O assassino sabia que o momento certo estava se aproximando. Ele precisava apenas de mais alguns minutos para ganhar completamente a confiança de Ana. Olhou rapidamente para os policiais, que ainda estavam imersos em sua conversa. A noite ainda estava jovem, e ele estava determinado a não cometer erros.
— Que tal darmos uma volta lá fora? Está um pouco abafado aqui dentro. — sugeriu ele, com um sorriso gentil.
Ana hesitou por um momento, mas a presença carismática de Leonardo a fez concordar.
— Claro, parece uma boa ideia. — respondeu ela.
Leonardo se levantou e ajudou Ana a se levantar, mantendo a fachada de um perfeito cavalheiro. Os policiais continuavam alheios ao que acontecia, e Leonardo sentiu um arrepio de excitação percorrer sua espinha. Ele estava prestes a executar mais um de seus planos, e a escuridão lá fora oferecia o cenário perfeito para seu próximo ato de violência.
Enquanto eles se dirigiam para a saída, Leonardo fez um último cheque mental, certificando-se de que cada detalhe estava sob controle. Ele sabia que a chave para o sucesso era a precisão e a discrição. Com Ana ao seu lado, ele estava pronto para desaparecer na noite, deixando apenas mais uma tragédia no seu rastro.
A tensão no ar era palpável, e Leonardo sentiu uma onda de adrenalina tomar conta de seu corpo. Ele estava no seu elemento, e nada poderia detê-lo agora. A noite estava apenas começando, e ele estava determinado a transformá-la em um pesadelo para Ana e qualquer outro que cruzasse seu caminho.
Com um último olhar para os policiais, ele conduziu Ana para fora do bar, para as sombras onde ele reinava supremo.
Enquanto Leonardo e Ana desapareciam na escuridão, Camargo e Renata continuavam sua conversa no bar, ainda alheios ao perigo iminente.
— Lembra daquela vez em que o suspeito fugiu pelo telhado? — perguntou Camargo, com um sorriso nostálgico. — Foi uma das perseguições mais intensas que já tive.
Renata riu, balançando a cabeça.
— Você tem histórias incríveis, Camargo. Eu adoraria ter estado lá para ver isso. — respondeu ela, seus olhos brilhando de admiração.
— Ah, você teria adorado. — disse Camargo, tomando um gole de sua cerveja. — Mas, sabe, nem todas as minhas histórias são tão emocionantes. Há muitos momentos de pura frustração também.
Renata assentiu, compreendendo a complexidade da vida de um detetive. Ela sabia que a profissão não era só sofisticação e ação, mas também envolvia um enorme esforço mental e emocional.
— E como você lida com esses momentos de frustração? — perguntou ela, genuinamente curiosa.
Camargo deu de ombros.
— Aprendi a aceitar que faz parte do trabalho. Algumas vezes, os casos simplesmente não se resolvem do jeito que esperamos. — disse ele, com um tom mais sério. — Mas é nessas horas que é importante ter alguém com quem contar.
Renata sorriu, tocada pela sinceridade de Camargo.
— E você sempre teve alguém com quem contar? — perguntou ela.
Camargo hesitou por um momento, seus pensamentos voltando há tempos mais difíceis.
— Nem sempre. — admitiu ele. — Mas é por isso que eu valorizo tanto as amizades que fiz ao longo do caminho. Parceiros como você fazem toda a diferença.
Renata sorriu ainda mais, sentindo uma conexão especial com Camargo.
— Eu sinto o mesmo, Camargo. — disse ela, sua voz suave. — É um privilégio trabalhar ao seu lado.
Enquanto eles continuavam conversando, a atmosfera ao redor parecia ficar mais leve. A presença calorosa de Renata trouxe uma sensação de conforto e camaradagem que Camargo raramente experimentava fora do trabalho. Ele sabia que momentos como aquele eram raros e preciosos.
— Sabe, Renata, uma das coisas que mais admiro em você é sua capacidade de encontrar humor mesmo nas situações mais difíceis. — disse Camargo, olhando-a nos olhos. — Isso é algo que realmente ajuda a manter a sanidade.
Renata riu, tocada pelo elogio.
— Eu acho que é uma forma de lidar com o estresse. — disse ela. — Além disso, alguém precisa fazer você sorrir por vezes, certo?
Camargo sorriu, sentindo-se grato por ter Renata como parceira. Ele sabia que, independentemente dos desafios que enfrentavam, poderiam sempre contar um com o outro.
— Com certeza. — respondeu ele. — E é por isso que sei que, com você ao meu lado, estamos prontos para qualquer coisa.
Enquanto a noite avançava, Camargo e Renata continuavam a compartilhar histórias e risadas, fortalecendo a parceria e amizade que tinham. Eles sabiam que, apesar de todos os perigos e incertezas que vinham com o trabalho, sempre poderiam contar um com o outro para enfrentar qualquer desafio.
Lá fora, Leonardo e Ana estavam imersos em um jogo perigoso, mas no bar, Camargo e Renata desfrutavam de um raro momento de paz e companheirismo. E, mesmo sem saber, essa ligação se tornaria crucial nos dias que estavam por vir, quando seriam testados ao limite em sua busca pela justiça e pela verdade.
Renata levantou seu copo, propondo um brinde.
— A nós, e a todas as aventuras que continuam por vir. — disse ela, com um sorriso confiante.
Camargo ergueu seu copo, encontrando o olhar determinado de Renata.
— A nós. — repetiu ele, e, naquele momento, selaram uma promessa silenciosa de enfrentar juntos qualquer adversidade que surgisse em seu caminho.
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Enquanto o assassino conduzia Ana para fora do bar, a noite parecia envolvê-los em um manto de escuridão e mistério. O ar estava fresco, e uma leve brisa agitava as folhas das árvores ao redor. Cada passo que davam era acompanhado pelo som suave de seus sapatos contra a calçada, criando um ritmo quase hipnótico. Leonardo manteve uma conversa leve e amigável, suas palavras cuidadosamente escolhidas para manter Ana à vontade. Ele falava com um tom envolvente, enquanto seus olhos observavam atentamente o ambiente ao redor, sempre em busca de qualquer sinal de perigo ou interrupção.
Ao se afastarem do bar, a rua ficava cada vez mais deserta. As luzes dos postes projetavam sombras longas e distorcidas, dando um ar ainda mais sinistro ao cenário. Ana, ainda encantada pelo charme de seu predador, não percebeu a tensão que crescia no ar. Ele a guiava com uma mão firme, mas gentil, mantendo a ilusão de segurança. Seus olhos, no entanto, estavam frios e calculistas, planejando cada movimento com precisão. Ele sabia que precisava ser rápido e silencioso para evitar qualquer complicação.
Chegaram a um beco, onde a luz dos postes era menos intensa e as sombras eram mais densas. O homem parou, virando-se para Ana com um sorriso tranquilizador. Ela olhou ao redor, uma expressão de leve curiosidade em seu rosto. Ele sabia que esse era o momento perfeito. Ele se aproximou dela lentamente, cada movimento calculado para não alarmá-la. Com uma voz suave, ele perguntou se ela estava bem, mantendo o contato visual para assegurar-se de que ela não suspeitasse de nada.
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Sombras de Serra Verde
Mystery / ThrillerBaseado em fatos reais, "Sombras de Serra Verde" mergulha nas profundezas obscuras dos crimes cometidos pelo casal Dante e Isabel. No coração do interior Paranaense, em uma cidade aparentemente tranquila, uma série de desaparecimentos misteriosos re...