Epilogue - Love Never Dies

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Uma das grandes questões que perturbou a mente humana desde que ela desenvolveu a inteligência talvez ainda permanecesse sem uma resposta concreta. O que vem depois da morte? O paraíso ou o inferno? O purgatório? Apenas o apagar da existência ou a preparação para a próxima? A necessidade de saber para onde ir alimenta a curiosidade do que acontece quando se deixa o mundo dos vivos e parte para o mundo dos mortos.

Para alguns é apenas um estado de espera. Uma espera paciente para que o destino prepare o seu tabuleiro e lance novamente os dados que movimentam o jogo da vida. O lugar torna-se o que a alma necessita para se resguardar depois do julgamento. Esse lugar recebeu nomes e idealizações das mais diversas formas. Inferno. Paraíso. Plano das Ideias. Submundo... Campos Elísios. O endereço do paraíso? Depois de pagar uma pequena taxa ao barqueiro, navegar pelo mar de sonhos perdidos, e, aguardar pacientemente pela fila de almas, deverá passar pelos enormes portões que protegem o lugar.

Apenas os merecedores conseguirão atravessar e aguardar pela próxima jornada. O paraíso então se torna o que sua alma necessita, no que ela acredita. Para alguns, é um céu com nuvens densas o suficiente para suportar o peso, mas macias como o algodão. Para outros, um vasto harém. Mas, naquele momento, o Campo Elísios assumia uma forma em particular graças a nova chegada. O local tinha uma áurea extremamente pacifica, provavelmente por conta do visual deslumbrante e do silêncio meio assustador. A grama deveria ser a grama mais verde que qualquer um poderia colocar os olhos, sobre esse "tapete" verde estavam às árvores que faziam diferentes pontos com sombra, as mais variadas flores estavam espalhadas por todos os lados do local. Os rios mais importantes do submundo cortavam os campos e faziam os habitantes caminharem um pouco afastados deles, apenas para a própria segurança das almas. O ar era puro e a densidade do ambiente dava a sensação suave a cada movimento. Ali, as almas assumiam a sua mais bela forma, pois ali estavam desprendidas de qualquer regra social que as reprimiam. Sem poluição, pudores ou julgamentos precipitados, todo o ambiente ganhava uma linda cor, pois o sentido da visão também era isento das cortinas que impedia de ver o mundo como ele realmente era.

As almas, diferente do que muitas pessoas pensavam, vagavam felizes por finalmente terem encontrado um lugar onde pudessem viver em paz e poder ter a oportunidade de finalmente decidirem que caminho iriam tomar dali para frente.

- As almas chegaram! - Hannah parou ofegante ao lado da roda de amigas.

As oito estavam esperando há alguns dias a chegada das novas almas, entretanto por Perséfone e Hades estarem brigados o Mundo Inferior andava em um enorme caos, atrasando a passagem das almas especiais para os Campos Elíseos. Todo esse atraso só serviu para deixar as guias totalmente apreensivas e ansiosas para a tão aguardada passagem.

- Meninas, elas chegaram! - Rayssa disse em tom mais alto, finalmente conseguindo atenção de todas as amigas.

- Elas quem? - Madu perguntou confusa.

- Quem estávamos esperando? - Gabriela questionou sarcástica.

- Se apressem, vamos perdê-las de vista e isso só vai atrasar tudo. - Key se levantou afoita, puxando Cinthya ao seu lado para começarem a correr em direção a entrada dos Campos.

Juntas de outras pessoas Camila e Lauren entravam no Campo Elísios encarando a maravilhosa vista que tinham da entrada, ficando deslumbradas com tamanha beleza e perfeição que iriam cerca-las por um bom tempo. Diferente das outras almas que desceram as escadas, elas ficaram paradas ali, aproveitando a companhia uma da outra, tendo a sensação de ansiedade apossando de seus corpos.

Pela primeira vez elas poderiam finalmente viver seu amor em paz. As duas almas predestinadas trocaram um rápido olhar deixando aflorar um singelo sorriso. Lauren foi a primeira a agir fazendo um movimento discreto, deixando que seu dedo mindinho entrelaçasse ao de Camila. Um toque singelo, sutil e singular, um toque que foi o suficiente para fazer o sorriso que outrora era pequeno resplandecer no rosto das duas. Porque o toque ali era ainda mais intenso. Desprovido do corpo físico, apesar de manter a aparência destes, as almas se tocavam, se roçavam, se encontravam no seu estado mais puro. Do que seria a alma sem as suas sensações? E que sensação seria mais arrebatadora do que tocar a alma que completava a sua? Somente as duas estavam na entrada, perdidas uma na outra por terem a certeza de que se reencontraram para viver em paz. As outras almas que andavam sem ter exatamente algum compromisso começaram a se juntar ao redor das amigas que haviam chegado primeiro, todos cochichavam e não demoraram a atrair atenção das duas almas à beira da escada. Camila apertou a mão de Lauren, conseguindo atenção dela.

Love Never Dies Onde histórias criam vida. Descubra agora