Capítulo 29

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Miranda se olhava no espelho. Nada mais cabia nela. Estava frustrada, mas três meses já haviam se passado, e hoje elas iriam saber o sexo dos bebês. No entanto, não achava nenhuma roupa que coubesse em si. Mesmo assim, estava admirada com o quanto sua barriga havia crescido. Sabia que demoraria a voltar ao normal depois de ter os bebês.

— Está pronta, baby? — Andrea entrou no quarto e viu a namorada se olhando no espelho. Sorriu e caminhou até ela, abraçando-a por trás. — Está linda.

— Você diz isso o tempo todo. — Beijou a bochecha da namorada.

— Quer alívio? — Miranda concordou com a cabeça. Aquela barriga parecia pesar toneladas.

Andrea se posicionou melhor atrás de Miranda e passou as mãos da cintura para baixo da barriga da mesma.

— Pronta? — Miranda afirmou. — Respira. — Levantou a barriga de Miranda, e a mesma inspirou aliviada por, pelo menos, alguns segundos, não ter que carregar aquela barriga. Agradecia a namorada que tinha; sempre que podia, Andrea fazia aquilo ou, quando não estava conversando com os bebês, estava fazendo desenhos na barriga de Miranda.

Andrea soltou devagar.

— Prontinho. — Beijou a bochecha da namorada. — Por que ainda não está vestida?

— Não encontrei nada que coubesse em mim. — Suspirou e fez bico.

— Amor? — Virou a mesma de frente para si. — Quer ajuda? Eu sei de uma roupa perfeita que vai combinar.

Miranda assentiu, e a morena foi para o closet, pegando um vestido que ficava perfeito nela.

— Esse aqui.

— Eu já usei esse. Tenho que comprar mais roupa. — Fez bico. — Estou gorda. — Uma lágrima saiu de seus olhos.

— Não, não, não chore, vida. Está linda. Olha esse barrigão que carrega nossos filhos.

— Barrigão? Você me chamou de gorda? — Deu um tapa no ombro da morena. — Saia daqui, anda. Eu vou me vestir.

— Amor? — Andrea falou.

— Saia, Andrea Sachs.

Bufou e saiu pisando duro. Miranda e esses hormônios loucos.

— Um dia eu fico careca.

— O que você falou, Sachs? — Andrea arregalou os olhos.

— Que te amo!?

Miranda pegou um dos travesseiros da cama e jogou na namorada, que estava despreparada e acertou em cheio no rosto dela.

— Saia daqui, anda. — Miranda ameaçou jogar outro travesseiro. A morena correu porta afora e foi para a cozinha, pisando duro. Sentou-se à mesa, de cara emburrada.

— E esse bico, minha menina? — Pérola, que estava na cozinha, perguntou e fez a morena se assustar.

— Nada, só a Miranda e esses hormônios. Acredita que ela me jogou um travesseiro e mandou eu sair do quarto?

Duas gargalhadas foram ouvidas: uma de Sam, que estava entrando na cozinha, e a outra de Pérola.

— E o que você fez? — Pérola perguntou.

— Eu? Nada. Só estava tentando ajudar. Ela disse que estava gorda e que nenhuma roupa cabia nela, e eu disse que ela só estava com um barrigão porque estava gerando nossos filhos. — Um tapa foi acertado na cabeça da morena. — Ai, ai. — Colocou a mão atrás da cabeça.

— Ô sua tapada, por que foi falar isso?

— Ah, vai encher o saco do Papai Noel. Além de apanhar da mãe, apanhei da filha também? — Levantou-se e saiu da cozinha. — Aja paciência, meu Deus.

— Falando sozinha, filha? — Eliza, que acabara de entrar na sala, perguntou.

Iriam todas juntas para o consultório.

— Com as paredes. — Virou-se para a parede. — E aí, parça, tudo bem? Como é que vai a tinta? Tá suave ou tá precisando de uma demão?

Outro tapa foi acertado.

— Aii. — Passou a mão na cabeça. — Sou saco de pancadas agora, é?

— Me respeita, garota. Pensa que está falando com suas parceiras, é? — Outro tapa.

— Ai, ai, mama. Tudo bem, me desculpa.

— Apanhando de novo, Andrea? — Sam entrou na sala com um copo de suco.

— Pra variar, né? Eu só apanho nessa casa. — Cruzou os braços.

— Você o que, Andrea Sachs? — Miranda descia as escadas devagar.

— Eu... eu? Eu nada, falei nada, vi nada. — Levantou as mãos em rendição.

Miranda diminuiu os olhos para a morena e negou com a cabeça.

— Vamos? — Olhou para as mulheres. — Ué, cadê a Lara?

— Lara vai nos encontrar lá. — Samantha informou. Elas ainda estavam meio para lá do que para cá.

— Certo, então vamos indo.

[...]

— Então, Miranda, pronta para saber o sexo desses bebezinhos aqui? — Tocou a barriga dela.

— Sim, só um pouco nervosa.

— Um pouco? Eu estou toda tremendo. — Andrea falou, o que fez a doutora rir.

— Okay, vamos lá. — A médica pegou o aparelho, colocou o gel e começou a passar na barriga de Miranda. — Olha só que beleza. Eles não são da mesma placenta, o que significa que pode vir duas meninas ou dois meninos, ou três meninos ou uma menina, e vice-versa. — Elas concordaram. — Estão preguiçosos hoje, hein? Todos de pernas abertas, muito bem.

— Já viu?

— Já sim, são...

A mãe da minha melhor amiga - Adaptação Onde histórias criam vida. Descubra agora