Capítulo 21

2 0 0
                                    

No caminho para o local Camargo ia escutando sobre a descoberta de um celular perdido que continha fotos perturbadoras de um homem posando com partes de corpos humanos. A descoberta chocante foi feita por um trabalhador da construção civil, que, ao encontrar o aparelho, resolveu vasculhá-lo na tentativa de localizar o dono. O que ele encontrou, no entanto, foi um cenário de horror.

Dentro do aparelho, havia uma série de imagens macabras. O estranho, em várias das fotos, aparecia segurando e posando com partes de corpos humanos, seu rosto sereno contrastando com a morbidez das cenas. As fotos eram claras, detalhadas e deixavam pouco espaço para dúvidas sobre a autenticidade do que mostravam.

Com as mãos trêmulas, o trabalhador da construção civil não hesitou. Imediatamente, ele contatou a polícia, relatando a descoberta sinistra. A resposta foi rápida. Em questão de horas, investigadores estavam no local, apreendendo o celular e iniciando uma análise minuciosa do conteúdo. Cada foto era uma peça de um quebra-cabeça sombrio que começava a se desenrolar.

A análise das imagens levaria as autoridades a traçar um perfil detalhado do homem e a investigar mais a fundo sua vida e descobrir uma parceira. O casal, até então desconhecido das autoridades, passou a ser o foco de uma investigação que prometia revelar segredos aterrorizantes.

Os dias que se seguiram foram marcados por intensas buscas, interrogatórios e a crescente sensação de que algo profundamente perturbador estava por trás das imagens descobertas. A comunidade, já perturbada, foi tomada por um misto de medo e curiosidade, enquanto os rumores sobre o casal e seu envolvimento em atividades macabras se espalhavam como fogo.

Cada nova descoberta aprofundava o mistério, e a verdade, ao que tudo indicava, era mais sinistra do que qualquer um poderia ter imaginado.

Camargo caminhava ansiosamente diante do computador que buscava a identificação facial do estranho das fotos. Cada passo ecoava pelo pequeno escritório, misturando-se com o som contínuo do ventilador de teto. O rosto no monitor parecia perturbadoramente familiar, mas ele não conseguia colocar um nome àquela figura.

A tecnologia do software de reconhecimento facial estava fazendo sua mágica, cruzando dados com inúmeras bases de dados. O sistema, alimentado por algoritmos complexos, buscava qualquer correspondência, desde bancos de dados criminais até redes sociais. A barra de progresso avançava lentamente, quase como se estivesse provocando Camargo.

Ele parou por um momento, fechou os olhos e respirou fundo. As imagens perturbadoras que haviam encontrado no celular ainda estavam frescas em sua mente. Eram cenas de locais que ele conhecia bem, mas havia algo de sinistro nelas. A figura em questão sempre parecia estar à espreita, como um predador observando sua presa.

Enquanto aguardava, Camargo relembrou o dia em que o celular fora encontrado. Um transeunte o havia entregado à delegacia, afirmando tê-lo encontrado no parque central. Desde então, a investigação tomara um rumo sombrio, revelando segredos que nenhum deles esperava.

A identificação facial era apenas uma peça do quebra-cabeça, mas uma peça crucial. Se conseguissem identificar o homem nas fotos, poderiam seguir pistas que talvez os levassem ao autor dos atos inquietantes documentados no dispositivo.

O computador emitiu um som agudo, tirando Camargo de seus pensamentos. Ele se aproximou rapidamente, os olhos fixos na tela. A barra de progresso finalmente atingira os 100%, e uma nova janela se abriu. O coração de Camargo acelerou enquanto ele lia as informações que apareciam.

Nome: Dante Monteiro

Idade: 42 anos

Histórico: Registro criminal por invasão de propriedade, comportamento suspeito em áreas públicas, nenhum vínculo empregatício fixo.

Camargo franziu a testa. Dante Monteiro. O nome não lhe dizia nada de imediato, mas a ficha criminal indicava que ele não era estranho ao mundo das infrações. Ele clicou nos detalhes adicionais, procurando mais informações. Havia vários registros de Dante sendo detido, mas sempre por acusações menores. Nada tão grave quanto o que as fotos sugeriam.

Com um clique rápido, ele abriu o programa de busca de endereços e digitou o nome. Minutos depois, o sistema retornou com um possível endereço. Camargo anotou a informação e se preparou para sair. Sabia que encontrar Dante poderia ser a chave para desvendar o mistério das fotos.

Antes de sair, ele informou sua equipe sobre a nova pista. O sargento Mendes, sempre eficiente, começou a coordenar uma pequena operação para averiguar o endereço encontrado. Eles precisavam ser cuidadosos, pois não sabiam exatamente com o que estavam lidando.

Camargo pegou seu casaco e saiu do escritório, determinado a seguir cada pista até o fim. O ar noturno era frio, e ele sentiu um arrepio que não vinha apenas do clima. Algo profundo dentro dele sabia estarem prestes a descobrir algo que mudaria tudo.


Sombras de Serra VerdeOnde histórias criam vida. Descubra agora