Capítulo Dois: A clareira

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Com o desespero de Leo de ir em busca do chamado, fez que todos corressem bem rápido. Não perceberam que houve uma mudança repentina na floresta, suas árvores estavam maiores, seus galhos mais grossos e folhas bem grandes e secas como nunca tivesse chovido na noite anterior. Agora estava escura, com pouca luz. Algo diferente do que estava antes, muito claro e iluminado. Depois de um breve tempo chegaram a uma clareira com uma pequena cachoeira de águas claras, totalmente transparente.

Todos pararam quando viram aquele local, nunca tinham visto algo parecido, principalmente no interior do Ceará. Foi quando notaram a mudança repentina que ocorreu na floresta. Rita admirada com o local comentou: — Nunca tinha visto um lugar desse.

Com o comentário de Rita, fez despertar todos do encanto daquele lugar. Leo que ainda agarrava o braço de Emilly soltou imediatamente:

— Você me machucou — disse Emilly com sua voz doce, mostrando seu braço todo avermelhado.

— Foi sem querer, não notei que estava apertando com muita força — respondeu Leo tentando se desculpar.

— Seu bruto — indignada, retrucou

— Se sou bruto, você é ignorante — Leo afirma começando a ficar irritado com todo aquela situação

— Essa discussão é ridícula, precisamos mesmo saber onde estamos — fala Rita tentando se pôr na discussão.

— É fácil, só procurar no Google — Patrícia tirou seu celular do bolso. — Nãaaaaao pode ser.

— O que foi garota? — perguntou Jennifer preocupada com o possível acontecido

— Tô sem sinal.

— A não garota tudo isso por uma porrar de sinal — Agora quem começou a se irritar é Jennifer

— Agora vamos ficar perdidos aqui — Rita estava frustrada.

Os ânimos estavam à flor da pele, as discussões permaneceram por um bom tempo. Não conseguiam se entender, o que um falava, o outro retrucava. Até mesmo entre Jennifer e Leo, sempre eram interrompidos por alguém. O que eles não perceberam foi que um brilho forte surgia nas águas claras. Uma luz forte, que lembrava aquela que apareceu a Leo. Porém, concentrada em um único lugar, como uma forma arredondada. Essa esfera de luz foi se moldando, mudando de forma. Até se assemelhar à de uma garota, com cabelo que lembrava fogo, o copo era dourado e transparente e com brilho forte, muito forte.

— E com grande prazer...

— QUE PORRA E ESSA?!? — gritou Jennifer de justo sem saber o que estava acontecendo.

— Desculpe-me por assustai vós, não era essa minha intenção — desculpou a garota.

— Isso deve ser um pesadelo, vou acordar e tomar um belo banho — falou Patrícia para si mesma tentando se acalmar, indo para um canto sozinha, odiando tudo aquilo. Para uma menina mimada que tinha tudo o que queria do pai, ficar perdida no meio da floresta com vários estranhos, e acima de tudo aparece uma garota brilhante, para ela, isso tudo era demais. Muitos poderiam dizer que sua vida era perfeita, pai de médico, diretor do hospital da cidade, vive em uma mansão, a única da cidade com uma enorme piscina.

Porém, ninguém sabe que, por trás da vitrine de vida perfeita, existia uma vida de falsidades e mentiras. Seu pai passava o dia inteiro no trabalho e nunca lhe dava atenção. Suas únicas companhias eram seus empregados que a odeiam. Só tratavam ela bem por medo de serem demitidos, ela sabia disso e fingia não se importar.

— Não tem como ser real, não tem como ser real!! — falou Leo eufórico. Sem acreditar no que via bem em frente aos seus olhos castanhos.

— Será que vou finalmente viver uma aventura como nos meus livros?!? Sair dessa vida chata, que só me fez sofrer.

— Calma, precisamos saber quem é ela — disse Emily.

— Irei apresentar-me. Sou Aurora como o nascer do sol, guardiã do cristal da luz. Escolhida por Astraia, deusa da criação, do mundo e do universo para a ajudar a manter a ordem no nosso planeta. Junto com as outras guardiãs zelamos pela harmonia dos seres. Venho por ordem dela revelá-los ao mundo e conceder-lhes os seus poderes. Assim se juntarem a nós para ajudar a proteger o novo mundo na nova era.

— Ai, ai, acho que o cigarro dela tinha algo a mais, só pode ser, a fumaça está fazendo todo mundo alucinar al — falou Rita debochando da situação.

— Não estão alucinando, tudo isso é real — disse Aurora

— Como isso pode ser possível? É impressionante, seu corpo brilha como o sol, seu cabelo parece fogo — Emilly se admirou com Aurora.

Uma garota feita de luz, era fantástica, isso atraiu Emily como se tivesse uma força que intrigava ela a se aproximar, querer tocá-la, sentir sua pele, o que deveria ser sua pele. Emilly andou em direção a Aurora, então levantou levemente seu braço, tentou levá-lo até o rosto daquela figura de garota, mas ao aproximar acabou se queimando. A luz que emitia de Aurora não era apenas forte, também era potente.

— Ai! Me machuquei — Emilly deu um leve grito de dor depois de ter se queimando. Logo depois trouxe de volta seu braço e observou a queimadura.

— Cuidado menina, parece abestada, o que pensou que iria acontecer? Perguntou Jennifer estando um pouco brava com a burrice de Emilly, e se preocupou com o estado da mão dela. Com uma mãe costumam ficar quando nós nos machucamos.

— Novamente peço desculpas, não apenas brilho, mas, sou feita de luz, unicamente luz. Meu cabelo é fogo vivo da minha essência, a prova que eu estou viva. Se algum dia essa chama apagar, é sinal de que estou morta.

— Espera um segundo, se ela se queimou, então tudo isso é verdade — disse Rita.

— Então você vai dar poderes a gente, certo? E como vai funcionar? Vai ser tipo por meio de uma picada de aranha? Uma explosão radioativa? uma pedra mágica que vai cair do céu? Isso vai ser maneiro demais, imagina o que eu posso fazer tendo poderes — concluir Rita falando, agora com empolgação pela possibilidade de ter poderes.

— Eu não acredito que vou ter que ser a responsável por aqui, sabemos que é verdade, mas não sabemos quem é ela, se está falando a verdade, de onde vêm esses poderes, além de tudo tem esse lance de Deusa. Não podemos confiar em alguém que acabamos de conhecer e diz várias coisas estranhas, principalmente alguém que nem humana é — disse Jennifer

— Concordo, não podemos confiar em alguém que sequer conhecemos — falou Emilly com sua voz doce.

— Isso não é escolha de vocês, essa é uma ordem direta de Astraia, apenas sigo o que foi direcionado. Agora vamos para o procedimento — falou Aurora, guardiã do cristal da Luz, enquanto movimentava as mãos em movimentos circulares, como se tentasse fazer uma bola com elas. Invocando um cristal colorido, ergueu-se e pronunciou as seguintes palavras.

— Quando a luz do mundo tocar na terra e a vida começar. A luz e a escuridão vão se amar e os filhos deles serão o dom da salvação. Beleza, inteligência, audácia, sabedoria e fé. Após as falas de Aurora vários raios de luz saíram do cristal, cada um com uma cor. Atingindo os cincos, que com o impacto desmaiam.   

Astraia e os seis destino - Um chamado da Mãe celestialOnde histórias criam vida. Descubra agora