Kyra
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Estacionei a moto em frente a casa dos meus pais, dei a volta indo pela as portas dos fundos como fazia sempre ao chegar do colégio, parecia que eu estava tendo um dejavu, o cheirinho do tempero de Darlene invadiu meus sentidos, sentia a boca enchendo de água na medida que chegava mais perto da cozinha, e lá estava ela, de costas cuidando de suas panelas como ela sempre dizia.
Me aproximei nas pontas dos pés, parando bem perto dela
— Que cheirinho bom!
Darlene dá um pulinho no lugar, tampou a panela que estava olhando e se virou para mim, um sorriso largo apareceu destacando algumas de suas marcas da idade, do lado dos seus olhos castanhos.
— Minha menina! – seus braços me envolvem em um abraço acolhedor, o mesmo abraço para quem eu sempre corria ao me machucar brincando — Quanto tempo minha fia. Deixa eu olhar pra você – se afasta um pouco me observando — Não está comendo direito? Tá mais magrinha – não consegui conter um sorriso
— Tô mantendo o shape, dona Darlene! – brinco
Ela balança a cabeça em negação — Vou fazer um prato pra você, sei que tá com saudades do meu tempero!
— Estava… mas estava com mais saudade de você – a abracei novamente, sabia que estava com saudades, mas não imaginava o quanto
— Minha criança, também estava com saudades! Olha tá tão bonita, seu cabelo tá maior! – pegou uma mecha do meu cabelo
— Tá sim, e já tô doida pra cortar de novo!
Balança a cabeça em negação.
— Quem está em casa? – comecei a malinar nas panelas
— Dona Fabiana, ela deve estar lá em cima
— E o meu… pai? Ele tá?
— Não minha fia, ele ainda não chegou
— Certo – respirei um pouco aliviada — Vou lá falar com mãe, depois volto, quero comer um pouquinho!
Darlene dá um sorriso.
Vou mais para dentro de casa, passei pela a sala de jantar e a de estar, tudo ali estava exatamente igual, o que me surpreendeu, já que minha mãe amava mudar os móveis de lugar, dizia que enjoava da arrumação, subir as escadas, pensei em ir ao seu quarto, mas vi a porta do meu quarto aberta.
Entrei naquele quarto que estava igualzinho ao jeito que deixei a meses atras, minha mãe estava sentada na borda da cama, olhando para um porta retrato, lembrei que na última vez que estive aqui havia carregado uma foto de nós duas daquela mesma moldura.
— Mãe…
— Kyra! – ela sorri assim que me ver, colocando a moldura em cima do criado mudo, vem até mim com os braços abertos e a única coisa que fiz foi ir ao seu encontro, estava com saudades do seu abraço — Minha pequena – afaga meu cabelo — Que bom que você veio!
— Eu disse que viria – me afasto um pouco, notando que minha mãe parecia um pouco abatida e estava mais magra do que lembrava — Mãe… tá tudo bem com a senhora?
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(Nem) Todos os Clichês São Iguais
RomanceAs vezes precisamos olhar para dentro de nós, para descobrir quem realmente somos, e isso nem sempre é uma missão fácil, dúvidas, questionamentos, inseguranças, medos, tudo isso fazem parte do processo. Mais a jornada se torna mais fácil quando tem...