Capítulo 11

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O homem, que se apresentou como Paulo Moreira, engoliu em seco antes de responder.

— Eu... Eu não sei do que vocês estão falando. Meu carro foi roubado há alguns dias. Eu ia registrar a ocorrência, mas... — ele hesitou, claramente desconfortável.

— Mas o quê? — insistiu Renata, que estava ao lado de Camargo.

— Eu achei que a polícia não ia levar a sério. É um carro velho, sabem? — Paulo respondeu, olhando para as mãos. — E eu estava ocupado com o trabalho. Mas juro que não tenho nada a ver com isso.

Camargo olhou para Renata e depois de volta para Paulo.

— Você tem alguma prova de que seu carro foi roubado? Alguma testemunha, alguma câmera de segurança que possa ter registrado o roubo?

Paulo balançou a cabeça, desesperado.

— Não, infelizmente não. Moro em uma área onde as câmeras de segurança não cobrem muito bem. Mas vocês têm que acreditar em mim, eu não tenho nada a ver com esse sequestro!

Renata analisou a expressão dele e fez uma anotação.

— Onde você estava na noite em que sua placa foi vista na cena do sequestro?

— Eu estava trabalhando até tarde no escritório. Podem verificar com meus colegas de trabalho. Eles podem confirmar isso — disse Paulo, ansioso.

Camargo suspirou e se recostou na cadeira.

— Ok, vamos verificar isso. Mas se estiver mentindo, vamos descobrir.

Renata levantou-se e fez um sinal para um dos policiais próximos.

— Por favor, acompanhe o Sr. Moreira até a sala de espera enquanto verificamos suas informações.

Depois que Paulo foi levado, Camargo olhou para Renata.

— O que você acha?

— Não sei. Ele parece genuinamente assustado, mas não podemos descartar nada ainda. Vamos verificar o álibi dele e ver se conseguimos mais alguma informação sobre o roubo do carro — respondeu Renata, já pegando o telefone para ligar para o escritório onde Paulo trabalhava.

Enquanto aguardavam a confirmação do álibi de Paulo, Camargo decidiu aprofundar-se na investigação do carro. Ligou para o departamento de veículos roubados e pediu para cruzarem os dados sobre o carro de Paulo com outros casos recentes.

Pouco tempo depois, Renata voltou com uma atualização.

— O álibi dele parece sólido. Os colegas de trabalho confirmaram que ele estava no escritório na noite do sequestro.

Camargo franziu a testa.

— Então alguém roubou o carro dele e o usou para sequestrar Ana. Isso significa que o verdadeiro suspeito continua à solta.

Renata assentiu, concordando.

— E está usando carros roubados para evitar ser rastreado. Precisamos encontrar um padrão nos roubos de carros. Talvez isso nos leve a ele.

Camargo pegou o telefone novamente e começou a ligar para outras delegacias, tentando encontrar conexões entre os roubos de carros recentes. Enquanto isso, Renata continuava analisando o caso, procurando por qualquer pequena pista que pudesse ter passado despercebida.

Eles sabiam que cada minuto contava e que estavam cada vez mais perto de desvendar a verdade por trás dos desaparecimentos. O tempo estava se esgotando, mas a determinação de Camargo e Renata nunca foi tão forte.

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— Comida perfeita, como sempre — disse o homem sorrindo enquanto atirava um osso em seu prato.

— A presa da vez tinha uma carne boa.

Ele sorriu e falou:

— Escolhi bem. O aplicativo de namoro está se mostrando muito eficiente. Elas vêm até nós, confiantes e desavisadas.

A enfermeira sorriu de volta, satisfeita.

— E pensar que era tão simples assim. Sem rastros, sem complicações.

— Sim — ele concordou, inclinando-se para a frente —, mas não podemos baixar a guarda. A polícia não é estúpida. Precisamos continuar sendo cuidadosos.

Ela assentiu, consciente do risco.

— Certo. E quanto à próxima vítima? Já tem alguém em mente?

Ele pegou o celular e abriu o aplicativo, deslizando o dedo pela tela.

— Sim, já tenho algumas opções. Só precisamos escolher a próxima.

A enfermeira olhou as fotos e perfis que ele mostrava, analisando cuidadosamente cada um.

— Esta aqui parece promissora — disse ela, apontando para uma jovem com um sorriso radiante na foto de perfil.

— Concordo — disse ele, salvando o perfil. — Vamos marcar o encontro e seguir o plano de sempre. Mas, enquanto isso, devemos nos certificar de que nosso esconderijo está impecável. Nenhum detalhe pode ser deixado de lado.

Ela se levantou, começando a limpar os vestígios do jantar.

— Vou verificar tudo novamente. E não se preocupe, nosso lugar é seguro. Ninguém vai nos encontrar.

Ele a observou por um momento antes de falar novamente.

— Preciso sair e cuidar de alguns detalhes. Vou ver se encontro algum novo local para os encontros, caso precisemos mudar nossa base.

Ela assentiu, enquanto ele se preparava para sair.

— Tenha cuidado. E lembre-se, estamos sempre um passo à frente deles.

Ele deu um sorriso frio.

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Enquanto isso, na delegacia, Camargo e Renata continuavam suas investigações, cada vez mais determinados a encontrar os responsáveis. O tempo estava correndo, mas eles estavam mais próximos da verdade do que nunca, sem saber que a próxima pista crucial poderia estar apenas a um deslize de distância.

Camargo pegou o telefone novamente e começou a ligar para outras delegacias, tentando encontrar conexões entre os roubos de carros recentes. Enquanto isso, Renata continuava analisando o caso, procurando por qualquer pequena pista que pudesse ter passado despercebida. Eles sabiam que cada minuto contava e que estavam cada vez mais perto de desvendar a verdade por trás dos desaparecimentos. O tempo estava se esgotando, mas a determinação de Camargo e Renata nunca foi tão forte.

Renata estava mergulhada em relatórios e mapas, traçando linhas entre os pontos de roubo e os desaparecimentos. Uma ideia começou a se formar em sua mente. Ela chamou Camargo, que acabara de desligar o telefone com outra delegacia.

— Camargo, olha isso — disse Renata, apontando para o mapa. — Os carros roubados e os desaparecimentos estão formando um padrão. Eles parecem estar acontecendo em áreas que circundam um perímetro específico, como se estivessem evitando o centro da cidade.

Camargo analisou o mapa com cuidado.

— Isso faz sentido. Eles estão escolhendo áreas menos vigiadas, onde podem agir sem serem notados. Talvez possamos prever a próxima área onde vão atacar.

Renata concordou.

— E também, esses locais têm fácil acesso a estradas secundárias, facilitando a fuga. Precisamos aumentar a vigilância nessas áreas.

Camargo pegou o rádio e começou a coordenar com as unidades de patrulha.

— Quero patrulhas extras nas áreas marcadas no mapa. Fiquem atentos a qualquer atividade suspeita, especialmente carros que correspondam aos modelos roubados.

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Sombras de Serra VerdeOnde histórias criam vida. Descubra agora