, meu ex.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O amor não se esconde
Romanceonde Pedro é um professor de teatro que dá aula para a filha de um cantor famoso ou onde jão se apaixona pelo professor de teatro da sua filha