25| Dentro do armário

908 87 162
                                    

"Juro pela minha vida, que para a minha amada eu nunca mentiria.
Ela disse: Seja verdadeiro.
Eu jurei, vou tentar.

No final, somos ela e eu.

Ela perdeu totalmente o juízo, eu estou enlouquecendo, nós temos esse amor tipo louco.
Eu sou dela e ela é minha.
No final, somos eu e ela."

Him e I — Halsey

ABBY


.
O domingo amanheceu ensolarado e apesar dos últimos meses terem sido calmos, me sinto como se estivesse prestes a explodir.
Minha barriga parece uma enorme melancia e graças aos vômitos que deram uma pausa, consegui ganhar bastante peso, meus pés estão inchados e meus seios doloridos. Gravidez é algo realmente foda.

Não descreveria como um momento mágico quando tudo o que penso é em tira-lo, não me entendam mal, mais é cansativo e doloroso, apesar de gostar da dor. Minha coluna agradeceria se pudesse ao menos sentar sem parecer que estou sendo esmagada por um trator.

Suspiro pesadamente enquanto termino de descascar a maçã e me apoio na pia, deixo a faca no escorrendor, pego minha cesta e coloco meu chapéu, o bebê começa a chutar e eu sorrio.

— Eu sei, está muito calor hoje — digo a ele passando a mão por minha barriga.
Ele chuta mais uma vez e eu volto a caminhar para fora da casa. Já faziam dois meses desde a última vez que pude ver Zyan.
Santiago disse que não era bom que eu fosse vista outra vez pelos presos, ainda mais agora que minha barriga está completamente visível, além de que faltam apenas algumas semanas para o bebê nascer e não sei que porra tá acontecendo mais os advogados não conseguem resolver a droga do problema.

Atravesso o jardim e vou até minha horta onde começo a colher algumas batatas, ponho-as na cesta e passo a mão em minha testa.

Olho para a frente da casa onde um carro estaciona e eu sorrio ao ver Karlla sair do banco do passageiro, ela acena para mim antes de correr e me abraçar.

— Você está tão linda — ela diz antes de passar a mão em minha barriga.

— Obrigado — ela se agacha e começa a falar com o bebê.

— A titia acabou de comprar sua saída do hospital e mesmo que sua mãe seja teimosa eu já escolhi seu nome — ela riu e eu neguei. Karlla se levantou e segurou minha cesta começando a caminhar até a casa.

— Por que ainda não escolheu um nome para ele? —  me perguntou e eu respirei fundo enquanto passava o dorso da mão em minha testa. Não havia passado nenhum minuto no jardim e já estava quase morrendo.

— Quero que o Zyan possa fazer isso. — respondi e ela concordou compreendendo.

— E se ele não puder sair antes... do bebê nascer? — perguntou e eu mordi o lábio.

— Eu não sei... talvez coloque o segundo nome do vôvô... — sussurrei e ela me deu a mão quando subimos a varanda onde Peter estava sentado.

— Olá Abby. — me cumprimentou com um sorriso simpático.

— Oi Peter — sorri e empurrei a porta. — Entrem, por favor.

Pedi e eles me seguiram até a cozinha, lavei minhas mãos e tirei o chapéu, peguei a garrafa de café e a deixei na mesa, assim como duas xícaras e o pote de Biscoitos.

— Fiquem a vontade — apontei para a mesa e me sentei junto com eles.

— Obrigado.  — agradeceram e eu sorri puxando um fio de cabelo que grudava em meu rosto.

Profano PARTE 01  [DISPONÍVEL ATÉ DIA 15/08]Onde histórias criam vida. Descubra agora