Capítulo 27

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Pov: Andrea

— Pois não, posso ajudar em alguma coisa? — A atendente pergunta sorridente, olhando para mim e logo em seguida para minha namorada.

— Sapatos. — Falei.

— Recém-nascidos? Ou para bebês maiores?

— E... — Cocei a nuca.

— Recém-nascidos. — Miranda falou na minha frente.

A moça sorriu e murmurou um "Claro, me acompanhem." E me puxou pelo braço. Miranda nos acompanhou com cara de poucos amigos.

— Olha, temos de várias cores e modelos. Esses aqui são os mais vendidos da loja. — Apontou e olhou para mim, e logo em seguida para Miranda.

— Bom, mostre para a minha "mulher". Ela que entende dessas coisas. — Soltei discretamente meu braço do seu aperto e me posicionei atrás da minha mulher, segurando sua cintura. — Então, vai querer levar esse?

— Não, obrigada por nos mostrar. Seguimos sozinhas daqui, se precisarmos chamamos você.

A mulher sorriu sem mostrar os dentes e se retirou.

— Você viu? — Bufou e virou de frente para mim. — Ela dando em cima de você? Que atrevida!?

— Ela só estava empolgada, amor...

— Empolgada pra sentar em você. — Disse entre dentes.

Fechei os olhos, não querendo discutir naquele momento tão especial e único.

— Não vamos brigar, por favor, amor. — Abracei-a pela cintura. Ela suspirou e me abraçou pelo pescoço.

— Desculpa, baby, são esses hormônios. — Explicou, eu suspirei e concordei.

Miranda estava irredutível com esses hormônios. Uma hora ela brigava e logo em seguida chorava de raiva, ficava carente e depois enjoava de mim e tentava me bater, um paranauê louco.

Estávamos em uma loja para bebês, tentando escolher quatro sapatinhos para mostrar à família que não vinha apenas um e sim quatro.

Ai, meu Deus, são quatro crianças. Eu ainda não estava acreditando. Quatro, misericórdia, meu Deus? Quatro.

— Quatro, amor. — Sussurrei mais para mim do que para ela.

— Sim, é inacreditável, né? Quatro bebês dentro da minha barriga, que loucura. — Me soltou e posicionou suas mãos na barriga que já estava saliente. — Eu já amo tanto eles, amor. — Miranda suspirou. — Não quero perdê-los. — Vi uma lágrima sair de seu rosto e logo tratei de ampará-la.

— Você vai conseguir, amor. Eu te amo, ok? Eu amo nossos bebês, e você vai conseguir gerar eles até o final. — Beijei sua testa, e logo em seguida sua barriga por cima do vestido preto dela.

— Obrigada por isso, eu te amo tanto. — Deixou um selinho em meus lábios.

Sorri, boba e apaixonada por aquela mulher que me tirava o juízo desde o primeiro momento que pus meus olhos nela. É um sentimento tão bom e genuíno, tão inexplicável, sem palavras para descrever o que eu sinto por Miranda Priestly. Cada detalhe do seu corpo, curvas, bunda, barriga, quadril e rosto me deixa sem ar, literalmente sem ar.

O movimento do cabelo, o modo como ela arqueia a sobrancelha quando está confusa ou irritada com algo, ou o bico que faz quando não tem o que quer, o modo como ela mexe no cabelo, deixando seu rosto livre, me permitindo ver seus olhos e sobrancelhas bem feitas, os olhos claros e intensos que mudam de cor dependendo de como está seu humor, o modo como ela franze o nariz, ou como me olha.

A mãe da minha melhor amiga - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora