Amar é algo tão bobo, algo tão fácil.
Permanecer independente das dificuldades é a parte difícil.
Mas mesmo com tudo que aconteceu, eu ainda sentia meu coração acelerar toda vez que eu o via, e eu me odiava por isso.
10 anos atrás, Maya.
A temperatura era quente, eu me sentia derreter.
Havia três semanas em que tínhamos nos mudado para uma casa nova, era uma casa maneira, quero dizer, pra uma criança de oito anos tudo é maneiro, eu tinha um quarto só pra mim, uma bicicleta e a duas ruas de mim, havia o início de uma praça que se estendia por mais ou menos uns cinco quarteirões.
Eu achava isso maneiro, já que, eu não tinha amigos, mas eu tinha uma imaginação ótima e muito espaço para brincar.
Começaria numa escola nova em dois dias e isso me deixava ansiosa, na minha antiga escola eu tinha duas amigas, mas acredito que nunca mais vou vê-las, e isso me desespera mais ainda.
Sento na grama debaixo de uma árvore grande, e tiro minha mochila das costas, ela era pequena, cabia no máximo quatro brinquedos meus, mas era minha companheira todos os dias.
Tiro meu ursinho de pelúcia de dentro dela e o coloco no chão ao meu lado, quando escuto o barulho de passos pela grama.— Oi, como é seu nome? – olho para o lado e percebo a presença de um garoto. Ele era mais alto e parecia mais velho, seu cabelo era castanho, mas no sol parecia um loiro forte, suas bochechas eram redondas e com algumas bolinhas vermelhas.
— sou Maya e você? – digo segurando meu ursinho, tentando entender para onde aquele menino queria levar puxando assunto comigo.
— eu sou Marcus, e eu moro ali naquela casa. – ele diz apontando o dedo pra uma casa de dois andares onde a porta dava em direção a praça. – vi você brincando por aqui todos esses dias, mas estava com vergonha de vir falar com você. — suas bochechas ganham um tom rosado, enquanto seu olhar desce para baixo, quando finalmente percebo que em suas mãos ele segura pipas de várias cores diferentes.
— vai soltar pipa? Posso ir com você? – digo me levantando e percebendo o quanto ainda fico mais baixa que ele. – é claro, se você for soltar por aqui na praça, não posso sair daqui. – digo guardando meu ursinho na minha bolsa novamente.
— claro, eu já ia te chamar pra brincar comigo, vem, vamos do lado da quadra, lá é um bom lugar pra levantar a pipa. – e quando menos espero ele já está dando passos largos na minha frente e preciso quase correr para alcançá-lo novamente.
Naquele dia ele me ensinou a soltar pipa, e no outro ele brincou com meus ursinhos, e no outro estávamos correndo brincando de pega-pega, até ele virar meu melhor amigo, até ser bem mais que só meu melhor amigo.
5 anos atrás, Marcus.
A observo na frente do espelho enquanto ela terminava de passar um negocio preto nos seus cílios, todo dia antes de ir pra escola ela sempre fazia isso, nunca vi muita diferença, ainda preferia ela do jeito natural.
— ... e daí ela foi super chata, sabe? Tipo, beleza se ela não queria fazer o trabalho com a gente, mas tinha maneiras melhores de dizer não. – paro de prestar atenção em cada detalhe dela quando percebo a sua cara de brava. — Marcus! Você tá me ouvindo?
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Mais Que Seu Amor
FanfictionEles eram quentes separados e juntos pegavam fogo. Uma amizade que começou tão ingênua, mas que acabou se tornando amor intenso. Mas esse amor pode virar ódio, mas a linha que separa o ódio e o prazer é tão fina, que pode estourar.