O filho mais novo da Princesa Rhaenys, sempre foi um enigma para aqueles ao seu redor. Antissocial e reservado, ele evitava os salões de banquetes e as festividades, preferindo a solidão de sua torre ou a companhia silenciosa de livros antigos. Poucas vezes ele se via com uma espada na mão, e raramente participava de batalhas, exceto na Guerra do Mar Estreito. Foi nessa guerra que Rhaegar mostrou uma habilidade surpreendente com a espada, enfrentando Daemon Targaryen com uma ferocidade que ninguém esperava de alguém tão recluso. O duelo entre eles, alimentado por uma antipatia mútua, tornou-se lendário, embora nenhum dos dois pudesse realmente reivindicar a vitória, eles eram aliados e mesmo assim brigaram.
Apesar de sua habilidade nas raras vezes em que empunhava uma espada, sua verdadeira força estava em sua ligação com Dreamfyre. Desde que reivindicara a dragão ainda criança, Rhaegar sentia uma conexão profunda e inabalável com ela. Sua dragão era mais do que uma companheira de batalha; ela era uma extensão de sua alma, um reflexo de sua própria natureza melancólica e reservada. Em seus voos noturnos sobre o mar, eles compartilhavam uma cumplicidade silenciosa, um entendimento mútuo que não exigia palavras.
Ele sempre foi homem gentil, suas palavras sempre ponderadas e seus gestos sempre cuidadosos. No entanto, sob essa fachada de tranquilidade, ele escondia uma profunda depressão que o acompanhava desde sempre. A perda de seus irmãos mais velhos, Laenor e Laena, mergulhou Rhaegar em uma escuridão ainda mais profunda. Ele se sentia culpado por não ter os salvado, por não ter sido forte o suficiente. Talvez esse era o problema dele, ele nunca se sentia bom o suficiente.
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Alguns meses depois, após o pavoroso jantar com a família Targaryen em Kingsland, Helaena e Rhaegar retornam para Driftmark, eles voltaram tão unidos e próximos um do outro que não demorou muito tempo até que Helaena avisa à sua mãe por uma carta que estava esperando um filho e, de forma inesperada nasceu um bebe prematuro, uma menina: Jaeheara Velaryon. Uma linda criança com os cabelos platinados da mãe e os olhos semelhantes aos de Rhaegar.Desde quando a criança nasceu, Rhaegar vivia com a pequena no colo brincando e sorrindo para lá e cá do Castelo, Helaena sabia que ele era um bom pai e um bom marido, uma pena que ele não compartilhava do mesmo pensamento.
- Mensagem de Dragonstone, Senhor Velaryon - apareceu um serviçal entregando-lhe um pergaminho para Rhaegar que já o havia deixado desconfortável.
- O que houve ? - perguntou a princesa segurando Jaeheara no colo para que ele pudesse ler a mensagem, ela estava assustada e com os olhos arregalados, parecia que ela já esperava o pior.
- Minha mãe retornou de Kingsland, o Rei Viserys está morto... - encarou sua esposa que começou a balançar a cabeça de forma negativa, não queria acreditar naquilo.
- Usurparam o trono da Rhaenyra... - respondeu ficando um pouco histérica - Nomearam o Aegon, não foi?
- Foi... - respondeu o marido com um olhar espantado e pensativo - Minha prima Rhaenyra está me convocando para Dragonstone, imagino que agora ela irá disputar seu direito com o Aegon.
- Uma guerra entre os dragões...- sussurrou a princesa preocupada andando de um lado para o outro - Uma guerra entre família. Estou com medo.
- Eu vou proteger vocês duas, Helaena. Eu tenho a Dreamfyre e ficaremos em Dragonstone com a minha mãe.
- Não tenho medo dos dragões - retrucou para ele - Da fúria dos homens.
O Velaryon aproximou-se dela e deu-lhe um beijo na testa, um gesto para que ela se tranquilizasse.
- Eu estarei aqui - sorriu para ela onde a mesa retribuiu com um leve sorriso de canto - Bom, vamos para Dragonstone.
O chamado da Rainha Negra, Rhaenyra, foi algo inesperado para Rhaegar e Helaena que viviam tranquilamente em Driftmark, isolados, eles não gostavam muito de convívio, principalmente depois do nascimento de Jaeheara a solitude pareceu melhor para eles. A facção Verde jamais pensaria em atacar a única filha da rainha viúva, Alicent, mas o único problema deles seria seu marido e o dragão, Rhaegar e Dreamfyre.
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Minha querida Helaena - A casa do Dragão
RomanceUma guerra entre duas facções em busca de poder e um amor reprimido por anos, acha que essas duas coisas seriam capazes de fazer com que uma pessoa cometesse loucuras ? Qual o limite o ser humano pode chegar ?