Entre Amigos e Professores: Uma Jornada de Amor e Desilusões

capítulo 2

Fernanda acordou naquela manhã cinzenta com uma sensação estranha no peito. Vestiu seu moletom roxo favorito, alisou os cabelos cuidadosamente e desceu para o café da manhã. A mãe estava ocupada na cozinha, e o pai já tinha saído para o trabalho.

Na escola, enquanto caminhava pelo corredor, Fernanda avistou Lucas. Ele estava cercado por amigos, mas ao notar Fernanda, ele sorriu e se aproximou. O coração dela começou a bater mais rápido, e ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Lucas sempre parecia querer estar perto dela. Ele a acompanhava nos intervalos, sentava perto dela nas aulas e sempre encontrava uma desculpa para conversar. Fernanda não entendia por que Lucas tinha tanto interesse nela. Ele era popular e charmoso, enquanto ela se considerava apenas uma garota comum.

Durante as aulas, Fernanda mal conseguia se concentrar. As palavras dos professores pareciam distantes, e sua mente estava ocupada tentando entender seus próprios sentimentos. Por que Lucas mexia tanto com ela? Por que a presença dele fazia seu coração acelerar?

No final do dia, quando todos os alunos se dispersavam, Lucas se aproximou novamente. "Quer ir tomar um sorvete depois da escola?", ele perguntou com um sorriso gentil. Fernanda olhou nos olhos dele por um momento antes de concordar, sentindo um misto de nervosismo e excitação.

Enquanto caminhavam até a sorveteria, Lucas puxou assunto sobre coisas aleatórias

Quando chegaram à sorveteria e se sentaram, o clima entre eles era estranho. Lucas estava distraído

Finalmente, quando o silêncio entre eles se tornou quase insuportável, Lucas olhou para Fernanda e disse hesitante: "Fernanda, eu gosto muito de você... como amiga." As palavras atingiram Fernanda como um soco no estômago. Ela tentou disfarçar a decepção, mas as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

"eu..eu sei", ela conseguiu murmurar, lutando para manter a compostura. "Ei porque vc está chorando?", Lucas tentou se explicar, mas Fernanda balançou a cabeça, incapaz de continuar a conversa naquele momento pois também não entendia porque estava tão triste

Fernanda correu desesperadamente, as lágrimas turvando sua visão. Ela não conseguia entender a dor que sentia, a decepção misturada com o desespero. Lucas gritava seu nome, mas ela não conseguia parar. O mundo ao seu redor parecia um borrão, até que, sem perceber, ela se viu no meio da rua.

Um carro vinha em alta velocidade, e Fernanda não teve tempo de reagir. Mas então, alguém a puxou com força para o lado. Ela caiu no chão, ofegante e tremendo. Quando conseguiu se acalmar um pouco e secar as lágrimas, olhou para cima e viu um garoto desconhecido.

Ele tinha cabelos pretos e olhos castanhos claros, com uma pele clara e um sorriso caloroso que contrastava com o momento tenso. Ele limpou as lágrimas de Fernanda com gentileza e perguntou com preocupação: "Você está bem? O que aconteceu?"

Fernanda olhou para ele, ainda atordoada. Ela não conseguia entender como tudo tinha acontecido tão rápido. "Eu... eu não sei", murmurou ela finalmente, sentindo um misto de alívio por estar segura e confusão pela série de eventos que levaram até ali.

O garoto continuou olhando para ela com uma expressão suave. "Você parece muito abalada. Quer conversar sobre isso?" sua voz era reconfortante, e Fernanda sentiu um impulso de confiança ao seu redor.

Depois de um momento de hesitação, Fernanda começou a contar sobre Lucas e o que tinha acontecido na escola. Ela falou sobre seus sentimentos confusos e como aquela situação a havia afetado profundamente. O garoto ouviu atentamente, sem interromper, apenas oferecendo apoio silencioso.

Quando ela terminou, ele assentiu compreensivamente. "Às vezes, as coisas não acontecem como esperamos", disse ele suavemente. "Mas você vai ficar bem. Você é forte." Suas palavras foram como um bálsamo para Fernanda, que finalmente sentiu um pouco de paz.

Fernanda olhou para o garoto que a tinha resgatado com um misto de gratidão e surpresa. Quando ele falou, a voz lhe pareceu familiar, e então ela percebeu quem ele era: Miguel, o professor de seu irmão mais novo, Theo.

Theo tinha apenas três anos e frequentava uma creche próxima à escola de Fernanda. Ela tinha visto Miguel algumas vezes durante as visitas para buscar Theo. Ele sempre parecia sereno e gentil com as crianças, mas Fernanda nunca tinha realmente interagido com ele até aquele momento.

"Você... você é o professor do Theo, certo?", perguntou Fernanda, ainda um pouco atordoada pela situação anterior.

Miguel assentiu com um sorriso tranquilo. "Sim, sou eu. Meu nome é Miguel", disse ele, estendendo a mão para ajudá-la a se levantar do chão.

Fernanda aceitou a ajuda, sentindo-se grata por sua presença naquele momento crucial. "Obrigada, Miguel. Eu não sei o que teria acontecido se você não estivesse lá", admitiu ela sinceramente.

Miguel apenas balançou a cabeça com um sorriso modesto. "Eu estou feliz por estar no lugar certo na hora certa. Você está bem agora?"

Fernanda respirou fundo e assentiu. A adrenalina do momento começava a se dissipar, deixando um sentimento de alívio misturado com uma sensação estranha de admiração por Miguel. Ele tinha sido um verdadeiro salvador para ela.

"Sim, estou bem. Obrigada novamente", repetiu Fernanda, sentindo-se mais calma à medida que conversava com ele.

Miguel assentiu, parecendo satisfeito por vê-la mais tranquila.

Enquanto eles se despediam e Fernanda começava a se afastar, ela pensou no que tinha acontecido. Apesar do susto, algo dentro dela sentia que aquele encontro com Miguel não tinha sido apenas uma coincidência.