— Dazai, tem alguma coisa que você almeja? — Atsushi, o garoto albino que havia entrado recentemente na agência de modelos, perguntou enquanto dava mais um gole firme em seu martini.
Kunikida, o modelo mais experiente da Agência, olha curioso para o moreno, a vida do tal era um mistério naquela agência, poucos sabiam alguma coisa e quando sabiam era quase nada.
O peito do moreno se enche do ar da esperança, um sorriso leve surge em seus lábios finos acompanhando o brilho que se pôs a enfeitar lindamente os olhos castanhos.
— Eu queria um filho, ou uma filha, não importa. — Seus dedos finos brincam com a aliança sem a tirar de seu dedo.
As sobrancelhas loiras do veterano se arqueiam, é claro que é um sonho nobre porém geralmente modelos anseiam por coisas maiores como dinheiro, fama, beleza, contratos grandes… Coisas mais materiais.
O albino sorri levemente, Dazai não parecia ser alguém que genuinamente se importa com família, sua aparência é fria e indiferente, quebrou totalmente suas expectativas.
— Você parece gostar mesmo da ideia — Kunikida serve em seu próprio copo um pouco mais de seu champanhe e beberica a bebida.
— Eu gosto de pensar no meu futuro filho, imagina, ter um pinguinho de gente correndo pela sala com aquele sorriso Benguela, eu não iria querer mais nada! — O sorriso meigo persistiu em seu rosto.
As orbes castanhas pousaram suavemente no relógio de pulso dourado que possui, vendo que já estava tarde o bastante para que seu marido fique furioso por deixá-lo esperando por tanto tempo em casa.
{...}Os passos do moreno eram lentos, sem pressa alguma em levar uma bronca do marido. Sua mão pousou no molho de chaves que havia guardado no bolso de seu sobretudo, desengonçadamente tentava achar a chave certa, nunca entenderia como Chuuya achava a maldita chave na mesma hora em que colocava a mão no maldito molho.
— Quer que eu abra? — A voz grave do ruivo surgiu do além, assustando o marido.
— Quero! — Grita de volta, ouvindo a tranca sendo aberta por dentro e a porta rangendo ao ser aberta. O cheiro de frutos do mar invadiu suas narinas assim que a porta foi aberta.
Fungou forte o cheiro, observando Chuuya o olhando com um sorrisinho de canto, certamente convencido.
— Que cheiro delicioso — Os pés do moreno se dirigem para dentro, já suas mãos fazem questão de agarrar a cintura do ruivo a sua frente.
— Eu sei que eu sou uma delícia, não precisa me avisar não — Osamu gargalha, a ironia é algo que não poderia faltar na vida do casal.
— Ah oi Chuuya, nem te vi aí — Brinca enquanto despeja um leve selar nos lábios carnudos do marido, logo em seguida corre em direção a cozinha com a barriga faminta que havia sido preenchida apenas por pequenas doses de bebida alcoólica.
— Ah, de nada por fazer caranguejo — Revirou os olhos e pegou dois pratos para se servirem.
Algumas horas se passaram, o casal conversava sobre tudo, desde o cotidiano até coisas aleatórias que aconteciam em programas de televisão, assunto era algo que nunca faltava naquela casa.
— Chuu.. — O moreno o chamou manhoso, sentindo as mãos firmes do marido fazerem carinho em seus cachos castanhos.
Um resmungo foi dado como resposta do ruivo, dando espaço para o marido falar seja lá o que ele deseja falar.
— A gente vai mesmo no orfanato na segunda-feira? — Um beiço esperançoso preenche os lábios finos do moreno, esperando a resposta do marido.
— Claro Dazai, sempre foi o nosso sonho, né? — Deixa um selar na testa do moreno, Voltando a acariciar o cabelo do marido.
{...}
Um ano depois.
O moreno corria até sua casa. As sacolas de brinquedo em sua mão balançavam para lá e para cá, a mão direita do moreno agarra com força a sacola com medo de quebrar o que há dentro, o justo conteúdo que iria garantir uma risada contente de seu pinguinho de gente.
Sua vida havia se tornado uma melodia suave com um leve toque de birra, gargalhadas e uma vasta gama de desenhos infantis que estressam o marido ruivo por conta das vozes finas e irritantes.
Os pés do moreno finalmente pararam em frente a porta de sua casa. Seus ouvidos logo captaram a voz fina de sua filha, ela tenta formular palavras de uma forma tão bela e convincente que às vezes até parece que ela realmente sabe falar mais do que “papa”.
O moreno repetiu o mesmo processo de todos os dias, ainda não sabendo acertar a chave de primeira. Seus dedos destravaram a tranca e giraram a maçaneta, no mesmo instante dois olhinhos curiosos o olharam atentamente, ao perceber a presença do pai a criança grita felizmente. Já sabendo do que viria a seguir, Dazai deixa as sacolas em cima do móvel do Hall de entrada, esperando a filha vir correndo até os seus braços.
— PAPA! — O sorriso quase Benguela era adorável, poucos dentes eram visíveis ali, os dentes de trás ainda nem haviam nascido, era gracioso.
Um sorriso enorme preenche os lábios do moreno, a menina corre até ele no ritmo dele, correndo com as perninhas abertas e tropeçando nos brinquedos jogados no chão. Dazai a agarrou pelas axilas e girou seu corpo junto ao dele, por fim deu um abraço apertado na filha deixando um selar no topo de sua cabeça cabeluda.
— Papai chegou meu bem! — Colocou a menina hiperativa no chão, ouvindo atentamente os sons indecifráveis que ela fazia como se soubesse conversar.
— Papa… papa — A garota o puxa com toda sua força, obviamente não obtendo muito sucesso, seus bracinhos se jogavam em direção a cozinha, onde muito provavelmente o ruivo estaria.
Os dois foram de fininho para observar Chuuya, o ruivo parecia mais lindo do que nunca, seu cabelo estava preso no típico rabo de cavalo e ele preparava o leite da filha com destreza e costume porém mesmo assim era feito com tanto carinho que poderia se tornar a coisa mais deliciosa do mundo. Os olhos atentos do estilista obviamente captaram as duas praguinhas no mesmo instante, até porque a filha era uma matraquinha que não parava de falar nem por um segundo.
— Eu sei que eu sou lindo, querem foto? — Se vira abruptamente, beliscando levemente o nariz da filha, ato que a fez rir meigamente enquanto estendia suas mãozinhas tentando alcançar a mamadeira na mão do pai ruivo.
Dazai não poderia estar mais apaixonado do que agora, teria algo melhor do que isso? Há brinquedos espalhados pela casa toda, as paredes estão rabiscadas com giz de cera, o amor deles havia se multiplicado, era tudo que mais sonhou na vida.
O marido ruivo pegou a garota no colo dando a mamadeira para a filha que aceitou de bom grado, os olhos azuis do ruivo olharam fortemente para o marido, ele sorria com o olhar, transbordava felicidade, realização. A criança quase implorava para que a deixasse ir para o chão, sendo atendida prontamente por Chuuya que a deixou fazer sua vontade.
A menina correu até o sofá desleixadamente e ali se sentou, terminando de tomar seu leite. O casal olhava atentamente com medo de que ela caísse, coisa que não aconteceu, após seu medo de que algo acontecesse esvair seus olhares se encontraram.
Chuuya apoiou suas mãos nos ombros do mais alto, roubando um beijinho de esquimó do marido, sendo retribuído com um sorriso bobo.
— Eu te amo — Dazai sussurrou enquanto apoiava levemente sua cabeça nos ombros do marido.
— Eu também te amo — O abraçou, seus corpos se uniram em um só, suas almas já se tornaram uma com um toque especial de uma criancinha assistindo desenho no fundo de suas mentes.
E no final nada mais importava, tudo que realmente é importante era como aquela família iria ser feliz, passar por tudo juntos, tudo.
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Sorriso Banguela; Soukoku AU
Fanfiction"- Ter um pinguinho de gente correndo na sala com um sorriso banguela, eu não quero mais nada!" Dazai sorria docemente conversando com os amigos, era um sonho, talvez o mais belo que Dazai já fo capaz de ter, ele almejava ter uma família maior com C...