XVII - O Que Não Mudou

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"Me chamam de rei dos ratos, rei dos ratos
Meu cálice é feito de barro mau moldado e inacabado
Me chamam de rei dos ratos, rei dos ratos
Minha comida é larva, minha bebida é água
Água infectada, água envenenada
Pobre chuva que cai de uma maneira mais rápida
Que enferruja minha maldita coroa de lata"

Rei dos Ratos - Kamaitachi

Helena observou a filha se trancar no quarto e expulsou o ar dos pulmões que estava segurando durante todo o tempo

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Helena observou a filha se trancar no quarto e expulsou o ar dos pulmões que estava segurando durante todo o tempo.

Ela pegou um copo d'água e se recostou na pia, não havia necessidade de quebrar a cabeça com a conversa que teve com Ayla, daria o tempo que fosse necessário para a garota entender a situação.

Enquanto isso, ela precisava dar um jeito em outra coisa, uma ponta solta que Helena tinha certeza de que não havia conseguido cortar no dia do acidente. Naquela noite ela recebeu a resposta num silêncio que gritava mais alto que tudo no mundo.

Pegou as chaves do carro e bateu a porta da frente, completamente determinada a cutucar a onça com vara curta.

Pegou as chaves do carro e bateu a porta da frente, completamente determinada a cutucar a onça com vara curta

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Ayla se deitou na direção da parede, apavorada, enojada e com medo. Quando ouviu a porta da casa se fechar e teve a certeza de que Helena havia saído de casa, ela se virou e encarou Lúcifer.

Ele estava engraçado, como um cãozinho que sabe que o dono está estressado e tem medo de chegar perto e correr o risco de levar uma xingada, então resolve esperar sentado com um olhar desconfiado.

— O que diabos foi isso que eu acabei de ouvir? — ela perguntou.

— Fiquei apavorado também.

— Ela é louca, completamente maluca. Devia estar internada no CAPS e não comandando a polícia civil de um município.

— Por um momento achei que ela fosse rir e dizer que tudo era uma grande brincadeira de mal gosto... — ele lubrificou os lábios encarando a rosa banhada pelo sol sobre a escrivaninha.

— Eu tenho medo dela às vezes, sinto que não a conheço. É estranho porque tu é o Diabo e eu me sinto dez vezes mais segura contigo do que com a minha própria mãe...

Meu Diabo ParticularOnde histórias criam vida. Descubra agora