Capítulo 4

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- Como você sabe? – Perguntei assustada. Ninguém nunca soube que eu gostava de fuxicar as pessoas na internet. Que eu gostava de saber tudo da vida das pessoas.

Era algo meu, só meu, que confesso que era uma obsessão, mas era algo tão bom e me trazia tanto prazer, uma espécie de sensação de controle. Uma sensação de que eu tinha o mundo em minhas mãos. Mas ele pareceu destruir aquilo tudo, porque aquele era meu mundo secreto que ninguém podia saber e que poderia destruir vidas, inclusive a minha.

- Eu sei mais sobre você do que você imagina.

Ao dizer isso ele me chamou com a mão pra ver o que tinha na tela do computador. Eu não conseguia pensar em nada, mas eu sentia minhas pernas bambeando.

Sentia meu corpo mole e quando me ajoelhei ao lado dele e vi a tela do computador achei que fosse desmaiar.

Lá estavam todas as conversas por sms, whatsapp e instagram que eu havia tido nas últimas 24 horas.

Fiquei em choque.

Já havia fuxicado alguém com profundidade, vendo dados na Deep Web inclusive, no caso tinha sido a Jéssica. Mas isso não importava naquele momento.

Eu estava literalmente tendo minha privacidade invadida sem nenhuma permissão. Aliás, quem permite por livre e espontânea vontade que o outro invada sua privacidade, né?

Mesmo com todos esses pensamentos um tanto quanto engraçados, quase que intrusivos, eu estava em pânico.

- Você não é a única stalker por aqui, a diferença é que eu tenho mais conhecimento em TI. – Fiquei um tempo encarando-o sem saber o que fazer. Se eu o denunciasse à polícia ele poderia me entregar pra todo mundo e eu poderia ser a próxima maluca nas páginas de jornal.

- Sabe quem eu sou? – Neguei com a cabeça. Ele riu.

Não sabia quem ele era, mas tinha medo dele.

- Meu nome é Dante Martins Melo, tenho 21 anos e estudo Engenharia da Computação nessa faculdade. Eu vi você na boate sábado e vi que estava conectada ao wifi gratuito sem autenticação deles, logo invadi seu celular. Foi de brincadeira, eu vou a lugares públicos fazer isso de esporte, é divertido, você me entende, né?

Entender eu entendo, mas é como se eu brincasse de dar pulinhos de cima de um paralelepípedo pro chão e ele fizesse bungee jump.

Eu estava em choque, sério, eu não sabia o que fazer. Então eu simplesmente saí correndo de onde estávamos. Chegando finalmente na entrada da faculdade, eu peguei o primeiro táxi de volta pra casa.

Chega, aquilo era muito pra mim e eu não tinha estômago para aguentar.

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Stalker - ATO I [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora