Capítulo 9

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— Não acredito que existam vítimas de 25 anos atrás. — Disse Camargo, extremamente incrédulo.

— Mas quantos anos tem nosso assassino? E como essas vítimas não foram identificadas e indicadas como de um assassino em série? — Disse Renata.

— Sei que nesta época não tínhamos a tecnologia que temos hoje, mas isso é um mistério a ser desvendado. Precisamos continuar investigando e descobrir o que realmente aconteceu com essa mulher e como ela se conecta ao nosso caso atual. Vamos entrevistar aqueles que a conheciam, encontrar sua família e talvez até mesmo revisitar os locais onde ela foi vista pela última vez. Não podemos deixar nenhum detalhe passar despercebido.

A equipe seguiu em frente com determinação, entrevistando todos os que poderiam fornecer informações sobre a misteriosa mulher do passado. Eles descobriram que ela era uma pessoa muito querida por seus colegas de trabalho, sempre prestativa e dedicada. Sua família estava em busca de respostas há anos e ficaram gratos por finalmente terem alguém investigando o caso.

Apesar de todas as pistas e informações coletadas, ainda não havia uma conexão clara entre a mulher do passado e o assassino em série que assolava a cidade. A equipe sabia que precisava continuar cavando fundo e buscando por qualquer detalhe que pudesse levar a uma solução.

Enquanto isso, Camargo não conseguia tirar da cabeça a ideia de que as vítimas do passado estavam relacionadas de alguma forma ao caso atual. Ele sentia que estava mais perto do que nunca de desvendar o mistério e colocar um fim no reinado de terror do assassino em série.

A equipe passava longas horas investigando, analisando cada detalhe e montando o quebra-cabeça das vidas das vítimas. Eles sabiam estarem lidando com um caso complexo e perigoso, mas estavam determinados a fazer justiça e trazer paz à cidade.

Com cada nova descoberta, a equipe se aproximava mais da verdade e da resolução do caso. Eles sabiam que não podiam desistir e que precisavam seguir em frente, não importando o que encontrassem pelo caminho.

E assim, a investigação continuava, com a equipe trabalhando incansavelmente para desvendar as conexões entre as vítimas do passado e o assassino em série que ainda estava à solta. Eles estavam determinados a resolver o caso, não importando o tempo que levasse ou os desafios que enfrentassem. Este era um jogo de paciência, inteligência e determinação, e eles estavam dispostos a chegar até o fim.

Renata tamborilava os dedos na mesa, pensando na possível idade do assassino que estava diante deles. Se havia vítimas de 1999, o assassino teria começado cedo a sua saga de mortes.

— Acredito que o nosso assassino tenha começado a matar por volta dos 20 anos. — Disse Renata.

— Muito jovem, não acha? — Disse Camargo.

— Aos olhos da sociedade, sim, contudo, ouvi no Podcast Pátria Amada Criminal, um episódio sobre o Monstro do Morumbi, e as hosts falaram que, com menos de 30 anos, ele já havia feito diversas vítimas.

Camargo se espantou com a informação e falou.

— Então, considerando que o nosso tenha começado com 20 anos, quantos anos teria hoje?

— 42 anos.

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A enfermeira terminava de fazer as suas anotações quando ouviu seu companheiro dizer:

— Encontrei uma nova maneira de conseguirmos vítimas e já temos a primeira.

Ela sorriu e falou:

— E qual o seu novo plano?

Ele, sorrindo, mostrou a ela o aplicativo de namoro que passaria a utilizar para escolher as suas vítimas.

— Mas e o perfil? Não irão ligar conosco? — disse ela.

Ele negou com um movimento de cabeça.

— Não se preocupe. Criei um perfil falso, bem convincente. Não há como ligarem a nós.

Ela examinou o perfil na tela do celular e assentiu, compreendendo a engenhosidade do plano. O perfil era cuidadoso, detalhado o suficiente para atrair interesse, mas sem revelar nada que pudesse ser rastreado de volta a eles. Ele havia usado fotos falsas, criadas com técnicas que ela sabia serem praticamente impossíveis de detectar como falsas.

— E como vamos fazer o contato? — perguntou ela, intrigada com os detalhes do plano.

— Já mandei mensagem para a primeira vítima. Vamos nos encontrar em um local público para não levantar suspeitas. E depois, quando for seguro, levamos ela para o nosso lugar.

A enfermeira deu um sorriso frio, satisfeita com a competência do seu parceiro. Eles estavam prontos para a nova etapa do seu jogo macabro.

Naquela noite, a enfermeira e seu companheiro se prepararam meticulosamente para o encontro. Ela verificou os suprimentos e os equipamentos, enquanto ele revisava o perfil e as mensagens trocadas com a primeira vítima. Tudo precisava estar perfeito para o plano funcionar sem falhas.

— O local está pronto? — perguntou ela.

— Sim, tudo preparado. Nenhuma pista será deixada para trás — respondeu ele, com um sorriso confiante.

Na manhã seguinte, eles se separaram para evitar chamar atenção. Ela foi trabalhar normalmente, como se nada estivesse acontecendo, enquanto ele se dirigia ao local combinado para o encontro. A vítima, uma jovem atraída pelo charme e pelas falsas promessas do perfil, já estava a caminho.

Eles haviam escolhido um café movimentado no centro da cidade para o primeiro encontro, um lugar onde a presença de várias pessoas daria uma falsa sensação de segurança à vítima. Ele chegou cedo, sentou-se em uma mesa estratégica, de onde podia observar a entrada, e esperou.

Minutos depois, a jovem entrou no café, procurando ansiosa pelo rosto que havia visto nas fotos. Ele acenou discretamente e ela sorriu, caminhando em sua direção. Sentaram-se e começaram a conversar. Ele era encantador, envolvente, e a jovem rapidamente se sentiu à vontade, sem desconfiar do perigo que a aguardava.

Depois de algumas horas de conversa agradável, ele sugeriu um passeio. A jovem, já totalmente cativada, aceitou prontamente. Saíram do café e caminharam até um parque próximo, onde ele a convenceu a ir até o carro dele, prometendo levá-la a um lugar especial.

Enquanto isso, a enfermeira, ciente de cada passo do plano, aguardava no local preparado. Quando a porta do carro se abriu e a jovem desceu, já um pouco desconfiada, ela não teve tempo de reagir. A enfermeira, com precisão e frieza, aplicou o sedativo, e a jovem desmaiou quase instantaneamente.

— Perfeito — murmurou a enfermeira, enquanto eles colocavam a vítima inconsciente no carro.

— Agora, vamos levá-la para o nosso lugar — disse ele, satisfeito com o sucesso do plano.

Dirigiram até a casa isolada que haviam preparado para esses momentos. Era um lugar cuidadosamente escolhido, longe de olhares curiosos, equipado com tudo o que precisavam para manter suas atividades sem serem descobertos.

Sombras de Serra VerdeOnde histórias criam vida. Descubra agora