A moment you'll never remember and a night you'll never forget

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Novembro de 2003,

Um padre que precisa fazer suas confissões, nunca pensei que seria um desses. Muito perigoso para contar a qualquer um de confiança, minha vida acabaria no mesmo instante. 


Minha vida começou no dia que fui pego. Podem pensar que um padre não é humano, então apresento meu nome, Zach Connor.  Estava fechando a igreja aquele dia, suas grandes portas de madeira ancestral, tão velha quanto a cidade, se não mais. Já havia me trocado, com meu usual terno cinza e checava o relógio já passava das onze da noite, ainda teria que estudar os sermões do meio da semana e precisava chegar em casa logo.

"Com licença, Reverendo Connor." Disse uma voz me assustando. Todos já haviam ido embora, pelo menos foi o que achei.

"Quem é você, senhorita?" 

"Meu nome é Mia, senhor. Eu preciso me confessar."

"Mas agora?" Estava impaciente, por que ela não viera mais cedo. Balancei a cabeça impaciente.

"Sim, por favor." Ela mostrou os olhos com lágrimas refletindo na luz da lua.

"Tudo bem." Que tipo de padre seria eu se recusasse? Peguei minhas chaves e andei de volta para dentro da igreja. Caminhamos em silêncio até a pequena sala onde ficava o confessatório. 

Esperei-a entrar e me pus em meu lugar atrás das cortinas.

"Eu pequei, padre. Eu me apaixonei."

"Se apaixonar não é um pecado, é uma dádiva." Disse.

"Mas eu me apaixonei pela pessoa errada. Foi por você."

Não sabia o que responder, não podia ser possível.

"Eu não te conheço muito padre, mas eu sei que te amo."

"Jovem tola, não diga essas coisas. Você sabe que eu nunca poderei."

"Sim eu sei, por isso vim confessar e tirar esse peso das minhas costas."

Ouvi-a saindo da pequena caixa e andando para longe. Continuei sentado em meu lugar, encarando o escuro até me dar conta de que o tempo passava.

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Dirigia pelas ruas no silêncio da noite, focando no caminho e não na confissão da pobre menina.  Começava a chover, então liguei os para-brisas para poder enxergar melhor a rua. Parei em um sinal fechado e olhei ao redor, ela estava lá sentada em um ponto de ônibus esperava que Deus me perdoasse se eu a ignorasse. Mas continuei olhando e a culpa me encheu, fiz a volta e parei em sua frente abaixando os vidros.

"Mora muito longe?" Perguntei.

"Não muito, só não quero me arriscar andar por aí a noite."

"Não ajuda ficar sentada aí sozinha." Abri a porta e ela entrou.

"Muito obrigada. Achei que nunca mais iria querer me ver." Falou com a cabeça baixa.

"Só não gosto de deixar garotas sozinhas em pontos de ônibus tomando chuva."

"Pare de falar como se fosse um idoso. Você só tem vinte e dois anos."

Balancei a cabeça e não pude acreditar, eu estava mesmo sendo espionado.

"Onde você mora?" Mudei de assunto.

"Mais a frente, depois de virar a direita." Ela me deu as instruções até chegarmos em seu bairro. Era um bairro desprovido financeiramente posso dizer, mas sem querer contar vantagem. Não acreditava que ela morava ali pelas roupas que usava: Um vestido vermelho que se prendia em um cinto, um colar que parecia ser feito com jóias reais e sapatos de salto alto.

"Muito obrigada mais uma vez." Paramos na frente de uma viela escura, não se podia ver nada ali. Mas sua casa ficava em uma das paredes ali.

"Deixe-me te acompanhar até sua casa, parece ser muito perigoso essa hora."

Segui ela e a esperei abrir a porta.

"Quer entrar?" Ela perguntou timidamente.

"Não obrigado, tenho muitas obrigações."

"Eu insisto, venha." Ela puxou meu braço e lá eu estava.

Havia apenas um cômodo. Em sua cozinha estava sua cama e televisão, as paredes que um dia foram amarelas agora estavam cobertas de mofo e o chão aparentava ser molhado.

"Gostaria de um pouco de café?"

Eu normalmente não bebia café, mas pelo trabalho que teria que fazer essa noite resolvi aceitar. Sentei na pequena cadeira que estava ao lado do fogão.

O silêncio tomou conta do local. Ela me deu meu copo e sentou em sua cama, que ficava a alguns centímetros de distância. Tomei me café, vendo-a me observar enquanto bebia o seu.

O sono tomava conta de mim, me levantei para dizer adeus mas não consegui. Estava grudado na cadeira, foi o que pensei. Meu corpo não respondia minhas ordens e lentamente eu apaguei.

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⏰ Última atualização: Jul 08, 2015 ⏰

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