CAPÍTULO 13- Amor?

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Sophie estava na quadra, esperando os alunos antes do treino, enquanto todos se arrumavam no vestiário. Sophie não precisava trocar de roupa, pois ainda não podia dançar devido à sua lesão. Josh se aproximou com uma expressão irritada no rosto.

— Por que você saiu com o Ethan e me deixou para trás? — Josh reclamou, sua voz carregada de frustração.

Sophie suspirou, sentindo a tristeza e a frustração voltarem. Ela olhou para Josh e tentou manter a calma.

— Eu não queria papo com você naquele momento, Josh. Eu estava chateada — respondeu Sophie, tentando explicar sem se exaltar.

Josh olhou para ela, ainda irritado, mas sem saber como continuar a discussão. Sophie desviou o olhar, tentando evitar mais confrontos. Ela sabia que precisava de tempo para processar tudo e não queria se desgastar mais.

Então, o menino se sentou ao lado da garota com um sorriso no rosto. Ele delicadamente puxou o rosto de Sophie para sua direção, em seguida, pegou suas mãos e as acariciou enquanto a encarava.

— Sophie... eu amo você! Eu falo as coisas para o seu bem, eu me importo com você. Eu sou sincero e falo a verdade quando ninguém tem coragem de falar. Aliás, eu acho melhor você conviver comigo desse jeito. Se eu terminar com você... ninguém vai te amar, você vai ficar sozinha.

Ethan, que havia chegado mais cedo para o treino, presenciou a cena de longe. Ele sentiu uma mistura de nojo ao ver Sophie com Josh e uma profunda tristeza ao pensar que ela o havia perdoado. Ele ficou parado por minutos, observando a cena e tentando compreender seus sentimentos.

— Josh, eu... — Sophie começou, mas foi interrompida.

O time chegou, acompanhado das líderes de torcida. Havia um jogo importante no dia seguinte que poderia garantir a vaga na final do campeonato.

Josh deu um beijo na bochecha de Sophie e se levantou.

— Até mais, docinho.

Ele piscou e foi andando até o time. Sophie, sentindo-se cada vez mais confusa e ferida, se levantou e foi até o lado da quadra onde as meninas se preparavam para dançar.

Ela tentava processar as palavras de Josh, uma sensação de aprisionamento e desespero crescia dentro dela. A cada momento que passava, sentia-se mais pressionada e incapaz de reagir. As palavras dele ecoavam em sua mente, deixando-a sem chão. Sophie estava machucada e frustrada, tentando entender como alguém que dizia amá-la podia ser tão cruel.

Ethan, ainda observando de longe, sentiu um aperto no coração. Ele não podia acreditar no que tinha acabado de ver. A frustração e a raiva misturavam-se à sua preocupação por Sophie. Ele queria protegê-la, mas se sentia impotente naquele momento, com uma vontade crescente de intervir, mas sabendo que precisava encontrar o momento certo para agir. Sophie, por outro lado, lutava para segurar as lágrimas, tentando manter uma fachada de normalidade enquanto sua mente e coração estavam em tumulto.

Durante o treino, Ethan e Josh foram colocados em times opostos, uma decisão que só alimentava a tensão crescente entre eles. Ethan estava com a raiva fervendo por dentro, e cada vez que via Josh, lembrava-se das palavras cruéis e manipuladoras dirigidas a Sophie. Ele precisava de uma maneira de extravasar seus sentimentos, e as faltas no campo se tornaram seu único alívio momentâneo.

Ethan cometia faltas em cima de Josh sem hesitação, canalizando sua frustração e raiva em cada jogada agressiva. Cada colisão, cada empurrão, era uma tentativa desesperada de fazer Josh sentir pelo menos um pouco da dor e da humilhação que ele infligia a Sophie. Josh, por outro lado, percebendo a animosidade de Ethan, exagerava nas quedas, fingindo dores intensas e gritando para os treinadores, alegando que Ethan o estava machucando deliberadamente.

A situação chegou ao ponto de ebulição quando, após mais uma queda teatral de Josh, Ethan foi expulso do treino. A injustiça da situação atingiu Ethan como uma marreta, e ele não conseguiu mais segurar sua raiva. Ele se aproximou de Josh com passos pesados, o rosto contorcido de fúria.

— Você é um desgraçado, Josh! — Ethan gritou, empurrando Josh com força.

Josh, com um sorriso malicioso, recuou um passo, mas não disse nada. A provocação silenciosa só aumentou a raiva de Ethan. Ele avançou novamente, empurrando Josh mais uma vez, mas desta vez os colegas de equipe intervieram, segurando Ethan e tentando acalmá-lo.

— Ele não vale a pena, cara! — um dos colegas disse, segurando Ethan pelos ombros. — Não vale a pena se meter em encrenca por causa dele.

Ethan, ofegante e com os punhos cerrados, foi levado para o banco de reservas. Ele se jogou no banco, passando as mãos pelos cabelos em um gesto de frustração e desespero. Sentia-se impotente, incapaz de proteger Sophie da manipulação de Josh, e isso o consumia por dentro. Ele precisava esfriar a mente, mas a imagem de Sophie, vulnerável e machucada, não saía de sua cabeça.


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Após o treino, Sophie estava se preparando para ir embora. Ela ainda sentia o peso do dia e as palavras de Josh ecoando em sua mente. O coração apertado de tristeza e frustração, ela tentou focar nas tarefas simples de arrumar suas coisas. De repente, ela sentiu os braços de Josh ao redor de sua cintura, o toque que antes lhe trazia conforto agora a deixava inquieta.

— E aí, gatinha, estamos de boa, né? — Josh sussurrou em seu ouvido, sua voz carregando uma falsa doçura que fazia o estômago de Sophie revirar.

Sophie respirou fundo, tentando manter a compostura. Ela assentiu lentamente, forçando um sorriso enquanto se virava para encará-lo.

— É claro, já passou — mentiu, sua voz soando mais frágil do que gostaria.

Por dentro, Sophie sentia um turbilhão de emoções. Medo, tristeza, e um desejo crescente de se afastar daquela situação. Ela sabia que Josh não era o garoto que ela pensava que conhecia, mas naquele momento, o medo de um confronto a fazia preferir a mentira confortável.

Josh pareceu satisfeito com a resposta. Ele segurou as mãos de Sophie, trazendo-as aos lábios e depositando um beijo suave nelas.

— Então eu vou te deixar em casa. Vamos... — disse ele, guiando-a pelo corredor.

Sophie seguiu ao lado dele, cada passo mais pesado que o anterior. Ela se sentia como uma prisioneira, incapaz de expressar suas verdadeiras emoções. As palavras de Ethan mais cedo ecoavam em sua mente, aumentando a dor. Josh a levou até o carro, e a viagem para casa foi silenciosa e tensa. Sophie olhava pela janela, tentando esconder as lágrimas que insistiam em surgir.

Ao chegar em casa, Josh estacionou o carro e olhou para Sophie, sorrindo como se nada tivesse acontecido.

— Até mais, docinho — disse ele, com um tom casual que a fazia sentir ainda mais sufocada.

Sophie saiu do carro, forçando mais um sorriso antes de entrar em casa. Assim que a porta se fechou atrás dela, as lágrimas que ela segurava começaram a cair. Ela subiu as escadas correndo, jogando-se na cama e deixando o choro vir à tona. Sentia-se sozinha e confusa, o coração quebrado pelas palavras e atitudes de Josh. 

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